segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ijuí > Ontem & Hoje! - Primeira sede do Jornal Correio Serrano

Imigrante alemão que fotografou Ijuí a partir da década de 1930

     O professor José Augusto Fiorin, graduado em História e pós-graduado em Ciências Sociais reproduz em seu blog importante artigo01 no qual revela que o “hobby” do imigrante alemão, Christian Walter, um dos proprietários do “Moinhos Walter” ou “Moinho Ijuí”,02 era – além de industrialista da farinha - também fotógrafo nos dias de folga. 
O fotógrafo Christian Walter tinha Ijuí em seu coração
 Além de registrar fatos e acontecimentos importantes na família também gostava de bater fotos da cidade de Ijuí que lhe acolheu com muito amor e carinho. 
Nesta foto batida por Christian Walter aparece a Praça da República em 1941, depois de reformada pela administração do Prefeito Emílio Martins Bührer. O coração de Ijuí foi mudado para mostrar a todos que o ciclo do coronelismo de Dico estava definitivamente superado. A foto foi clicada por Christian em frente da Igreja da Natividade. Aparecem ainda os prédios da Prefeitura, do Clube Ijuí e do Edifício Hocevar.
A revelação desse “hobby”foi feita por seu filho Harry Walter (hoje com mais de 80 anos). O qual informou ao professor Hilário Barbian que o gosto de fotografar do seu pai começou por volta de 1935, e dali para frente centenas de fotos foram batidas por Christian Walter. 
Outra foto histórica de Ijuí colhida por Christian Walter em torno do meio dia de um domingo de julho de 1934. O fotógrafo postou-se em frente do local onde hoje está o Edifício Moreno, conseguindo clicar uma vista inédita da cidade. A Rua do Comércio, acima dos trilhos, ainda era de chão batido. No horizonte, ainda havia matos nativos.
 Ele era um homem com visão de futuro e das mudanças que sempre acontecem, e assim justificava seu interesse em fotografar dizendo sempre que “no futuro meus filhos e meus netos poderão ver como era a cidade de Ijuí...”. Registrado na reportagem como o “alemão imigrante que gostava de fotografar Ijuí”, Christian Walter deixou não somente para a família este grande presente, mas também para todos ijuienses que amam esta terra imagens inéditas e sem dúvida históricas, que nos mostram um pouco mais de como era a cidade de Ijuí no século XX.
O registro de Christian agora é da rua do Comércio, no dia 25/jul/1937: 1) Consultório do Dr. Kulmann, hoje Relogioaria Vogt; 2) Antigo ônibus Chevrolet da Viação Koch, de Panambi, enfeitado devido ao Dia do Colono; 4) Oficina mecânica de Alberto Sabo; 5) Casa de Móveis de Alberto Jost; 6) Edifício de um Hotel, hoje Loja Quero-Quero; 6) Edifício que foi a 1ª sede da Rádio Progresso.

Importante:

1.  O artigo publicado no blog do professor José Augusto Fiorin em relação ao texto original escrito  pelo professor Hilário Barbian e publicado originariamente no jornal “Hora H”, de Ijuí,  na seção "A história através da fotografia", no dia 27 de março de 2007, é o mesmo, apenas está mais enriquecido por mais fotografias.
2. O “Moinho Ijuí” está localizado na rua Bento Gonçalves (e recentemente comemorou 85 anos de atividades em Ijuí). Para ver a reportagem sobre as festividades e o histórico da indústria acesse: http://www.ijuhy.com/noticia-ler.php?id=19293

sábado, 13 de novembro de 2010

Exposição virtual "Memória das Urnas" em Ijuí

Queremos socializar aqui a excelente exposição virtual disponibilizada pelo Museu Antropológico Augusto Pestana de Ijuí (http://www.unijui.edu.br/content/view/4879/3935/lang,iso-8859-1/) denominada de “Memória das Urnas”. A mesma tem como objetivo resgatar a história das eleições municipais em Ijuí, desde 1890 aos dias atuais.
Facsimile do menu principal da Exposição Virtual do Museu Antropológico Diretor Pestana de Ijuí
Esta exposição virtual é um projeto experimental realizado pelos acadêmicos e acadêmicas matriculados no componente curricular Práticas de Graduação I, do segundo semestre de 2008, do curso de História: Alisson da Silva Legonde, Andre Gabriel do Nascimento, Carlos Alexandre Oliveira Ávila, Charles Martin Ketzer, Daiane Pessoto Denes, Edilson Tome da Rosa, Emanuel Furini Fiúza, Fabiano Schultz Hildebrandt, Gabriel Woitchumas Kryszczun, Graciele da Rosa, Jeovani Rodrigues Jacques, Leomar Borba Medeiros, Tiago de Cordova e Vânia Kusiak, do Departamento de Ciências Sociais da UNIJUI. Sob a coordenação de Belair Stefanello e Juliana Portolan Amaral, funcionárias do Museu Antropológico Diretor Pestana e da professora Sandra Maria do Amaral.
A exposição resgata várias fotos históricas de dezenas de candidatos nas eleições durante todos os 120 anos de história de Ijuí. Exemplo disso é a foto acima onde aparece o comerciante e Intendente Antonio Soares de Barros - o Cel. Dico em pleno comício no início do século XX  O trabalho inclui uma galeria de todos prefeitos e lideranças de Ijuí, além de fotos e propagandas políticas de candidatos a prefeito e a vereadores em cada eleição.

Cidade de Ijuí tem mais de 78 mil habitantes

A população de Ijuí em 2010 é de 78.916 habitantes. Este é um dos dados do relatório que foi apresentado pelo Censo do IBGE em ato desenvolvido ontem à tarde no Salão Farroupilha, da prefeitura. O número foi atualizado em relação ao levantamento publicado no Diário Oficial da União no dia 4. O coordenador de subárea do Censo 2010, Valério Neumann, fez um raio X do município de Ijuí, que aparece com uma população concentrada em 91% na zona urbana, contra um percentual de 9% da zona rural. Os dados revelados por Neumann indicam que atualmente existem 26.781 domicílios ocupados em Ijuí. Em contrapartida, existem 1.673 domicílios vagos e outros 728 de uso ocasional, ou seja, aqueles ocupados por estudantes ou por pessoas que não residem permanentemente no município. "Temos um constante e intenso crescimento do número de unidades domiciliares, do número de edificações, mais de 1.700 unidades em relação à contagem de 2007", revela Neumann. Outro dado apontado pelo censo é de que 31 domicílios são considerados improvisados, ou seja, não são para habitação, mas os proprietários vem utilizando com esta finalidade.
O número de moradores de domicílio foi outro ponto importante apontado pelo representante do IBGE. O censo 2010 revela que existe uma média de 2,95 moradores por domicílio em Ijuí, contra 3,68 indicados em 1991. É por isso que o crescimento das construções não corresponde a um crescimento populacional. "Apesar de termos um número crescente de  domicílios isso não se reflete na mesma marcha no total da população, por causa da média de moradores por domicílio que caiu 0.93 , destacou.
Valério Neumann alertou ainda durante o encontro que aumentou consideravelmente a população com mais de 50 anos e que diminuiu a população na faixa etária de zero até 9 anos. O número de ocupantes de domicílios que possuem até 3 anos, é de 3,37%,enquanto que o número de moradores acima de 69 anos fica em 6,82%.
Neumann considera que os dados apresentados são um reflexo fiel da atualidade em Ijuí. Apesar de estar correndo o prazo de 20 dias para que as prefeituras apresentem recursos contestando os dados do Censo, Ijuí não deve recorrer dos números preliminares publicados. Nesse caso, os dados divulgados devem ser oficializados no dia 27.  Ele informa que a pessoa que porventura não tenha sido cadastrada tem até o dia 21 pode ligar para o 0800-721-8181 ou acessar o site www.censo2010.ibge.gov.br.

Municípios da Amuplam não vão registrar alteração de repasse no FPM

Os municípios da Amuplam apresentaram variações populacionais positivas e negativas, segundo os números oficiais preliminares do Censo 2010. Porém os números não vão surtir efeito nos coeficientes que determinam os repasses de recursos federais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que tem por base o número de habitantes dos municípios, calculado de acordo com faixas específicas.
Houve municípios que apresentaram crescimento. Outros, porém, decresceram, mas nenhum sofreu impacto direto nas finanças municipais. Ijuí vai manter o coeficiente (2.6) e não alcançará o sonho de chegar a um novo patamar no bolo tributário federal. A troca de coeficiente para 2.8, poderia representar 1,2 milhões a mais para Ijuí.  Mas para isso, faltaram 2.589 habitantes.
Ijuí é a cidade com maior população da região. Está na frente de Santo Ângelo (76.147 habitantes), Santa Rosa (68.573) e Cruz Alta (62.800). A cidade que mais cresceu foi Santa Rosa (6,5%). A cidade que mais recuou foi Bozano, com um decréscimo populacional de 4,36%. Os números consideram a variação em relação aos dados preliminares do Censo e a Contagem de 2007.
No Rio Grande do Sul, em comparativo ao número de habitantes estimado em 2009, o Censo 2010 registra queda de 3,1% na população. O levantamento aponta que 275 municípios gaúchos têm menos moradores do que 10 anos atrás., ou seja, 55% do total. O RS tem a menor taxa de crescimento populacional do país. Com um incremento de 3,8%, índice semelhante às médias dos países europeus, revelando uma tendência dos países emergentes. Dos 10 municípios que mais cresceram no Estado, seis são do Litoral Norte. Na lista, Xangri-lá, Arroio do Sal, Balneário Pinhal, Imbé, Cidreira e Capão da Canoa.

Fonte: Jornal da Manhã de Ijuí, do dia 13/11/2010. Disponível em:  http://www.jmijui.com.br/noticia.php?id=526

Ijuí > Ontem & Hoje! - Edifício Scharnberg

Esquina da Rua 15 de Novembro com a rua do Comércio

domingo, 7 de novembro de 2010

Histórico da construção da Igreja Evangélica de Ijuí - "Igreja da Cruz" ou "Igreja do Relógio"!

As lutas e controvérsias na manutenção da construção da atual Igreja


De acordo com o blog “Polêmica” da Rádio Jornal da Manhã (http://polemicajm.blogspot.com/); site da Rádio Progresso de Ijuí (http://radioprogresso.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26736:juiz-proclama-decisao-sobre-igreja-do-relogio&catid=21&Itemid=50); ong Defender (http://www.defender.org.br/ijuirs-justica-determina-restauro-de-templo/) parece estar próximo do fim a celeuma instalada no caso da Igreja do relógio em Ijui. A questão que tramitava na justiça a dois anos teve decisão na quinta-feira, dia 04/11/2010, quando o juiz da 3ª Vara  Civel Nasser Hatem sentenciou a necessidade de os réus, no caso da prefeitura e da Comunidade Evangélica a restaurar a igreja mantendo as características estruturais hoje existentes no templo religioso. 


Segundo a decisão do juiz, estas obras que vão abarcar tanto a parte interna quanto externa precisam obedecer os critérios e parâmetros normativos e técnicos concernentes à intervenção num prédio de valor histórico,cultural, artístico e arquitetônico, a fim de que a estrutura original seja preservada.
Na mesma ação, o titular da 3ª Vara Cível também determinou que o executivo municipal instaure processo administrativo para que este mecanismo culmine, no prazo máximo de um ano, com a decisão de tombar ou não este imóvel tradicional da Colméia do Trabalho.
 Portanto, de acordo com a sentença o município e a comunidade religiosa tem 30 dias para elaboração de um novo projeto, com multa de três mil reais por dia de atraso a determinação judicial. A ação ainda tramita em julgado, e há possibilidade de defesa. 

Histórico das discussões e causas do impasse jurídico 


O projeto inicial de reforma apresentado pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil - IECLB mantém a torre frontal e a parte do altar, nos fundos, propondo a demolição e construção do corpo da igreja em tamanho maior. Os defensores dessa proposta chegaram a coletar diversas assinaturas de apoio ao projeto. Já o Conselho Municipal de Cultura de Ijuí (Comuci), que retomou os projetos de preservação do patrimônio histórico e cultural do município, defende a preservação da Igreja por seu ‘significativo valor histórico e cultural’. Segundo a presidente do conselho, Leonilda Preissler, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também emitiu parecer recomendando a restauração do templo pelo seu valor histórico.
Sem alvará do Corpo de Bombeiros, nos últimos anos a Igreja da Cruz deixou de ser utilizada para as celebrações, que ocorrem no Centro Evangélico. O prazo de 30 dias estabelecido para que a comunidade evangélica dê início à restauração é o mesmo tempo que o Executivo tem para proceder o tombamento do prédio.

Resgate histórico da construção da Igreja Evangélica de Ijuí

Quando se vê uma grande discussão judicial sobre a restauração ou não de um cartão postal, patrimônio cultural e religioso de Ijuí, mesmo que ainda não oficialmente, gostaria de trazer a tona um pouco da história da construção da Igreja Evangélica de Ijuí “do relógio”, como é mais conhecida. Nossa fonte de pesquisa é o livro comemorativo  lançado em setembro de 1979, anunciando as festividades no ano seguinte (1980) dos 85 anos da Comunidade Evangélica de Ijuí, RS,  fundada em 1895.
O livro  foi organizado pelo professor Alexandre Heim, e segundo ele informa no prefácio, “o presente trabalho estava estruturado em duas partes: a primeira, uma tradução quase literal da ‘Tentativa de uma Apresentação Histórica’da Comunidade Evangélica de Ijuí, de autoria do ilustre antropólogo e jornalista Dr. Martin Fischer...; a segunda, um relato dos acontecimentos mais significativos da nossa Comunidade, de 1964 até a atualidade (1979)”.
O primeiro artigo, escrito pelo Dr. Fischer na verdade foi publicado, inicialmente em língua alemã, quando da Festa do Cinqüentenário da Igreja da Cruz, como também é conhecida a Igreja Evangélica de Ijuí, centro. No prefácio escrito pelo autor em 8 de maio de 1964, o mesmo  informa que por não existirem documentos originais e oficiais dos primeiros 15/20 anos de trabalho da Igreja (destruídos durante a I Guerra Mundial) ele precisou escrever seu artigo baseado num “estudo minucioso da literatura correspondente e pesquisa em jornais e registros locais.... A tarefa, então, não consistia mais em redigir uma história da Comunidade Evangélica de Ijuí, mas em reunir e pôr a salvo tanto quanto possível do indireto material da consulta disponível, para um futuro relato histórico, antes que essas fontes indiretas de pesquisa ‘secassem’, fossem ‘soterradas’ou simplesmente desaparecessem”.
Nosso espaço aqui, no momento, não é registrar ou transcrever o início ou a história completa da Comunidade Evangélica de Ijuí. Queremos aqui apenas recuperar, registrar e socializar algumas informações escritas pelo Dr. Martin Fischer e pelo professor Alexandre Heim sobre todo o movimento comunitário, o contexto da época, e toda a caminhada em prol da construção, e manutenção do principal templo religioso dos evangélicos de Ijuí, isto é, a Igreja da Cruz ou “do relógio”.
Para tanto vamos recortar e trazer aqui alguns trechos (fac-simile) publicados no livro, editado pela então Gráfica Michaelsen, intitulado “Comunidade Evangélica de Ijuí. 85 anos, 1895-1980”.

No princípio!

A Comunidade Evangélica iniciou suas atividades oficialmente na então “Colônia de Ijuhy” no dia 19 de janeiro de 1895.  Foi somente na gestão (1903-1912) do Pastor Hermann Rosenfeld que se iniciou os preparativos e o movimento para a construção do templo principal dos evangélicos da Colônia.

Lançamento da Pedra Fundamental da Igreja da Cruz, em 7 de janeiro de 1909
Assim, de acordo com o livro comemorativo dos 85 anos da Comunidade Evangélica, e artigo escrito pelo dr. Martin Fischer, através da ousadia – para a época – do Pr. H. Rosenfeld foi lançado festivamente, a 7 de janeiro de...

Festa da Cumeeira (Richtfest) da Igreja da Cruz, em 1912
Outro aspecto da Festa da Cumeeira (Richtfest), em 1912
Flagrante dos serviços de reforma e pintura para a comemoração do 85o aniversário - 1979

Comunidade Evangélica completou 115 anos no dia 19 de janeiro de 2010.

O Portal Ijuhy.com fez uma excelente e completa reportagem histórica sobre todo trabalho e presença da Igreja de Confissão Evangélica Luterana de Ijuí. 
No site há muitas fotos que mostram todo trabalho desenvolvido durante mais de século. Acesse: