As lutas e controvérsias na manutenção da construção da centenária Igreja!
De acordo com o blog “Polêmica” da Rádio Jornal da Manhã (http://polemicajm.blogspot.com/); site da Rádio Progresso de Ijuí (http://radioprogresso.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26736:juiz-proclama-decisao-sobre-igreja-do-relogio&catid=21&Itemid=50); ong Defender (http://www.defender.org.br/ijuirs-justica-determina-restauro-de-templo/)
parece estar próximo do fim a celeuma instalada no caso da Igreja do
relógio em Ijui. A questão que tramitava na justiça a dois anos teve
decisão na quinta-feira, dia 04/11/2010, quando o juiz da 3ª Vara Civel
Nasser Hatem sentenciou a necessidade de os réus, no caso da prefeitura
e da Comunidade Evangélica a restaurar a igreja mantendo as
características estruturais hoje existentes no templo religioso.
Segundo
a decisão do juiz, estas obras que vão abarcar tanto a parte interna
quanto externa precisam obedecer os critérios e parâmetros normativos e
técnicos concernentes à intervenção num prédio de valor
histórico,cultural, artístico e arquitetônico, a fim de que a estrutura
original seja preservada.
Na
mesma ação, o titular da 3ª Vara Cível também determinou que o
executivo municipal instaure processo administrativo para que este
mecanismo culmine, no prazo máximo de um ano, com a decisão de tombar ou
não este imóvel tradicional da Colméia do Trabalho.
Portanto,
de acordo com a sentença o município e a comunidade religiosa tem 30
dias para elaboração de um novo projeto, com multa de três mil reais por
dia de atraso a determinação judicial. A ação ainda tramita em julgado,
e há possibilidade de defesa.
Histórico das discussões e causas do impasse jurídico
O projeto inicial de reforma apresentado pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil - IECLB mantém a torre frontal e a parte do altar, nos fundos, propondo a demolição e construção do corpo da igreja em tamanho maior. Os defensores dessa proposta chegaram a coletar diversas assinaturas de apoio ao projeto. Já o Conselho Municipal de Cultura de Ijuí (Comuci), que retomou os projetos de preservação do patrimônio histórico e cultural do município, defende a preservação da Igreja por seu ‘significativo valor histórico e cultural’. Segundo a presidente do conselho, Leonilda Preissler, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também emitiu parecer recomendando a restauração do templo pelo seu valor histórico.
Sem
alvará do Corpo de Bombeiros, nos últimos anos a Igreja da Cruz deixou
de ser utilizada para as celebrações, que ocorrem no Centro Evangélico. O
prazo de 30 dias estabelecido para que a comunidade evangélica dê
início à restauração é o mesmo tempo que o Executivo tem para proceder o
tombamento do prédio.
Resgate histórico da construção da Igreja Evangélica de Ijuí
Quando
se vê uma grande discussão judicial sobre a restauração ou não de um
cartão postal, patrimônio cultural e religioso de Ijuí, mesmo que ainda
não oficialmente, gostaria de trazer a tona um pouco da história da
construção da Igreja Evangélica de Ijuí “do relógio”, como é mais
conhecida. Nossa fonte de pesquisa é o livro comemorativo lançado em
setembro de 1979, anunciando as festividades no ano seguinte (1980) dos
85 anos da Comunidade Evangélica de Ijuí, RS, fundada em 1895.
O livro foi organizado pelo professor Alexandre Heim,
e segundo ele informa no prefácio, “o presente trabalho estava
estruturado em duas partes: a primeira, uma tradução quase literal da
‘Tentativa de uma Apresentação Histórica’da Comunidade Evangélica de
Ijuí, de autoria do ilustre antropólogo e jornalista Dr. Martin
Fischer...; a segunda, um relato dos acontecimentos mais significativos
da nossa Comunidade, de 1964 até a atualidade (1979)”.
O
primeiro artigo, escrito pelo Dr. Fischer na verdade foi publicado,
inicialmente em língua alemã, quando da Festa do Cinqüentenário da
Igreja da Cruz, como também é conhecida a Igreja Evangélica de Ijuí,
centro. No prefácio escrito pelo autor em 8 de maio de 1964, o mesmo
informa que por não existirem documentos originais e oficiais dos
primeiros 15/20 anos de trabalho da Igreja (destruídos durante a I
Guerra Mundial) ele precisou escrever seu artigo baseado num “estudo
minucioso da literatura correspondente e pesquisa em jornais e registros
locais.... A tarefa, então, não consistia mais em redigir uma história
da Comunidade Evangélica de Ijuí, mas em reunir e pôr a salvo tanto
quanto possível do indireto material da consulta disponível, para um
futuro relato histórico, antes que essas fontes indiretas de pesquisa
‘secassem’, fossem ‘soterradas’ou simplesmente desaparecessem”.
Nosso espaço aqui, no momento, não é registrar ou transcrever o início ou a história completa da Comunidade Evangélica de Ijuí. Queremos
aqui apenas recuperar, registrar e socializar algumas informações
escritas pelo Dr. Martin Fischer e pelo professor Alexandre Heim sobre
todo o movimento comunitário, o contexto da época, e toda a caminhada em
prol da construção, e manutenção do principal templo religioso dos
evangélicos de Ijuí, isto é, a Igreja da Cruz ou “do relógio”.
Para
tanto vamos recortar e trazer aqui alguns trechos (fac-simile)
publicados no livro, editado pela então Gráfica Michaelsen, intitulado
“Comunidade Evangélica de Ijuí. 85 anos, 1895-1980”.
No princípio!
A
Comunidade Evangélica iniciou suas atividades oficialmente na então
“Colônia de Ijuhy” no dia 19 de janeiro de 1895. Foi somente na gestão
(1903-1912) do Pastor Hermann Rosenfeld que se iniciou os preparativos e
o movimento para a construção do templo principal dos evangélicos da
Colônia.
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Lançamento da Pedra Fundamental da Igreja da Cruz, em 7 de janeiro de 1909 |
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Festa da Cumeeira (Richtfest) da Igreja da Cruz, em 1912 |
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Outro aspecto da Festa da Cumeeira (Richtfest), em 1912 |
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