quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Por quê “Rincão do Tigre?” - Localidade no interior de Ijuí - RS

Uma ressaca, nas costas do Rio Conceição tem a sua história. Trata-se de Rincão do Tigre. Quem conta é o professor Argemiro Brum, historiador, escritor e professor da UNIJUÍ. Segundo ele, em Cruz Alta havia um circo, um circo de cavalinho. Tinha feras, e, entre elas um tigre. Um dia, não se sabe se por descuido, a porta da jaula ficou aberta e o danado do tigre, sem a menor cerimônia e sem perda de tempo, saiu de sua prisão. Entrou pelo recinto da barraca de lona, e lá se foi. Não houve valente que não tremesse. Não foram poucos, os que sentiram o sangue subir para o calcanhar. O ambiente ficou mais gelado do que laje de túmulo, em manhã de inverno. Lá fora, na rua... nem fala. Foi um Deus nos acuda... E o tigre se foi...
Os ciganos grandes domadores, imediatamente foram ao encalço do bicho, arrastando consigo a jaula, em cima duma carroça puxada a cavalo, no mesmo momento em que seguiam o tigre que encontravam. Iam cortando cercas, atravessando campos, até que, finalmente, depois de três dias, encontraram o tigre. Estava faminto e cansado. O animal acostumado a vida ao assoalho da jaula, caminhava macio numa ilha do rio Conceição.
Dizem que foi bastante fácil capturá-lo. Colocaram carne na jaula. E o felino atraído pelo cheiro de sua comida predileta, e acossado por outros meios, voltou à prisão habitual. Faminto e desconfiado entrou na jaula. Fecharam a porta atrás dele e levaram o bicho para Cruz Alta. O acontecimento foi muito comentado. Foi assunto obrigatório das conversas durante muito tempo. Depois disso o lugar ficou sendo chamado de “Rincão do Tigre”.
Para Argemiro Brum, não há dúvida que foi uma bela façanha a dos ciganos. Entretanto, se trata-se das más línguas, mas a verdade é que há os que explicam, que o tigre devia ser um exemplar muito velho e desdentado...
Mas seja como for, com dentes ou sem dentes, “Rincão do Tigre” é Rincão do Tigre.

Pesquisa de Luis Carlos Ávila. Publicado no jornal Correio Serrano, edição 19/10/82.

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