domingo, 31 de outubro de 2010

Capital social e padrões de participações político-social em Ijuí

 O artigo “Capital social e padrões de participações político-social em Ijuí, RS”, foi escrito pelo professor Dejalma Cremonses (http://www.capitalsocialsul.com.br/capitalsocialsul/). O trabalho (disponível em sua íntegra em: http://br.monografias.com/trabalhos915/capital-social-padroes/capital-social-padroes.shtml
O objetivo desta pesquisa foi examinar os níveis de participação político-social do município de Ijuí – Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. A hipótese principal é que práticas cada vez menos recorrentes de ações cívicas (participativas, associativas e de confiança) entre os membros da comunidade nas últimas décadas constituem a principal causa da variação negativa do capital social do município. O referencial teórico e metodológico utilizado nesta tese segue a abordagem do capital social, proposta por Robert Putnam. A segunda parte deste estudo analisa os resultados do survey aplicado no ano de 2005 (400 entrevistas). A comparação longitudinal entre o survey 2005 com o de 1968, indica o declínio de manifestações cívicas com a diminuição da participação política convencional; altos índices de desconfiança; redução do associativismo e cooperação. Estes resultados comprovam a hipótese central da variação negativa do capital social em Ijuí.
Ainda no plano teórico, segundo o autor destaca na introdução, este trabalho busca alcançar os seguintes objetivos específicos: a) tratar da análise teórico-prática da participação como pressuposto básico da democracia, fundamentada na teoria democrática, bem como avaliar os déficits da participação no contexto da democracia latino-americana e brasileira; b) estudar a variável participação no debate da cultura política e do capital social; c) avaliar os limites da participação na cultura política brasileira; d) revisar os estudos que tratam da participação político-social ao nível local, tendo como objeto de estudo o município de Ijuí, considerando seu passado histórico e sua cultura política; e) efetuar a abordagem conceitual das principais matrizes da cultura política (a matriz autoritária do coronelismo, do movimento integralista e da herança do trabalhismo); f) apresentar a Cotrijuí, o Movimento Comunitário de Base (MCB) e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí, a Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado até a Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (FAFI/Fidene/Unijuí), como exemplos de capital social, instituições nascidas do espírito associativo e da participação da população ijuiense; e g) analisar o comportamento político e o capital social da sociedade ijuiense nos dias atuais.
No capítulo 4, apresenta-se a participação nas principais matrizes da cultura política de Ijuí, bem como trata-se da organização social e econômica do município. O objetivo do capítulo não é fazer uma história do município, mas traçar um rápido esboço do processo de formação e desenvolvimento local, para melhor compreender o quadro político existente. Para isso o capítulo foi dividido em três seções: a primeira localiza o município e apresenta aspectos gerais da população e da economia; a segunda seção trata da evolução histórica, social e econômica; e a terceira trata da evolução da cultura política de Ijuí, apresentando manifestações de coronelismo (nas administrações de Augusto Pestana e Antônio Soares de Barros), além de discutir as matrizes do integralismo e do trabalhismo no poder local.
No capítulo 5, trata-se das formas de participação político-social e capital social em Ijuí – uma comparação longitudinal entre os anos de 1960 e 2005. Apresenta-se o Movimento Comunitário de Base (MCB), a Cotrijuí e a FAFI/Fidene/Unijuí como exemplos de empoderamento comunitário nos anos de 1950 e 60 e, ainda, o comportamento político do ijuiense (perfil, percepção política, variáveis referentes ao capital social). O capítulo está dividido em quatro seções específicas: a primeira discorre sobre a Cotrijuí – exemplo de cooperação entre os produtores rurais; a segunda, apresenta o Movimento Comunitário de Base como exemplo de participação comunitária; a terceira, aborda a experiência da FAFI/Fidene/Unijuí como instituição de referência regional na questão da educação e inserção comunitária, além de ser mentora intelectual do processo participativo e cooperativo regional. A última seção apresenta os resultados do survey (2005), especialmente aqueles que se referem ao comportamento político e ao capital social do ijuiense.
O capítulo final (6) é dedicado à análise e a interpretação da investigação empírica da variação dos níveis de capital social (níveis de confiança, associativismo, cooperação e participação) dos cidadãos ijuienses, e aponta para as prováveis razões da variação negativa do capital social no município. O capítulo está dividido em três seções: a primeira apresenta dados que comprovam a erosão da sociabilidade do ijuiense; a segunda trata do declínio das manifestações da política convencional: e a terceira apresenta dados que demonstam a estagnação do PIB e do IDH do município de Ijuí. A comprovação destes dados foi possível a partir de pesquisa junto aos dados eleitorais do TRE, dados econômicos (IDH e PIB/per capita) do IBGE e da FEE, além dos dados comparativos entre os surveys aplicados em 1968 e 2005, e dos depoimentos de lideranças políticas, educacionais e comunitárias locais que comprovaram a variação negativa do capital social em Ijuí.
O e-mail de contato com o professor Dejalma Cremonese que atualmente trabalha no Instituto de Sociologia e Política da Universidade Federal de Pelotas – UFPEL é: dcremo@uol.com.br
  Além deste artigo Dejalma Cremonese (que morou e foi professor na UNIJUÍ, entre os anos de 1998 até julo de 2009) escreveu outro importante artigo onde novamente a cidade de Ijuí é objeto de pesquisa e análise. Chama-se Capital social e educação: a experiência de Ijuí, RS”. O mesmo também está disponível em nosso blog

O dia em que o São Luiz superou os donos da terra!


Sob o título: “O dia em que o São Luiz superou os donos da terra!” temos um excelente artigo e pesquisa histórica feita por Maurício Brum (disponível em: http://ilusionando.wordpress.com/2010/03/06/o-dia-em-que-o-sao-luiz-superou-os-donos-da-terra/, o qual descreve com muita emoção o grande jogo amistoso e a vitória monumental do Esporte Clube São Luiz de Ijuí por 1 x 0 diante do campeão mundial Club Atlético Peñarol de Montevidéu, Uruguai, no dia 19 de outubro de 1973, quando Ijuí comemorava os 83 anos de fundação do município.

A certeza de um grande jogo, estádio da baixada lotado e a presença de grandes craques em Ijuí era manchete no jornal Correio Serrano do dia 16 de outubro de 1973. 

O E. C. Penharol era então duas vezes campeão mundial de inter-clubes, 31 vezes campeão do Uruguai, e possuía ainda três títulos sul americanos.
O investimento na época custou 5,7 mil dólares para trazer os “carboneros” e a seleção olímpica do Uruguai.

sábado, 30 de outubro de 2010

Hino do Esporte Clube São Luiz de Ijuí


Hino oficial do Esporte Clube São Luiz de Ijuí.

Hino do São Luiz, executado pela primeira vez em público na noite de 29 de maio de 2009.

GLORIOSO SÃO LUIZ

Autores: Carlos Alberto Litti Dahmer e Antônio Olesiak


O futebol une a nossa gente
Sempre na mesma emoção
Glorioso São Luiz
Clube do meu coração
Ijuí, terra das etnias
De um povo bravo e forte
Sempre lutando com raça
Pelo bem do nosso esporte


Avante, São Luiz, avante
Alvirrubro guerreiro
A nossa torcida inflama
Este Rio Grande inteiro


A terra vermelha matiza
Na cor do teu belo brasão
E a valentia do nosso povo
Contagia o teu pavilhão
Nas águas divinas do Ijuí
Batizo a minha esperança
De te ver glorioso São Luiz
Trilhando vitória e pujança


Avante, São Luiz, avante
Alvirrubro guerreiro
A nossa torcida inflama
Este Rio Grande inteiro


  Publicado em: 29 de maio de 2009.
- Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=W9-w-YDqLC8

Capital social e educação: a experiência de Ijuí - RS

O artigo “Capital social e educação: a experiência de Ijuí, RS”, foi escrito pelo professor Dejalma Cremonses (http://www.capitalsocialsul.com.br/capitalsocialsul/). O trabalho (disponível em sua íntegra em: http://br.monografias.com/trabalhos915/capital-social-educacao/capital-social-educacao.shtml#resumoa) está dividido em três seções específicas. A primeira trata da evolução do conceito “capital social” a partir da obra “A democracia da América de Tocqueville”. (A democracia na América, 1962) até Robert Putnam (Comunidade e demo­cracia: a experiência da Itália Moderna, 2002) na tradição da Ciência Política. Isso porque, embora o autor não tenha citado tal conceito, é possível perceber o “espírito” do capital social presente entre a sociedade norte-americana em meados do século XIX. No século XX, Hanifan cita o conceito pela primeira vez e, a partir dos anos 60 e 70, o conceito entra em evidência, principalmente com os estudos de Putnam. A segunda seção apresenta uma breve descrição do município de Ijuí, localizado no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (evolução histórica) para, na última seção, tratar de aspectos ligados à educação e a relação com níveis de civismo (capital social) entre os ijuienses.
 Através de uma pesquisa empírica (análise dos resultados do survey, 2005) será comprovada a hipótese de que os níveis de civismo (conança, cooperação, participação) de uma comunidade dependem dos níveis de escolaridade dos mesmos. Ou seja, quanto maior o grau de instrução das pessoas, maior o grau de civismo das mesmas.
  O e-mail de contato com o professor Dejalma Cremonese que atualmente trabalha no Instituto de Sociologia e Política da Universidade Federal de Pelotas – UFPEL é: dcremo@uol.com.br
  Além deste artigo Dejalma Cremonese (que morou e foi professor na UNIJUÍ, entre os anos de 1998 até julo de 2009) escreveu outro importante artigo onde novamente a cidade de Ijuí é objeto de pesquisa e análise. Chama-se “Capital social e padrões de participação político-social em Ijuí, RS”. O mesmo também está disponível em nosso blog.

domingo, 3 de outubro de 2010

Testemunho do grande ataque de gafanhotos no município de Ijuhy e adjacências em 1917


No Blog denominado “Sobre a Colônia Leta do Rio Novo – (1892-1953)“  há um relato e registro histórico de uma carta de 1917 de um imigrante da Letônia que morava na Colônia Rio Novo, Orleans, SC,  (e que tinha algum contato com a recém-fundada Colônia de Ijuhy). Na mesma e de forma pessoal/familiar escreve para um amigo seu que morava no Rio de Janeiro, RJ, contando em detalhes “fotográficos” como foi, e os estragos causados, pelo grande ataque de gafanhotos nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E também na então Colônia de Ijuhy,  “e suas adjacências”.

OS PRIMEIROS IMIGRANTES DA LETÔNIA

A primeiras leva de imigrantes da Letônia que chegaram no Brasil, no final do século 19 e início do 20, se fixaram em Santa Catarina, por volta de 1892. Inicialmente, ao longo do rio Novo, Orleans, então município de Tubarão, aos pés da Serra de São Joaquim. Ali esses primeiros imigrantes também fundaram sua colônia e organizaram aquela que seria uma das primeiras Igrejas Batistas em solo brasileiro.
A restituição da história da Colônia Leta do Rio Novo somente hoje é possível segundo a autora do Blog pelo fato que inúmeras cartas escritas pelos primeiros imigrantes locais e enviadas para outro familiar/amigo no Rio de Janeiro foram guardadas através dos anos, e hoje foram tornadas públicas. Ela explica: “... A história começa (como costuma acontecer) com um filho que sai de casa. Em 1917 meu tio-avô Reynaldo Purim (...), tio do meu pai, deixou o Rio Novo para estudar no Seminário Batista do Rio de Janeiro. Mais tarde ele se tornaria pastor, doutor e se provaria o grande intelectual (solteirão) da família, mas esta é outra história. De especial interesse para a reconstituição da história da Colônia está em que, durante décadas, meu tio Reynaldo (o métodico, o obsessivo — graças a Deus) arquivou as cartas que lhe mandavam, do Rio Novo para o Rio de Janeiro, os familiares e amigos que deixara para trás na Colônia.
Há anos meu pai, V. A. Purim, (nem tão métodico, mas igualmente obsessivo) vem trabalhando para resgatar do esquecimento esse material, convicto do indizível valor do que tem para contar. Não é um trabalho fácil, porque se tratam de cartas em sua maior parte manuscritas, em sua maior parte em língua leta, escritas por diversos personagens com estilos próprios, em suas próprias caligrafias, ao longo de um período de décadas. Meu pai as traduz uma a uma, em ordem cronológica, e a partir de sua própria experiência na Colônia insere indispensáveis notas de rodapé...”.

RELATO DE UM ACONTECIMENTO HISTÓRICO NA “IJUHY” DE 1917

Entre inúmeras cartas transcritas no Blog temos a de Robert Kavin  que escreve para Reynaldo Purim . A data da mesma é de 8 de novembro de 1917. O título dado a mesma é “muita gente perdeu tudo”.  Robert Kavin não era um morador/imigrante da Letônia na recente Colônia de Ijuhy.[1] Mas, não há dúvidas que ele tinha contato, familiares, amigos seus que vieram morar em nossa cidade, e através deles soube do acontecido, e sobre o qual escreve para seu amigo Reynaldo Purim, então residente no Rio de Janeiro, RJ.

Eis a seguir a íntegra de seu relato publicado no blog:

“... Provavelmente já tens notícia através de jornais de que na Província do Rio Grande do Sul foram literalmente destruídas diversas colônias, inclusive Ijuhy [Ijuí] e suas adjacências.
 A quantidade de gafanhotos seria tanta que o tráfego ferroviário estaria interrompido nas serras daquela província; aqui nas serras a espessura das camadas de gafanhotos seria mais de um metro, diante do que os serranos com suas tropas não conseguiriam prosseguir, etc.
Na semana do dia 23 de outubro (de 1917) começaram as primeiras revoadas. Muitos não pousavam, mas, todos dias passava uma nuvem de gafanhotos: um dia maior, outros dias menor. Os que pousavam eram um tanto medrosos e às vezes levantavam, saíam voando alto e iam embora. Mas havia aqueles que ao serem espantados somente mudavam de lugar. Nunca na minha vida tinha visto tantos gafanhotos. Eles devoraram grande parte do milharal e seis litros de feijão plantado; ainda bem que sobrou a maior parte, pois muita gente perdeu tudo.
No domingo, último dia de outubro, eu ia para o Rio Laranjeiras, passando pelo baixo Rio Novo, quando passaram nuvens de gafanhotos atravessando o rio. Quando cheguei na terra dos Paegles tinha ainda mais, e naquele trecho do lado do mato tinham pousado e estavam se aprontando para por ovos. Mas dentro da mata virgem não tinha nenhum.
Tendo atravessado a mata perto do morro onde mora o Leonardo, tinha ainda muito mais. Na beira do Rio Laranjeiras eram tantos que faziam barulho (com as asas e as pernas) que não se ouvia outra coisa. Ao redor da casa de Caciano eram muitos, e na maioria estavam agarrados um ao outro. Os filhos do Caciano tentavam debalde espantar, pois uma vez que estes levantavam vôo, outros tantos pousavam atrás. A tendência deles era ir para as partes mais baixas do terreno comendo tudo que havia de verde por frente. A grama dos pastos já não mais existe, e coitado do gado que não tem mais nada para comer: permanece imóvel.
Quando voltei subindo o Rio Laranjeiras a paisagem continuava cheia desses bichos. Atravessei o rio perto de onde alguma vez o Treimanis morou e subi aquele morro que subimos montados para visitar aquele conhecido teu e do Arthur, mas lá no alto não tinha nenhum.
Os brasileiros contaram que em Capivaras também lá passaram imensas nuvens de gafanhotos e pousaram e puseram ovos; quando o chão é cavado com uma enxada pode-se ver uma quantidade imensa de ovos, então calcule o estrago que vão fazer quando eclodirem em milhares de novos gafanhotos.
Também os de Rio Laranjeiras contaram sobre a chegada; segundo eles foi assustadora, devido à imensidão das nuvens de gafanhotos, comparável a uma tempestade assoladora que fez escurecer os céus e a terra. O pessoal de lá usou de tudo para tentar espantar e fazer que continuassem sua rota, e acham que conseguiram algum resultado.
Esta região é muito procurada pelos gafanhotos; começando pelo Rio da Prata até Araranguá, poucos lugares deixaram de serem incomodados por esses insetos. E agora tive noticias de que no Rio da Prata chegaram ainda mais. Também em Urussanga fizeram estragos terríveis por toda aquela área. No Barracão ficaram mais para desova do que no Rio Laranjeiras.
Dizem que no Rio Belo também foi demais. Em Palmeiras e Santa Clara também.
Soube também que perto de Campinas [Nota: o mesmo que Araranguá] grande quantidade destes bichos, ao voarem para o mar, terminaram por se afogar; agora os pescadores não podem mais ir pescar, pois se atolam até a cintura na camada de gafanhotos mortos que o mar devolve para as praias. Também temos notícias de Florianopólis, de que lá a quantidade de gafanhotos afogados foi tanta que o mar devolveu para as praias, chegando a uma camada de dois metros e meio de altura…
Ainda hoje está passando pequena quantidade deles, mas voando muito alto que dificilmente se vêem; fossem poucos não seria possível avistar. Ontem apareceu uma nuvem branca que se deslocava para os lados do Rio Pequeno e ia se afastando. Muita das serras, e não era outra coisa senão outra nuvem deles. O que mais pode acontecer só Deus sabe....”.


[1] Os Letos em Ijuí.  Segundo o historiador Ademar Campo Bindé:
 
      “Ijuí tornou-se a primeira colônia leta no Rio Grande do Sul. Segundo descreve o reverendo Frederico Linck na ‘Enciclopédia Rio-Grandense’, 5º volume, 1958, os letonianos ou letos foram atraídos para Ijuí, influenciados pelas narrativas dos agentes de colonização, que diziam ser a Colônia de Ijuhy muito parecida com a Europa. Os primeiros imigrantes letos que aqui chegaram, em 1892, vieram da Argentina, onde não estavam muito satisfeitos. Eram as famílias Aberkaln, Kuda, Kronberg, Ulrijis, Priede e Mikelson, que foram se radicar entre as Linhas 4, 5 e 6 Oeste. Pouco depois chegaram as famílias Sakis, Jahnis Sakis e Indrikis Paise, que foram ocupar colônias entre as Linhas 7 e 8 Leste, nas proximidades do rio Ijuí Grande...”.
Fonte: BINDÉ, Ademar Campos. As Etnias em Ijuí, Os Letos. Volúme 4, pp. 18-19. Ijuí, 2006.