sexta-feira, 28 de junho de 2024

Antigo casarão das Famílias Bos e Stumm na rua 20 de Setembro, em Ijuí... Artigo especial do Dr. Luis Carlos Sanfelice

 

Uma das mais antigas e bem conservadas casas de Ijuí, localizada no final da rua 20 de Setembro, tem uma longa história de alegrias e tristezas, de sucessos e tragédias. Construída entre 1910 e 1915, está a caminho dos seus 120 anos, mas lá está firme, bonita, habitável e muito bem conservada. Tem sido motivo, com justa razão, de curiosidade das gerações mais recentes. Não sei tudo do dia a dia de sua história, mas sei o bastante para ilustrar e registrar sua existência. Vou escrever do jeito que conheci e do que sei dela.

Quem a construiu foram os irmãos João Batista Bós Filho (hoje nosso aeroporto) e seu irmão Otávio Fernando Bós (o da Casa dos Leões) No andar de cima foi morar Otávio pois João já morava num palacete na rua do Comércio ao lado do ‘seu’ Lulu Ilgenfritz e na frente do Firmino Lucchese. No andar térreo foram instalados os Escritórios das firmas dos Bós que eram a Bós Irmãos, a Hickenbick & Bós Ltda. a Colla & Bós Ltda. e a Trevisan, Bós & Cia. que se dedicavam as seguintes atividade, respectivamente: Madeireira e fornecedor de dormentes para a Viação Férrea; Fábrica de Carroças, Gaiotas e de Pipas para Vinho e Barris para Cachaça; Fabricava Moinho para Trigo e Engenho Descascador de Arroz e, finalmente, esta com filial em Santana do Livramento, operava com Exportação e Importação de Cereais e Forragens. Na foto abaixo onde aparece a Bandeira do Rio Grande, tinha uma enorme placa que anunciava esse conjunto de empresas.


João Batista morreu milionário em 1927 com 36 anos deixando viúva e 6 filhos e levando consigo a honra de ter sido um dos acionistas-fundadores da VARIG, e o seu mano Otávio ficou dirigindo o Grupo. Marino Bós e Homero Bós eram os filhos homens mais velhos do João Batista e assumiram ao lado do tio. Otávio construiu (já era previsto construir) o palacete dos Leões, em 1928, e para lá mudou-se. Assim ficou livre o andar de cima, da casa. Lá foi morar o Alarico Stumm, sobrinho do João e do Otávio. Contudo, antes do Alarico mudar, ficou morando lá um rapaz que não lembro o nome, sozinho, funcionário da Empresa e que, de repente, por razões até hoje desconhecidas, se matou enforcado, gerando uma consternação e um clima ruim geral. O Alarico, casou com a jovem Nair Amorin, irmã da Maria Amorin, que casou com o Homéro Bós e ambas, filhas do Sr. Leôncio Amorin, que era Zelador do lindo Cassino da Estância Hidromineral do Itaí. Nessa casa nasceram os filhos da Nair e do Alarico, respectivamente, a Maria Cledí e o Luiz Alberto. A Cledí, moça linda e charmosa, foi Miss Ijuí, Rainha do Carnaval e casou com o destacado político Fernando Gonçalves, de Palmeira das Missões, que, em final de carreira, foi Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).


Em 1942 acontece o primeiro e fatal acidente da VARIG com o trimotor Junkers logo ao decolar de Porto Alegre e nele estava e morreu o Otávio Bós. Foi um choque para a sociedade ijuiense. Eu tinha 3 anos e lembro vagamente. Era meu tio avô, pois irmão do meu avô João Batista.


Nos acertos dos ativos e passivos do grupo das empresas, tiveram que acertar quem fica ou quem compra ou quem vende o que? O Alarico compra o Sobrado onde já morava e fica com o Contrato de fornecimento de dormentes para a Viação Férrea. Fica morando em cima e monta seu Escritório no térreo e o Marino e Homero com os outros, ocupam uma área do prédio grande do chamado “Engarrafamento” junto as Oficinas, a Madeireira e a Serraria, que, em verdade era tudo meio junto, no final da rua e junto aos trilhos do trem que limitava toda área (até hoje). Foram anos de sucesso, trabalho e prosperidade. Alarico ampliou o sobrado construindo uma extensão de mais 2 janelas no andar superior e uma garagem e uma sala no térreo. Não lembro exatamente quando, mas Alarico resolveu ir morar mais perto do Centro e não sei quem ocupou o apartamento. Lembro, contudo, que um tempo depois, quem foi morar lá foi o casal Benno Orlando Burmann e sua esposa dona Diva e tudo ia bem até que uma tragédia atingiu a família. Junto aos fundos de um lado da casa existia (acho que ainda existe) uma grande cisterna reservatório de água, com uma tampa móvel. Pois brincando no pátio uma menininha filha da Diva e do Orlando cai dentro e se afoga. Se bem me lembro era uma garotinha de uns 3 anos. Ijuí inteiro chorou. Foi traumático. Orlando e Diva se mudam e algum tempo depois o Alarico voltou a morar lá.

















Os anos passaram, o Alarico e a Nair morreram e o filho Luiz Alberto seguiu o negócio do pai ocupando o mesmo Escritório, tendo também, uma bela fazenda de uns 300 hectares próximo a Alto da União. Mas acontece que um dia, voltando de carro, de Porto Alegre para Ijuí, o Luiz Alberto se acidenta e morre e mais um capítulo se integra a história da casa. Depois disso, imagino que por acertos familiares, a casa ficou de posse do Engº Paulo Stumm que, também, prematuramente deixou esta vida vitimado pelo Covid... e mais um elo triste se junta na história. Atualmente não sei quem a ocupa ou quem é seu dono ou ainda se está no espólio de algum inventário. Mas não há que se negar que ela é testemunha viva de uma grande história dela mesma e da cidade que a contêm. E do alto da coxilha onde passa o Trem, ela contempla o surgimento de novos e altos prédios, ouvindo ao longe o langor e precisão do vetusto e lindo relógio da Igreja Evangélica, perene símbolo da religiosidade de nosso povo.
AUTOR: Luiz Carlos Sanfelice, Advogado Jubilado pela OAB/RS e Auditor Senior. Porto Alegre. E-mail: lcsanfelice@gmail.com






segunda-feira, 24 de junho de 2024

domingo, 23 de junho de 2024

Depoimento exclusivo do último membro vivo da "Dinastia Verri" no futebol de Ijuí: VILMAR VERRI!


Vilmar Verri (o “Gucha”), que completa HOJE, dia 23 de junho de 2024, seu aniversário:  84 anos de idade. Atualmente mora em Maracajú, Mato Grosso do Sul, desde o ano de 1978, quando lá chegou para montar a seção de peças agrícolas da então Cotrijuí...

É um dos filhos de Waldemar Verri (o Bica), irmão do Edílio Verri (o Piranha) que por muito tempo foi goleiro do São Luiz, Ouro Verde e do Grêmio Esportivo Gaúcho.

Vilmar – e sua irmã Vilmarina - é um dos descendentes – o único ainda vivo - e faz parte da “Dinastia dos Verri no Futebol do IJUHY de ANTIGAMENTE”, assim denominada pelo jornalista e historiador Ademar Campos Bindé.

Recordamos que a Dinastia Verri começa  por volta de 1916, quando os quatro irmãos Verri iniciaram jogando – e como fundadores – dos primeiros times de futebol a se organizar na cidade de Ijuí: Severino (goleiro e zagueiro no “Oriental Foot-Ball Club” - 1916-1919 - e no “Grêmio Ijuhyense - 1919-?); Ulisses (jogador de linha do “Oriental - 1916-1919 - e do “Grêmio Ijuhyense -  1919-?); Caetano (goleiro do “Oriental” - 1916-1919 -  e do “Grêmio Ijuhyense” - 1919-?); e Rodolfo (jogador de linha do “Oriental” – 1916-1919 – e do “Grêmio Ijuhyense” – 1919-?).

Segundo Bindé, em 1919, quando o Oriental mudou sua denominação para Grêmio Foot-Ball Ijuhyense, os irmãos Verri passaram a defender os gremistas.

A “Dinastia do Verri”, iniciada em 1919 chega ao seu ápice com o jogador “Dunga”. A partir de seu ingresso, inicialmente, como jogador atacante do Internacional e depois da Seleção Brasileira, e posteriormente, como Capitão e Técnico da Seleção.

Dunga, filho de Edelceu Verri (centroavante e filho do Caetano) é primo do Vilmar Verri.

Caetano Verri teve 6 filhos, que jogaram no futebol ijuiense. Entre eles, o Edelceu Verri, pai do Dunga, e Waldemar Verri (o Bica) pai do sr. Vilmar Verri (o “Gucha”), hoje com 83 anos, o qual segundo sua filha Suzi Giacomel, o mais idoso vivo.

Nas últimas semanas, antes de completar mais um aniversário, neste dia 23 de junho, a pedido de sua filha, Suzi Giacomel, Vilmar Verri gravou um vídeo especial e exclusivo para os amigos(as) do IJUHY de ANTIGAMENTE e Projeto IJUÍ – MEMÓRIA VIRTUAL, recordando sua infância, família, seu pai, o futebol no IJUHY de ANTIGAMENTE.


sábado, 22 de junho de 2024

89 anos do Hospital de Caridade... Hoje: Hospital de Clínicas de Ijuí - HCI, uma história de participação e apoio comunitário!


 Compartilhamos nossa coluna publicada no Jornal da Manhã de hoje, 22/06/2024. Na semana relembramos, com alegria, que com um grande movimento das lideranças locais e de ação comunitária de toda comunidade ijuiense, em 1935, se dava os primeiros passos - com a realização de sua primeira Assembleia Geral - para a criação e construção de nosso grande, importante, referência e indispensável Hospital de Caridade de Ijuí - o HCI, hoje, com a denominação de Hospital de Clínicas Ijuí... Amanhã, 23 de junho, data também importante, registramos a concretização dos ideais de 1935, ou seja, a inauguração do edifício, primeiro bloco hospitalar do HCI, sete anos depois da primeira reunião, de 1940.

De lá para cá os serviços, importância, necessidades e ampliações do complexo hospitalar do HCI só cresceu, se qualificou tecnologicamente e principalmente se ampliou para todo o estado do RS. Em especial se tornou e é uma referência e pronto atendimento regional de saúde. *Parabéns, gratidão e o nosso reconhecimento ao HCI, colaboradores, Diretoria, médicos, e à todos que de uma forma ou outra colaboram na manutenção e crescimento dessa casa de saúde!

Há 62 anos também nós tivemos o privilégio e a graça de Deus de nascer na maternidade do HCI e, durante nossa infância, anos 1970,  sermos operado - no centro cirúrgico - às pressas - pelo saudoso Dr. Nascimento, de uma apendicite aguda...

sábado, 27 de abril de 2024

Engenheiro Egon Jost, nascido em Ijuí, orgulhosamente foi quem sincronizou e fez funcionar as engrenagens da ponte levadiça sobre o rio Guaíba, em Porto Alegre!

Dr. Luiz Carlos Sanfelice, especial para o blog IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL:

Tenho escrito sobre filhos de Ijuí que, fora daqui, por seu trabalho e atuação humana e profissional, levaram ao Brasil e ao Mundo o nome de nossa jovem cidade e a consagraram como terra de gente pujante e honrada. Com orgulho e emoção trago hoje à vocês a brilhante história de vida do Engenheiro Civil, Mecânico e Eletricista o ijuiense EGON JOST.

Poucos de vocês o conheceram pessoalmente pois cedo saiu daqui, mas espalhou inteligência, aptidão, competência e profissionalismo na Suíça, Alemanha e Brasil. E no Brasil, em todas as hidrelétricas, desde Itaipu, Furnas, Tucuruí, Monte Belo e outras grandes e no Vão Móvel da Ponte do Guaíba, que funciona até hoje, porque Egon Jost, debruçado sob esquemas e gráficos, sincronizou os motores que, sem o menor desvio, ergue os 4 cantos do vão móvel com a mesma precisão, até hoje.

 Qualificado em Civil, Mecânica e Elétrica, sentava de igual pra igual com todos Engenheiros, tendo a plena noção da interveniência de uma na outra, especialmente no caso de água, concreto, mecânica de movimento e geradores. Isso não é para qualquer um.

Filho de Alfredo Jost, comerciante e da Professora Gertrud Rymann Jost, nasceu em em Ijuí, no dia 27 de abril de 1930. Concluiu o Ginásio no Sinodal de São Leopoldo em 1945. Graduou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS em 1953. Casou com Lorely Sonia Genz (de Ijuí) em 1954 e em 1955 já foi chamado à Suíça onde ingressou na “Maschinen Fabrik Oerlikon” (MFO).

Casal Egon e Lorely, aos 80 anos de idade

O jovem casal morou na Suíça por dois anos, onde além da perfeição técnica de um bom descendente de alemão, incluiu a precisão milimétrica dos Suíços, em suas decisões. Acabou ingressando na SIEMENS na Alemanha, onde aprimorou seus conhecimentos e em outubro de 1957 voltaram ao Brasil. Imediatamente a SIEMENS designa-o para montar o painel de instrumentos de operação do Vão Móvel da Ponte do Guaíba, na cidade de Porto Alegre, em fase final de obras e cuja inauguração estava prevista (como de fato foi) para 1958, pelo então Governador Ildo Meneghetti, com o nome de “Travessia Régis Bittencourt”.

         A bela e majestosa ponte levadiça sobre o rio Guaíba, em Porto Alegre

O irmão do Egon, o Hardy Jost, morava comigo em Porto Alegre junto com o Mário Matte (filho do conhecido Bruno Matte)e a gente sabia. O Egon passou noites e noites inteiras debruçado sobre todo o esquema elétrico até esgotar tudo na teoria e, um dia, fomos juntos lá ver se a ponte subia. E subiu serena, tranquila, sem roncos ou estalos, até a altura prevista. Só não tomamos um fogo de “champagne Don Perignon” porque nem tinha aqui, e nem nós tanto dinheiro pra comprá-la.

Nosso peito ficou estufado e cheio de ideal cívico, pois UM IJUIENSE fez a ponte funcionar. 1957: sabe o que isso significava? O Governo pôs uma placa que lá ficou por muitos anos,  (e não sei por que tiraram): “Engº Responsável – EGON JOST”. Inaugurada a Ponte e tudo ajustado, Egon e esposa foram morar em São Paulo, sede da SIEMENS do Brasil.

UMA CURIOSIDADE: Durante muitos anos as placas dos automóveis tinham o nome da cidade, e em baixo seis algarismos tomados de 2 em 2. Por exemplo: 32.54.87, ou 32.29.76. No Rio Grande do Sul sempre o primeiro par era 32. Aí então o Egon, ainda estudante, brincou que se visse um carro 32.32.32 ele o seguiria, e se o cara tivesse uma filha, ele a namoraria. Acredite: aconteceu e ele namorou a menina por um bom tempo.

Embasados num sólido casamento do tipo “até que a morte os separe”, Egon e Lorely tiveram 3 filhos:

Casal Egon e Lorely, aos 80 anos de idade, com seus três filhos .
Casal Egon e Lorely, aos 80 anos de idade, com seus três filhos.












- BEATRIZ JOST BREUEL, nasceu em 1958. Graduou-se em Arquitetura e casou com Maximilian Breuel, Engenheiro, e tem dois filhos: Christian Max e Thomas Alexander, ambos casados;

- ELIZABETH JOST SOUTO, nasceu em 1960. Graduou-se em Enfermagem e casou com Francisco José Prates Souto, Médico, e também têm dois filhos: André Luís e Gabriele, ambos casados;

- JULIO ALFREDO JOST, nasceu em 1965. Diretor do “Resort Ponta dos Ganchos”, em Santa Catarina. Casou com Andrea Barone, Designer de Interiores e igualmente o casal têm dois filhos, ambos solteiros, Giuliana e Felipe.

Os netos já geraram cinco bisnetos. Embora Egon e Lorely tenham curtido com amor o crescimento dos filhos e desfrutado a imensa alegria de aconchegar em seus braços seis dos queridos netos, Egon por ter deixado esta vida em agosto de 2015, não chegou a conhecer nenhum dos cinco bisnetos nascidos, até agora. Contudo Lorely, viúva, desfrutando agora de uma saudável e merecida velhice, aos 93 anos, saudosa de seu querido Egon, participa do crescimento dos bisnetos.

Uma carreira brilhante e apesar do rigor de uma empresa severa, Egon galgou rapidamente posições e, por seu mérito, tornou-se DIRETOR da SIEMENS do Brasil, ainda em 1967, com apenas 36 anos. Constantemente na Europa e em países americanos, não estava em SP quando do terrível incêndio do Edifício Andraus, que sediava toda a administração da Siemens brasileira. Sua sala foi destruída, todos seus preciosos arquivos com projetos de grandes Usinas e outras atividades, foram perdidos. Na ocasião ele estava em viagem para tratar de assuntos da hidrelétrica de “Yacyretã”, em Buenos Aires, Argentina.

Trabalhador incansável, logo que pode adquiriu um sítio pertinho de SP e lá nos finais de semana “recarregava” suas “baterias”. Comprou uma bela casa em Ilhabela para a família desfrutar as férias de verão e estar junto ao mar. Interessante que enquanto morou no RS, fez uma casa na praia de Jardim Atlântico e nunca a vendeu. Manteve como elo com a família (avós, tios, primos e amigos de Ijuí, e com o próprio RS).

Essa casa pertence hoje à sua filha mais velha, Beatriz, que a mantêm e onde reúne a família de gaúchos e não gaúchos, mas todos tendo Egon como elo comum. Egon se aposentou em 1991 no honroso cargo de Diretor da SIEMENS.

MAS ANTES, O IMPENSÁVEL ACONTECEU:

Egon, passageiro de um voo comercial de rotina, a caminho de Manaus, de repente ouve o Comandante chamar: “Atenção Engº Egon Jost, por favor, compareça com urgência na cabine de comando!” Deus do céu??? Como??? O Comandante nem me conhece, mas sabe meu nome. Nossa!!! Egon saltou do assento e ‘voou’ até a cabine.

 O Comandante lhe diz: “O Rio Grande do Sul, está parado, e precisam de você em Porto Alegre. A ponte elevada do Guaíba enguiçou no meio caminho, nem sobe nem desce. Parou tudo! Um navio que ia passar mal conseguiu parar.  Centenas de milhares de pessoas, em ônibus, carros e caminhões, de ambos os lados, estão presos no trânsito, que não anda nem para frente e trás. Engarrafou toda região.

Tudo parado e disseram que só você conhece como funciona aquela ponte, e sua parte levadiça. Por caminhos impossíveis você foi localizado a bordo deste avião e eles estão “na escuta” via rádio para saber o que fazer. (Nenhuma surpresa na vida pode ser tão surpresa como uma coisa assim).

E agora?... “Faz mais de 35 anos que fiz aquela ponte funcionar”... Mas, quem sabe, sabe. Quem tem conhecimento e preparo sabe ‘onde pisa’ e logo tudo ‘da alma’ do esquema da Ponte passou por sua cabeça e a possibilidade do que era, “se iluminou” na sua mente.

Chegou a conclusão de que o vão da ponte estava torto, deslocado. Egon identificou qual torre estava fora do prumo. Manou então acessassem um determinado ‘disjuntor’ e perguntou: “vejam se não tem um ninho de pássaros ou penas junto ao disjuntor? Se não tem uma pena de ave interrompendo a corrente?” Ora, ora, ora, meu Deus do céu!!!... lá estava a dita pena. Bastou removê-la e o circuito funcionou. Agora tinha que nivelar o vão que estava torto. Egon, via o rádio do avião, (e o avião voando) foi dizendo, “tanto pra cá, tanto pra lá” até que os instrumentos marcassem a sincronização restabelecida. E assim foi...

Naqueles inacessíveis cantinhos da construção da ponte, no meio d’água, nada poderia ter acesso na área de controles e máquinas, a menos que voasse, e o local é cheio de pássaros que ali vivem, constroem seus ninhos. Portanto, a conclusão foi que, mesmo que parecesse inusitado uma simples e despretensiosa pena da asa de um deles – dos pássaros - foi, de algum modo, ali pousar e interrompeu a corrente. O engenheiro Egon imaginou essa possibilidade. Não deu outra.

“DÁ PRA ACREDITAR NUMA LOUCURA DESSAS”???? Pois aconteceu e, mais uma vez, um ijuiense brilhou no mundo. Isto não é romance. É vida real e é nossa, daqui, da querida Ijuí. Quando andar por Porto Alegre, olhe aquela Ponte e lembre-se do Egon e desta história, sua contribuição na área da engenharia gaúcha, do Brasil e do mundo.

Adore sua terra e valorize seus nobres filhos. Se eu fosse Vereador ou Prefeito, proporia eternizar seu nome, por tudo que fez e foi, com uma rua, uma grande obra, com seu nome. Hoje, 27 de abril, exatamente hoje, Egon completaria 94 anos.

Contribuição especial para o Blog IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL do Dr. Luiz Carlos Sanfelice, Porto Alegre, RS.

E-mail: lcsanfelice@gmail.com

IJUHY: a "Babel do novo mundo!"


 

sábado, 13 de abril de 2024

Significado das "inscrições, símbolos e figuras misteriosas" na Praça da República de Ijuí

Compartilhamos a coluna do IJUHY de ANTIGAMENTE no Jornal da Manhã de hoje procurando resgatar um fato curioso e misterioso para quem passa pela Praça da República de Ijuí. Em especial em frente ao palanque oficial, local em que ficam as autoridades, quando de algum momento cívico-militar na rua Benjamin Constant. Ou seja, o que significaria ou estaria escrito naquelas letras ou figuras em alto relevo no murinho de concreto que serve como balcão do palanque oficial?



sábado, 6 de abril de 2024

"Marco Zero" da Colônia do IJUHY de ANTIGAMENTE... Traçado das ruas, linhas e travessões do município de Ijuí

 Compartilhamos a coluna do IJUHY de ANTIGAMENTE no Jornal da Manhã de hoje, 06/04/2024,  procurando resgatar, relembrar e até mesmo compartilhar com muitos que ainda não sabiam de que o espaço geográfico do território da Colônia de Ijuhy, primeira criada após a Proclamação da República no Brasil, em 1890, foi detalhadamente planejado e organizado - ao menos nas primeiras décadas. A existência de um "Marco Zero" e o interessante traçado das primeiras ruas, linhas e travessões:



sábado, 30 de março de 2024

Médico, Intendente, Cônsul... Dr. Ulrich Kuhlmann, trabalhou em Ijuí, no princípio do século passado...

 Compartilhamos a coluna do IJUHY de ANTIGAMENTE no Jornal da Manhã de hoje procurando resgatar e relembrar a trajetória de vida da Família Kuhlmann, em especial de um dos primeiros médicos a fixar residência, e trabalhar aqui, por muitos anos, realizando inestimáveis serviços para toda comunidade local e regional. Sua atuação, liderança e contribuição em diversos segmentos sociais foram significativas na Colônia, com resultados duradouros até os dias de hoje.