Reprodução de Relatório Municipal de Atividades da Administração Municipal do ex-Prefeito de Ijuí Ortiz I. Schröer, publicado em agosto de 1999 e encartado no Jornal da Manhã de Ijuí.
Veja também:
- Parte II, publicada dia 25/09/2012. Disponível em: http://ijuisuahistoriaesuagente.blogspot.com.br/2012/09/relatorio-da-administracao-municipal-do_25.html
Parte III - final, publicada no dia 27/09/2012. Disponível em: http://ijuisuahistoriaesuagente.blogspot.com.br/2012/09/relatorio-da-administracao-municipal-do_27.html
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Documentos completos
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Relatório da Administração Municipal do ex-Prefeito de Ijuí Ortiz Iboti Schröer - em agosto de 1999. Parte I
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
O Parque da Pedreira em Ijuí - na história de vida de uma familia ijuiense!
O Parque da Pedreira
por Teobaldo Branco
Texto publicado originalmente no dia 16/11/2011, no Portal Ijuí.Com.
Disponível em: http://www.ijui.com/especiais/artigos/28152-o-parque-da-pedreira-por-teobaldo-branco
Publicado no Blog com autorização do autor.
Neste texto emocionante, o professor Teobaldo Branco conta a história
de sua família, particularmente de seu filho Élson João Antônio Branco que
pereceu afogado nas águas do lago da Pedreira no início da tarde de 13 de março
de 1983. Eis o bonito texto que o professor e escritor escreveu em homenagem ao
seu filho Élson João Antônio Branco.
Uma saudade em memória
familiar.
A última página que fechou uma
história marcada com lágrimas na existência de uma família.
A história da vida de um menino
que nasceu em 15 de maio de 1965, na Barra da Fortuna, Tenente Portela, estado
do Rio Grande do Sul. Élson João Antônio,
filho de Teobaldo e Verônica Branco.
Ele, desde berço expressava um
olhar místico, de forma enigmática, que refletia uma sensação límpida, sábia, parecia algo oculto e
profundo. Cresceu saudável contemplando horizontes de um futuro próspero, com
muitos desejos. Na Barra da Fortuna foram dois anos iniciais numa aprendizagem
de trabalhar e viver em família.
O tempo passa e assim via se
confirmando a trajetória de desenvolvimento do menino. Bem cedo começou a ler e
escrever na escola, junto com seus pais professores, que tinham muita
facilidade em compreender o meio, a história do mundo em que vivia.
O seu primeiro banco escolar
foi na Escola Estadual de Barra do Gravatá, Braga/RS, onde cursou até a 5ª série, concluindo o primeiro grau
numa escola Estadual da cidade de Braga. Durante esse tempo caminhava 6 km
todos os dias até a escola, por estrada irregular do interior.
Era um belo menino, com grande
expectativa no destino de sua vida, ele era espontâneo e participativo com a família, na escola e grupos de suas relações.
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Time da Escola. Élson com a bola, coluna da frente. O pai em pé, a direita. |
Quando menino jogou
futebol no time da escola, e também
treinava no Internacional de Sítio Tunes, uma localidade vizinha. Certa vez ele
foi colocado no time adulto, ainda menino. Recebendo proteção dos companheiros,
ele teve a sorte de fazer um gol contra um time de outra localidade. Lembro-me
como se fosse hoje, ainda menino sendo enriquecido de pequenas glórias, para os
pais e para ele era um júbilo, muita honra, momentos felizes.
O tempo ia passando e na
localidade de Barra do Gravatá, Braga, nasceu em 15 de junho de 1971, um outro lindo
menino, o mano, Gerson Luiz Carlos, com
uma diferença de 6 anos de idade. O Élson ajudou os pais cuidar de seu irmão e
estudava. Ali foram 9 anos de labuta.
Havia segundo grau somente na
cidade de Campo Novo, município vizinho, onde toda a família se transferiu para
lá. Ele começou e concluiu o segundo grau na Escola Comercial de Campo Novo. Em
Campo Novo assumia liderança no meio estudantil.
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Representando a Escola – Semana da Pátria. |
Em 25 de julho de 1978 nasceu
Bianca Meneia, uma bela menina para dar
perfeição à pátria familiar, o Élson com
13 anos e o Gerson com 7 anos. Ambos eram saudosos, espontâneos e colaboradores
com a família.
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Com a mãe na formatura de 2º grau ao receber certificado. |
Os dois meninos ajudavam os
pais cuidar e proteger a irmãzinha
Bianca. Tudo era uma vida de sacrifícios e de exigências pelas dificuldades
econômica que a família sofria, mas era imensa a vontade e a esperança de todos
familiares ter um futuro de vida, de paz, saúde
e de felicidade. Em Campo Novo foram 6 anos de lida incessante. Muitos sonhos.
O menino Élson concluiu o
segundo grau e fez vestibular na Universidade
de Ijuí - UNIJUÍ, onde ingressou no curso de administração de Empresas. Os pais
professores estaduais conseguiram transferência para Ijuí em 1982, a partir de
março. Em contato com o Professor Paulo Frizzo (da Universidade) o pai conseguiu
emprego para o Élson, na biblioteca da Fidene/Unijuí, onde estudava e
trabalhava. A família se organizou de forma precária, onde o estudo e o trabalho
era a meta que se devia seguir.
A Bianca, então com três anos, era levada pelo Élson até a Escola Maternal da
Escola Francisco de Assis –EFA. O pai na Coordenadoria, a mãe na Escola do
Osvaldo Aranha. Gerson estudava e ia buscar a Bianca na Escola pela disponibilidade maior de tempo.
O menino Élson, adolescente
sendo aprovado com resultados satisfatório na Faculdade, bem como, com ótimo
desempenho no trabalho, ia vencendo obstáculos e apreciando os louvores da vida
acadêmica.
No segundo ano foi transferido
para o setor administrativo onde funciona o arquivo da informática da
universidade. Eram dia e noite de trabalho e aulas incessantemente, mas tudo
tem uma recompensa, na lei dos justos.
Jovem, homem de ideias,
lutador, responsável pelo dever, sonhador e construtor soberano do bem, dos
justos. Percebia-se a sua força ética como projeto pessoal de vida, com uma
visão a frente do seu tempo.
Sonhador e fiel aos seus
princípios, sendo receptivo de um vasto número de amizades com colegas,
professores, parentes, familiares e meninas que lhe queriam. Ele era um menino
galã e de postura no mundo social.
Até que um dia.... nma tarde de 13 de março de
1983, logo após ao meio dia ele recebeu seu amigo e colega Valdir, que o
convidou para irem na Lagoa da Pedreira banhar-se. (Situada no final da Linha 3
Oeste, próxima ao Campus da UNIJUÍ e distante do centro da cidade 3-4 quilômetros).
Outra visão parcial do Lago da Pedreira, em Ijuí. |
Por volta das 15 horas da tarde
chegou um estudante de Campo Novo em nossa casa e informou que houve um
acidente com o Élson. Imediatamente nos dirigimos para o local e se percebeu
que o mesmo era fatal. Ele estava
deitado sem vida na praia da lagoa, uma tragédia familiar, motivo para haver
lágrimas durante todos os tempos... Não passa o luto enquanto se vive.
Uma vida ceifada que deixou um
colorido jovem nas águas límpidas do Lago da Pedreira. Um testemunho da
história de um personagem jovem, que permanecerá na memória das gerações, como
marca eterna de uma vida, momento que fechou o livro, no local onde tombou.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Laureano de Medeiros - o Pai do Tradicionalismo Gaúcho! Sempre buscou e trabalhou pela integração entre os imigrantes europeus que colonizaram nossa terra e o tradicionalismo gaúcho.
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Capitão Laureano de Medeiros - o Pai do Tradicionalismo Gaúcho. Foto: Acervo particular de Ademar C. Bindé |
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Artigo de nossa autoria publicado no Jornal da Manhã, de Ijuí, edição 19-09-1987. |
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A vida e obra de Laureano de Medeiros na visão do jornalista e historiador Ademar Campos Bindé, publicado no jornal "O Repórter" de Ijuí, no dia 23/06/2010. |
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Governador Synval Guazzelli visita Ijuí na festa dos 88 anos de fundação - em outubro de 1978
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Série Dr. Martin Fischer - 04: Plínio Brasil Milano - Primeiro Chefe do DOPS do RS e treinado pelo FBI dos EUA
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Delegado Plínio Brasil Milano treinado pelo FBI |
Plínio Brasil Milano nasceu na cidade do Alegrete, RS, no dia
07 de outubro de 1908. Casou-se com Lucia Caldas, filha do fundador do jornal
Correio do Povo e teve 4 filhos. Em 1932, na Capital formou-se em Direito, e
foi como delegado de polícia que se projetou no cenário policial nacional e internacional.
Articulador, reorganizou o aparelho policial do Estado do Rio Grande do Sul. Criou
a biblioteca da Polícia Civil e a revista "Vida Policial". O
periódico mensal era editado pela Chefia de Polícia do Rio Grande do Sul
durante o Estado Novo e apresentava uma página intitulada ”Os astros da
Coluna”, aonde ficavam fotografias, dados pessoais e profissionais, de pessoas “suspeitas” de
fazerem parte da “Quinta Coluna”[01]
e que tinham passado pelo interrogatório do DOPS/RS.
Plinio montou o
primeiro serviço de contra-espionagem do País. Com este serviço desfez uma rede
nazista no Rio Grande do Sul, que lhe valeu um convite do FBI (EUA) para
participar de um curso de investigação (1943). Também desmantelou uma rede
internacional de tráfico humano que atuava no RS, São Paulo, no Uruguai e na
Áustria. Foi Milano que organizou a primeira ação de defesa civil no Estado
durante a enchente de 1941 em Porto Alegre. Com seus homens, salvou centenas de
vidas e evitou saques nas casas alagadas, além de distribuir agasalhos e
alimentos.
O chefe do DOPS(RS) e agente do FBI
A Delegacia de
Ordem Política e Social – DOPS do Rio Grande do Sul, (cuja sede estava situada
na rua Santo Antônio, 600, em Porto Alegre), cujo primeiro chefe foi Plínio
Brasil Milano, foi regulamentada como setor independente e especializado, a
partir de 1937. No Rio Grande do Sul, o órgão responsável pela repressão dos
crimes políticos até 1937 era a 3ª Delegacia Auxiliar.
Durante sua
chefatura, Plínio estabeleceu importantes contatos com o FBI – órgão Departamento
Federal de Investigação dos Estados Unidos responsável pelas investigações no
território norte americano – pois, para a política externa norte-americana, o
Rio Grande do Sul “era crucial para os planos de contra-espionagem” porque
“tinha uma grande população de europeus natos ou de descendentes de europeus, e
fazia limite com o Uruguai e Argentina, países que tendiam para o Eixo”[02]
Além disso, Plínio era muito estimado pelo FBI, pois
reconhecia a necessidade do Brasil possuir uma polícia política articulada e
eficiente aos moldes da agência norte-americana, ou seja, “a avaliação que
Plínio fazia das necessidades de segurança interna do Brasil coincidiam com as
metas do FBI em relação ao Brasil”[03].
Plínio solicitou
que um agente do FBI fosse trabalhar junto a ele no DOPS/RS, iniciando o
processo de aperfeiçoamento da organização e do treinamento policial. Uma das
evidências do aparelhamento do órgão gaúcho pela agência americana é a
existência de um radiogravador utilizado para escutas telefônicas que se
encontra no Museu da Polícia Civil, em Porto Alegre.
Em memorando encaminhado à agência dos Estados
Unidos, em 10 de abril de 1943, Plínio afirmava que o agente especial do FBI
que trabalhasse no DOPS/RS “teria acesso aos arquivos da polícia, permissão
para interrogar prisioneiros e gozaria de todos os direitos de um membro do
DOPS/RS”.[04]
No início de
1943, o chefe do DOPS/RS foi convidado
pelo órgão para visitar a academia de treinamento em Washington, Estados
Unidos. No seu regresso, ao término daquele ano, Plínio e quarenta agentes
especiais do FBI foram designados para trabalhar na Polícia Federal do Rio de
Janeiro. Mesmo com a transferência, Plínio continuou estabelecendo relações
entre a polícia gaúcha e o FBI até sua morte. O período compreendido entre 1945
e 1964 apresentou em relação ao período do Estado Novo elementos de
continuidade das práticas de polícia política e na legislação.[05]
Plinio Brasil Milano e Dr.Martin Fischer
Em nossas
pesquisas, encontramos na “Coleção Martin Fischer”, existente no Museu
Antropológico Diretor Pestana – MADP de Ijuí, que reúne documentos pessoais do imigrante
e historiador - que residiu em Ijui (RS) até sua morte em 1979 - mais uma carta, na qual, podemos observar as
grandes relações que Dr, Martin Fischer possuía com nomes que fizeram a história
do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo.
Nesta carta em particular, datada de 30 de outubro de 1942, Martin agradece ao Delegado Chefe do DOPS(RS) Dr. Plinio Brasil Milano, a intervenção feita por ele, junto ao Delegado de Iraí, através de um simples telegrama, ordenando que o mesmo, coloca-se Fischer em liberdade, uma vez que ele ali se encontrava preso sob acusações de espionagem nazista. (Mais detalhes sobre esse episódio ver o artigo 03 da “Série Dr. Martin Fischer”, sob o título “Aspectos históricos e biográficos da vida de Martin Fischer, idealizador e fundador do Museu Antropológico Diretor Pestana - MADP de Ijuí - um ´HEIMATMUSEUM`!”, disponível em: http://ijuisuahistoriaesuagente.blogspot.com.br/2012/08/serie-dr-martin-fischer-03-sobrevivente.html
Além do
Dr.Martin Fischer, agradecer a Plinio por ter o considerado um ”homem de bem”,
ainda deixa muito claro que a partir
daquele momento tinha uma divída de gratidão que nunca seria esquecida e que
seria retribuída para o resto da sua vida. (conf.: MADP 0.6.4 pasta 05
documento 120).
Não sabemos se o
Dr.Martin Fischer teve tempo de retribuir sua gratidão, pois Plinio Brasil
Milano no dia 22 de outubro de 1944
, foi morto, aos 36 anos de idade, em Montevidéu, Uruguai, durante uma
operação de contra-espionagem.
Mas, por outro
lado, conseguimos entender a surpresa e a tristeza da noticia desta morte para
Fischer, quando encontramos o telegrama enviado ao então Delegado do DOPS(RS)
em 1944, Theobaldo Neumann expressando suas condolências (MADP 0.6.4 pasta 05
documento 133) e a correspondência
enviada ao Inspetor Chefe do DOPS (RS) Evaldo Bergmann, na qual as
palavras escritas no papel questionam essa fatalidade... “Quem compreende o
destino e a Divina Onipotência?”.... ( Martin Fischer,MADP
0.6.4 pasta 05 documento 134).
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Cópia
de Telegrama despachado em 24 de outubro de 1944.
Acervo do MADP de Ijuí. |
Transcrição do telegrama: Ao “....Dr.Theobaldo Neumann, então Delegado
Ordem Politica e Social – DOPS em Porto Alegre. Profundamente abalado pela
noticia do falecimento do excelentíssimo benemérito Dr.Plinio Brasil Milano
venho pela presente prestar a Vossência os meus sinceros pêsames. Respeitosas
recomendações. Martin Fischer...”
Referências e notas explicativas:
[01]
QUINTA COLUNA é um termo usado para se referir a grupos
clandestinos que trabalham dentro de um país ou região, ajudando a invasão
armada promovida por um outro país em caso de guerra internacional, ou facção
rival no caso de uma guerra civil. Por extensão, o termo é usado para designar
todo aquele que auxilia a ação de forasteiros, mesmo quando não há previsão de
invasão.
A origem da
expressão remonta a Emílio Mola Vidal, general nacionalista espanhol que atuou
na Guerra Civil Espanhola. O termo ganhou força no curso da Segunda Guerra
Mundial, denominando aqueles que, de dentro dos Países que combatiam o Eixo,
apoiavam a política de Guerra nazista e de seus aliados, tal como aconteceu com
parte dos alemães que habitavam os Sudetos ou com os fascistas Brasileiros.
A ação de uma
quinta coluna não se dá no plano puramente militar. Assim como os demais
partícipes de uma guerra, os elementos quinta-colunistas agem por meio da
sabotagem e da difusão de boatos. Em outras palavras, pode-se dizer que a força
da quinta coluna reside tanto na possibilidade de "atacar de dentro",
como na capacidade de desmobilizar uma eventual reação à agressão que se
intenta. Fonte: Wikipedia. Disponível em: www://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_coluna
[02] HUGGINS, Martha. Polícia e
Política: Relações Estados Unidos/América Latina. São Paulo: Cortez, 1998,
p. 73.
[03] Ibid.
[04] Ibid., p. 73-74).
[05] BAUER, Caroline Silveira. O Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul
(DOPS/RS): Terrorismo de Estado e Ação de Polícia Política durante a Ditadura
Civil Militar Brasileira. Revista Ágora, Vitória, n. 5, 2007, p. 1-31. Disponível em: https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:cG7o7sMU6e4J:periodicos.ufes.br/agora/article/download/1908/1420+&hl=PT-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESiofK2ZP1pV_g6Ho9yHI8Xa41vlt32ZJZqkAS6XMHw-wEnD2UdVEcQkHr_FzUtNjtCbWVo7w5kohzErLNVoOe7v5ZIeff2hJVCl_Ue2l1ojM80GXt7L8Az8f0VkkW-WUYRQfc-R&sig=AHIEtbTemrkwlQhMqZgyOBgIdPlUYvGR1g
Pesquisadora e historiadora Marcia Adriana Krug
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