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sábado, 6 de julho de 2024

Antiga "Casa Dico": o primeiro Centro Comercial e Social do IJUHY de ANTIGAMENTE... Resquícios arquitetônicos do antigo prédio ainda encontramos no Ijuí atual...

 















Compartilhamos nossa coluna publicada na edição do Jornal da Manhã de hoje, 06/07/2024, na qual trazemos algumas informações e ilustrações de como ela surgiu, e principalmente, o quanto ela foi importante/representou no desenvolvimento social e econômico da Colônia de Ijuhy, a partir de 1890... Seu fundador e administrador, Antônio Soares de Barros, o Cel. Dico, foi um hábil comerciante - além de político - que aos poucos - a partir de um barril de cachaça conseguiu construir um grande "império" econômico - e político - no município. Mas, que no final da década de 1930, é transferido integralmente para Porto Alegre....







A antiga "Casa Dico" estava localizada bem na área central de Ijuí, na esquina das ruas do Comércio com a 7 de Setembro, onde mais tarde funcionou por muitos anos a Organização Hass. Ainda hoje podemos encontrar num dos prédios do mesmo terreno, alguns resquícios arquitetônico do antigo prédio construído pelo Cel. Dico. Paulo Rotthues nos ajuda na melhor identificação do que ainda existe hoje e na localização do antigo "bolichão" do Cel. Dico!

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Antigo casarão das Famílias Bos e Stumm na rua 20 de Setembro, em Ijuí... Artigo especial do Dr. Luis Carlos Sanfelice

 

Uma das mais antigas e bem conservadas casas de Ijuí, localizada no final da rua 20 de Setembro, tem uma longa história de alegrias e tristezas, de sucessos e tragédias. Construída entre 1910 e 1915, está a caminho dos seus 120 anos, mas lá está firme, bonita, habitável e muito bem conservada. Tem sido motivo, com justa razão, de curiosidade das gerações mais recentes. Não sei tudo do dia a dia de sua história, mas sei o bastante para ilustrar e registrar sua existência. Vou escrever do jeito que conheci e do que sei dela.

Quem a construiu foram os irmãos João Batista Bós Filho (hoje nosso aeroporto) e seu irmão Otávio Fernando Bós (o da Casa dos Leões) No andar de cima foi morar Otávio pois João já morava num palacete na rua do Comércio ao lado do ‘seu’ Lulu Ilgenfritz e na frente do Firmino Lucchese. No andar térreo foram instalados os Escritórios das firmas dos Bós que eram a Bós Irmãos, a Hickenbick & Bós Ltda. a Colla & Bós Ltda. e a Trevisan, Bós & Cia. que se dedicavam as seguintes atividade, respectivamente: Madeireira e fornecedor de dormentes para a Viação Férrea; Fábrica de Carroças, Gaiotas e de Pipas para Vinho e Barris para Cachaça; Fabricava Moinho para Trigo e Engenho Descascador de Arroz e, finalmente, esta com filial em Santana do Livramento, operava com Exportação e Importação de Cereais e Forragens. Na foto abaixo onde aparece a Bandeira do Rio Grande, tinha uma enorme placa que anunciava esse conjunto de empresas.


João Batista morreu milionário em 1927 com 36 anos deixando viúva e 6 filhos e levando consigo a honra de ter sido um dos acionistas-fundadores da VARIG, e o seu mano Otávio ficou dirigindo o Grupo. Marino Bós e Homero Bós eram os filhos homens mais velhos do João Batista e assumiram ao lado do tio. Otávio construiu (já era previsto construir) o palacete dos Leões, em 1928, e para lá mudou-se. Assim ficou livre o andar de cima, da casa. Lá foi morar o Alarico Stumm, sobrinho do João e do Otávio. Contudo, antes do Alarico mudar, ficou morando lá um rapaz que não lembro o nome, sozinho, funcionário da Empresa e que, de repente, por razões até hoje desconhecidas, se matou enforcado, gerando uma consternação e um clima ruim geral. O Alarico, casou com a jovem Nair Amorin, irmã da Maria Amorin, que casou com o Homéro Bós e ambas, filhas do Sr. Leôncio Amorin, que era Zelador do lindo Cassino da Estância Hidromineral do Itaí. Nessa casa nasceram os filhos da Nair e do Alarico, respectivamente, a Maria Cledí e o Luiz Alberto. A Cledí, moça linda e charmosa, foi Miss Ijuí, Rainha do Carnaval e casou com o destacado político Fernando Gonçalves, de Palmeira das Missões, que, em final de carreira, foi Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).


Em 1942 acontece o primeiro e fatal acidente da VARIG com o trimotor Junkers logo ao decolar de Porto Alegre e nele estava e morreu o Otávio Bós. Foi um choque para a sociedade ijuiense. Eu tinha 3 anos e lembro vagamente. Era meu tio avô, pois irmão do meu avô João Batista.


Nos acertos dos ativos e passivos do grupo das empresas, tiveram que acertar quem fica ou quem compra ou quem vende o que? O Alarico compra o Sobrado onde já morava e fica com o Contrato de fornecimento de dormentes para a Viação Férrea. Fica morando em cima e monta seu Escritório no térreo e o Marino e Homero com os outros, ocupam uma área do prédio grande do chamado “Engarrafamento” junto as Oficinas, a Madeireira e a Serraria, que, em verdade era tudo meio junto, no final da rua e junto aos trilhos do trem que limitava toda área (até hoje). Foram anos de sucesso, trabalho e prosperidade. Alarico ampliou o sobrado construindo uma extensão de mais 2 janelas no andar superior e uma garagem e uma sala no térreo. Não lembro exatamente quando, mas Alarico resolveu ir morar mais perto do Centro e não sei quem ocupou o apartamento. Lembro, contudo, que um tempo depois, quem foi morar lá foi o casal Benno Orlando Burmann e sua esposa dona Diva e tudo ia bem até que uma tragédia atingiu a família. Junto aos fundos de um lado da casa existia (acho que ainda existe) uma grande cisterna reservatório de água, com uma tampa móvel. Pois brincando no pátio uma menininha filha da Diva e do Orlando cai dentro e se afoga. Se bem me lembro era uma garotinha de uns 3 anos. Ijuí inteiro chorou. Foi traumático. Orlando e Diva se mudam e algum tempo depois o Alarico voltou a morar lá.

















Os anos passaram, o Alarico e a Nair morreram e o filho Luiz Alberto seguiu o negócio do pai ocupando o mesmo Escritório, tendo também, uma bela fazenda de uns 300 hectares próximo a Alto da União. Mas acontece que um dia, voltando de carro, de Porto Alegre para Ijuí, o Luiz Alberto se acidenta e morre e mais um capítulo se integra a história da casa. Depois disso, imagino que por acertos familiares, a casa ficou de posse do Engº Paulo Stumm que, também, prematuramente deixou esta vida vitimado pelo Covid... e mais um elo triste se junta na história. Atualmente não sei quem a ocupa ou quem é seu dono ou ainda se está no espólio de algum inventário. Mas não há que se negar que ela é testemunha viva de uma grande história dela mesma e da cidade que a contêm. E do alto da coxilha onde passa o Trem, ela contempla o surgimento de novos e altos prédios, ouvindo ao longe o langor e precisão do vetusto e lindo relógio da Igreja Evangélica, perene símbolo da religiosidade de nosso povo.
AUTOR: Luiz Carlos Sanfelice, Advogado Jubilado pela OAB/RS e Auditor Senior. Porto Alegre. E-mail: lcsanfelice@gmail.com






sábado, 27 de abril de 2024

Engenheiro Egon Jost, nascido em Ijuí, orgulhosamente foi quem sincronizou e fez funcionar as engrenagens da ponte levadiça sobre o rio Guaíba, em Porto Alegre!

Dr. Luiz Carlos Sanfelice, especial para o blog IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL:

Tenho escrito sobre filhos de Ijuí que, fora daqui, por seu trabalho e atuação humana e profissional, levaram ao Brasil e ao Mundo o nome de nossa jovem cidade e a consagraram como terra de gente pujante e honrada. Com orgulho e emoção trago hoje à vocês a brilhante história de vida do Engenheiro Civil, Mecânico e Eletricista o ijuiense EGON JOST.

Poucos de vocês o conheceram pessoalmente pois cedo saiu daqui, mas espalhou inteligência, aptidão, competência e profissionalismo na Suíça, Alemanha e Brasil. E no Brasil, em todas as hidrelétricas, desde Itaipu, Furnas, Tucuruí, Monte Belo e outras grandes e no Vão Móvel da Ponte do Guaíba, que funciona até hoje, porque Egon Jost, debruçado sob esquemas e gráficos, sincronizou os motores que, sem o menor desvio, ergue os 4 cantos do vão móvel com a mesma precisão, até hoje.

 Qualificado em Civil, Mecânica e Elétrica, sentava de igual pra igual com todos Engenheiros, tendo a plena noção da interveniência de uma na outra, especialmente no caso de água, concreto, mecânica de movimento e geradores. Isso não é para qualquer um.

Filho de Alfredo Jost, comerciante e da Professora Gertrud Rymann Jost, nasceu em em Ijuí, no dia 27 de abril de 1930. Concluiu o Ginásio no Sinodal de São Leopoldo em 1945. Graduou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS em 1953. Casou com Lorely Sonia Genz (de Ijuí) em 1954 e em 1955 já foi chamado à Suíça onde ingressou na “Maschinen Fabrik Oerlikon” (MFO).

Casal Egon e Lorely, aos 80 anos de idade

O jovem casal morou na Suíça por dois anos, onde além da perfeição técnica de um bom descendente de alemão, incluiu a precisão milimétrica dos Suíços, em suas decisões. Acabou ingressando na SIEMENS na Alemanha, onde aprimorou seus conhecimentos e em outubro de 1957 voltaram ao Brasil. Imediatamente a SIEMENS designa-o para montar o painel de instrumentos de operação do Vão Móvel da Ponte do Guaíba, na cidade de Porto Alegre, em fase final de obras e cuja inauguração estava prevista (como de fato foi) para 1958, pelo então Governador Ildo Meneghetti, com o nome de “Travessia Régis Bittencourt”.

         A bela e majestosa ponte levadiça sobre o rio Guaíba, em Porto Alegre

O irmão do Egon, o Hardy Jost, morava comigo em Porto Alegre junto com o Mário Matte (filho do conhecido Bruno Matte)e a gente sabia. O Egon passou noites e noites inteiras debruçado sobre todo o esquema elétrico até esgotar tudo na teoria e, um dia, fomos juntos lá ver se a ponte subia. E subiu serena, tranquila, sem roncos ou estalos, até a altura prevista. Só não tomamos um fogo de “champagne Don Perignon” porque nem tinha aqui, e nem nós tanto dinheiro pra comprá-la.

Nosso peito ficou estufado e cheio de ideal cívico, pois UM IJUIENSE fez a ponte funcionar. 1957: sabe o que isso significava? O Governo pôs uma placa que lá ficou por muitos anos,  (e não sei por que tiraram): “Engº Responsável – EGON JOST”. Inaugurada a Ponte e tudo ajustado, Egon e esposa foram morar em São Paulo, sede da SIEMENS do Brasil.

UMA CURIOSIDADE: Durante muitos anos as placas dos automóveis tinham o nome da cidade, e em baixo seis algarismos tomados de 2 em 2. Por exemplo: 32.54.87, ou 32.29.76. No Rio Grande do Sul sempre o primeiro par era 32. Aí então o Egon, ainda estudante, brincou que se visse um carro 32.32.32 ele o seguiria, e se o cara tivesse uma filha, ele a namoraria. Acredite: aconteceu e ele namorou a menina por um bom tempo.

Embasados num sólido casamento do tipo “até que a morte os separe”, Egon e Lorely tiveram 3 filhos:

Casal Egon e Lorely, aos 80 anos de idade, com seus três filhos .
Casal Egon e Lorely, aos 80 anos de idade, com seus três filhos.












- BEATRIZ JOST BREUEL, nasceu em 1958. Graduou-se em Arquitetura e casou com Maximilian Breuel, Engenheiro, e tem dois filhos: Christian Max e Thomas Alexander, ambos casados;

- ELIZABETH JOST SOUTO, nasceu em 1960. Graduou-se em Enfermagem e casou com Francisco José Prates Souto, Médico, e também têm dois filhos: André Luís e Gabriele, ambos casados;

- JULIO ALFREDO JOST, nasceu em 1965. Diretor do “Resort Ponta dos Ganchos”, em Santa Catarina. Casou com Andrea Barone, Designer de Interiores e igualmente o casal têm dois filhos, ambos solteiros, Giuliana e Felipe.

Os netos já geraram cinco bisnetos. Embora Egon e Lorely tenham curtido com amor o crescimento dos filhos e desfrutado a imensa alegria de aconchegar em seus braços seis dos queridos netos, Egon por ter deixado esta vida em agosto de 2015, não chegou a conhecer nenhum dos cinco bisnetos nascidos, até agora. Contudo Lorely, viúva, desfrutando agora de uma saudável e merecida velhice, aos 93 anos, saudosa de seu querido Egon, participa do crescimento dos bisnetos.

Uma carreira brilhante e apesar do rigor de uma empresa severa, Egon galgou rapidamente posições e, por seu mérito, tornou-se DIRETOR da SIEMENS do Brasil, ainda em 1967, com apenas 36 anos. Constantemente na Europa e em países americanos, não estava em SP quando do terrível incêndio do Edifício Andraus, que sediava toda a administração da Siemens brasileira. Sua sala foi destruída, todos seus preciosos arquivos com projetos de grandes Usinas e outras atividades, foram perdidos. Na ocasião ele estava em viagem para tratar de assuntos da hidrelétrica de “Yacyretã”, em Buenos Aires, Argentina.

Trabalhador incansável, logo que pode adquiriu um sítio pertinho de SP e lá nos finais de semana “recarregava” suas “baterias”. Comprou uma bela casa em Ilhabela para a família desfrutar as férias de verão e estar junto ao mar. Interessante que enquanto morou no RS, fez uma casa na praia de Jardim Atlântico e nunca a vendeu. Manteve como elo com a família (avós, tios, primos e amigos de Ijuí, e com o próprio RS).

Essa casa pertence hoje à sua filha mais velha, Beatriz, que a mantêm e onde reúne a família de gaúchos e não gaúchos, mas todos tendo Egon como elo comum. Egon se aposentou em 1991 no honroso cargo de Diretor da SIEMENS.

MAS ANTES, O IMPENSÁVEL ACONTECEU:

Egon, passageiro de um voo comercial de rotina, a caminho de Manaus, de repente ouve o Comandante chamar: “Atenção Engº Egon Jost, por favor, compareça com urgência na cabine de comando!” Deus do céu??? Como??? O Comandante nem me conhece, mas sabe meu nome. Nossa!!! Egon saltou do assento e ‘voou’ até a cabine.

 O Comandante lhe diz: “O Rio Grande do Sul, está parado, e precisam de você em Porto Alegre. A ponte elevada do Guaíba enguiçou no meio caminho, nem sobe nem desce. Parou tudo! Um navio que ia passar mal conseguiu parar.  Centenas de milhares de pessoas, em ônibus, carros e caminhões, de ambos os lados, estão presos no trânsito, que não anda nem para frente e trás. Engarrafou toda região.

Tudo parado e disseram que só você conhece como funciona aquela ponte, e sua parte levadiça. Por caminhos impossíveis você foi localizado a bordo deste avião e eles estão “na escuta” via rádio para saber o que fazer. (Nenhuma surpresa na vida pode ser tão surpresa como uma coisa assim).

E agora?... “Faz mais de 35 anos que fiz aquela ponte funcionar”... Mas, quem sabe, sabe. Quem tem conhecimento e preparo sabe ‘onde pisa’ e logo tudo ‘da alma’ do esquema da Ponte passou por sua cabeça e a possibilidade do que era, “se iluminou” na sua mente.

Chegou a conclusão de que o vão da ponte estava torto, deslocado. Egon identificou qual torre estava fora do prumo. Manou então acessassem um determinado ‘disjuntor’ e perguntou: “vejam se não tem um ninho de pássaros ou penas junto ao disjuntor? Se não tem uma pena de ave interrompendo a corrente?” Ora, ora, ora, meu Deus do céu!!!... lá estava a dita pena. Bastou removê-la e o circuito funcionou. Agora tinha que nivelar o vão que estava torto. Egon, via o rádio do avião, (e o avião voando) foi dizendo, “tanto pra cá, tanto pra lá” até que os instrumentos marcassem a sincronização restabelecida. E assim foi...

Naqueles inacessíveis cantinhos da construção da ponte, no meio d’água, nada poderia ter acesso na área de controles e máquinas, a menos que voasse, e o local é cheio de pássaros que ali vivem, constroem seus ninhos. Portanto, a conclusão foi que, mesmo que parecesse inusitado uma simples e despretensiosa pena da asa de um deles – dos pássaros - foi, de algum modo, ali pousar e interrompeu a corrente. O engenheiro Egon imaginou essa possibilidade. Não deu outra.

“DÁ PRA ACREDITAR NUMA LOUCURA DESSAS”???? Pois aconteceu e, mais uma vez, um ijuiense brilhou no mundo. Isto não é romance. É vida real e é nossa, daqui, da querida Ijuí. Quando andar por Porto Alegre, olhe aquela Ponte e lembre-se do Egon e desta história, sua contribuição na área da engenharia gaúcha, do Brasil e do mundo.

Adore sua terra e valorize seus nobres filhos. Se eu fosse Vereador ou Prefeito, proporia eternizar seu nome, por tudo que fez e foi, com uma rua, uma grande obra, com seu nome. Hoje, 27 de abril, exatamente hoje, Egon completaria 94 anos.

Contribuição especial para o Blog IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL do Dr. Luiz Carlos Sanfelice, Porto Alegre, RS.

E-mail: lcsanfelice@gmail.com

sábado, 30 de março de 2024

Médico, Intendente, Cônsul... Dr. Ulrich Kuhlmann, trabalhou em Ijuí, no princípio do século passado...

 Compartilhamos a coluna do IJUHY de ANTIGAMENTE no Jornal da Manhã de hoje procurando resgatar e relembrar a trajetória de vida da Família Kuhlmann, em especial de um dos primeiros médicos a fixar residência, e trabalhar aqui, por muitos anos, realizando inestimáveis serviços para toda comunidade local e regional. Sua atuação, liderança e contribuição em diversos segmentos sociais foram significativas na Colônia, com resultados duradouros até os dias de hoje.



domingo, 9 de julho de 2023

A cidade de Ijuí quase foi transferida para às margens do rio Ijuí...

 Esse movimento e expectativa de transferir a recém-criada Colônia de Ijuhy para mais próxima do rio Ijuí surgiu por volta de sete ou oito anos, depois de sua fundação em 1890, quando já estava sendo administrada pelo engenheiro Dr. Augusto Pestana.

Ainda não sabemos, mesmo com muita pesquisa em documentos antigos, qual seria o motivo para tal decisão, que certamente iria afetar muitos imigrantes já estabelecidos na área central da Colônia. Por outro lado, houve também pessoas que levaram a sério a decisão e proposta que ora estava sendo apresentada.

Entre elas, o imigrante russo Emil Glitz, que já estava estabelecido na vila com uma casa comercial e hospedaria (hotel Glitz), na esquina das ruas 19 de Outubro com a do Comércio. Atendendo apelo do engenheiro Augusto Pestana, administrador da Colônia de Ijuhy, em 1898, Emil Glitz transferiu sua casa comercial para as proximidades do rio Ijuí, onde atualmente está a ponte da RS-155. Ali dedicou-se também a plantação de cana-de-açúcar, construiu um alambique e ainda cuidava de uma barca que fazia a travessia do rio.

Porém, em 1906, dando-se conta de que o centro da Vila continuava a se expandir onde está até os dias de hoje, Emil Glitz decidiu retornar com sua família ao local de origem, passando a cuidar, novamente, de sua casa comercial e do hotel, que já existia, próxima dos trilhos... que seria construído em 1912...

 🤔VOCÊ SABIA QUE:🙃

 ✅ Num breve momento da história política de Ijuí, 1925-27, o coronel Dico esteve ausente da liderança política: *"Nesse período ele não foi intendente em decorrência do Pacto de Pedras Altas, que não permitia a reeleição. Nesse período, o Coronel Steglich esteve à frente do governo Municipal e, após a sua renúncia, o médico Ulrich Kulhmann assumiu a Prefeitura.

✳️ Em fins de 1934, houve eleições municipais em Ijuí e, pela primeira vez, o Cel. Dico levava um número expressivo de votos contrários. Acontecia que os colonos estavam descontentes com o preço pago pela banha, pelos donos dos chamados "Sindicatos da Banha". Os colonos aproveitaram a primeira vez que o voto era secreto e votaram contra. (Fonte: Programa Memória Viva do MADP).

 REFERÊNCIAS:

- BINDÉ, Ademar Campos. Obras centenárias de um pioneiro. O Repórter, Ijuí, 16 abr. 2011. História, p. 10.

- IJUÍ – 1912 – 1962. Revista histórica dos 50 anos da emancipação de Ijuí. Ijuí: Livraria Serrana, 1962.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Entrevista do radialista Hélio Lopes falando do mundo esportivo e do rádio do IJUHY de ANTIGAMENTE!


Radialista há 50 anos em Ijuí, Hélio Lopes é o entrevistado da semana. Na pauta, o começo na profissão, o radiojornalismo esportivo, as transmissões inesquecíveis e várias histórias desse grande locutor que segue em atividade na Rádio Repórter.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

PRAÇA DA REPÚBLICA EM 1916...

 
Na época, uma cerca evitava que animais entrassem e danificasse o gramado, plantas e flores na Praça... que estava em construção... sob a supervisão de Francisco Berenhäuser...

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Tenista ijuiense Paulo Weckerle faleceu neste domingo, às 12h30min, em Itajaí, no dia 05 de setembro de 2021....

Foto do arquivo da Família.

Os filhos Mário, Marta e Norma Weckerle comunicaram neste domingo(5) com pesar o passamento de seu pai Paulo Weckerle ocorrido às 12h30. Paulo Weckerle, atuou em vários clubes de Tênis em Ijuí. A morte do ex-tenista aos 92 anos que consterna a comunidade desportista de Ijuí, ocorreu em Itajaí-SC e os atos fúnebres foram realizados em Balneário Camboriú.


O JORNALISTA ADEMAR CAMPOS BINDÉ, EM REPORTAGEM ESPECIAL PUBLICADA NA PÁGINA QUE MANTINHA NO JORNAL O REPÓRTER, ENTREVISTOU WECKERLE, EM 2011. MATÉRIA PUBLICADA NO DIA 12 DE MARÇO DE 2011:

UM COLECIONADOR DE TÍTULOS NO TÊNIS


Nesta página de reminiscências vamos destacar, hoje, algumas passagens mais importantes da trajetória vitoriosa de Paulo Weckerle, que, sem favor nenhum, deve ser colocado na galeria dos maiores tenistas de Ijuí. Ele reside já há alguns anos na cidade catarinense de Blumenau e mesmo nos seus 83 anos de idade ainda não deixou de lado a raquete. Atualmente participa apenas esportivamente em duplas nos fins de semana.

Mesmo distante, Paulo Weckerle não esquece Ijuí, sua terra natal, e sempre que pode tem vindo por aqui rever seus amigos. Foi numa dessas ocasiões, há algum tempo atrás, que o encontramos próximo à Praça da República. Já que na rua não era possível lhe entrevistar, aproveitamos para lhe fazer um pedido: nos escreva recordando seus bons tempos de sua vitoriosa carreira no tênis, pois pretendemos rememorá-la nas páginas do jornal “O Repórter”. Anotamos nosso endereço num jornal que ele carregava e nos despedimos.
Claro, que algumas coisas da carreira de Paulo Weckerle nós conhecemos e já tínhamos destacado nos jornais onde atuamos. Aguardamos a sua resposta, chegamos a pensar que ele havia esquecido do nosso pedido. Mas não, então vamos hoje registrar o que ele nos conta e acrescentar alguns dados mais que conseguimos recolher.
Seus pais vieram morar em Ijuí, lá pelo ano de 1922. Pouco tempo depois era fundado o Tênis Clube Ijuhy. Eles começaram a frequentar o clube e costumavam levar junto os filhos Jorge (nascido em 1925) e Paulo (nascido em 1928). Aos poucos, os meninos puderam empunhar as raquetes apoiadas debaixo dos braços. Assim, revela Paulo Weckerle “foi se fixando no pensamento que este esporte lhes pertencia”.
Aos 15 anos, Jorge concluiu os estudos em Porto Alegre e Paulo também concluiu os estudos no IPA, onde praticou seu tênis. A Sogipa convidou Paulo para ser defensor do clube, tornando-se sócio esportivo. Logo recebeu orientação de alguns expoentes do clube, que o fizeram aprimorar os golpes melhores para se projetar adiante. Logo, Paulo começou a alcançar projeção e atingiu a primeira classe, começando a somar vitórias sobre vitórias, títulos sobre títulos e passando a formar um invejável quadro de troféus.
Após, passou a defender a Leopoldina Juvenil e depois ajudou a Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo a conquistar, pela primeira vez, o título de campeã estadual de tênis. Quando se mudou para Santa Cruz do Sul, Paulo Weckerle conquistou muitas vitórias, junto com Bruno Schütz, Edy Schütz, Alfonso Kuhn, Adriano Cezar, Eugênio Hamelschlager e Sebaldo Rosenbach, lembrando que “só fomos trucidados por Cachoeira do Sul, diante dos tenistas Omar Bergmann, Ernesto Petersen e dos irmãos Schöeler, pois vitórias e derrotas são iguais, foram lutas, as lutas são iguais”.
Então, Paulo Weckerle começa a recordar os bons tempos do tênis em Ijuí. “Nos anos de 1936 e 1937, me lembro de que Ijuí possuía bons jogadores de tênis, com Júlio Heller, Guilherme Kleemann, Norberto Hoff, Jorge e Carlos Hocevar, e um pouco mais tarde, Hary Reimann, Claus Socolowski, Bibi Kleemann, Knudsen e outros que não lembro mais”.
Terminados seus estudos em Porto Alegre, os irmãos Jorge e Paulo Weckerle voltaram para Ijuí e continuaram se projetando no tênis. Formando dupla com Erion Heller, Paulo Weckerle brilhou nos campeonatos internacionais da Leopoldona Juvenil, de Porto Alegre. Também Paulo Weckerle e os irmãos Bruno e Heinz Hass destronaram os melhores tenistas de Posadas, na Argentina. Por vários anos, Paulo Weckerle sempre conquistava o primeiro lugar nos confrontos contra aqueles tenistas argentinos, até que o clube de Posadas começou a trazer bons jogadores da capital, Buenos Aires, para poder fazer frente com os tenistas de Ijuí. Mesmo assim, as disputas eram equilibradas, ora uns venciam, ora outros, os prêmios eram divididos.
Nesses confrontos com os argentinos, Paulo Weckerle ainda guarda na memória uma final empolgante que disputou com o tenista argentino Machado, na cidade de Oberá, província de Misiones. “Foi uma partida disputadíssima, de lances extraordinários, onde numa bola flutuando para fora, rebati e não concluí, poderia ter sido a minha vitória, jus, vantagem para Machado, fim, vitória de Machado no terceiro set, por 7 a 5. Porém, a minha grande vitória foi no dia seguinte quando li na manchete do jornal El Território: Enfin Paulo Weckerle caió com honores”. Essa manchete, sem dúvida, era o maior reconhecimento que o grande tenista Paulo Weckerle poderia receber.
Ainda podemos destacar na vitoriosa carreira de Paulo Weckerle, o título que ele ajudou a conquistar para a Tênis Clube de Ijuí, junto com Erion Heller (hoje já falecido), no ano de 1958. Nesse ano, que marcava o 60º aniversário de fundação da Sociedade Ginástica Ijuí, a nossa cidade foi sede das finais do Campeonato Estadual Interclubes de Tênis. Nas disputas finais contra os tenistas do Petrópole Tênis Clube, de Porto Alegre, os dois tenistas venceram todos os confrontos decisivos. Paulo Weckerle venceu Paulo Costa, por 6 a 4 e 6 a 3 e depois a Flávio Lebkuechen, por 6 a 3 e 6 a 2. Erion Heller derrotou Flávio Lebkuechen, por 7 a 5 e 6 a 0 e depois a Paulo Costa, por 6 a 1 e 7 a 5. No jogo de duplas, Paulo Weckerle-Erion Heller venceram Otávio Utinguaçú-Edmundo Giffoni, pela contagem de 6 a 1 e 6 a 1.
No naipe feminino, as tenistas ijuienses Hadda Domingues e Gelcy Kleemann ficaram com o título de vice-campeã do interior. No mesmo ano de 1958, Erion Heller conquistou o título de campeão do interior e Paulo Weckerle ficou como vice-campeão.

 Texto de ADEMAR CAMPOS BINDÉ