sexta-feira, 7 de julho de 2023

Inauguração do monumento e busto em homenagem ao engenheiro Augusto Pestana, primeiro Diretor da Colônia de Ijuhy

 

A direita, o primeiro ao lado do busto é Crisanto Leite, que foi Coletor Estadual de impostos. A esquerda de terno claro e óculos, João Hoffmann, que era conhecido como João “da Ponte”, por fabricar pontes. Ao fundo o Salão Paroquial São Luiz, ainda em construção pela Igreja da Natividade.  Fonte: Jornal da Manhã, edição do dia 19/10/1991.

O busto em homenagem ao engenheiro Augusto Pestana é um dos mais antigos monumentos construído na Praça da República, numa justa homenagem ao principal impulsionador do desenvolvimento da Colônia de Ijuí, e também seu primeiro Administrador e Intendente.

Sua inauguração aconteceu no dia 19 de outubro de 1940, dentro das comemorações do cinquentenário da colonização de Ijuí. Além do busto foi colocado também um escudo da República do Brasil e ainda uma placa com os seguintes dizeres: “Ao benemérito engenheiro Augusto Pestana. O povo de Ijuí”.

Segundo o historiador e jornalista Ademar Campos Bindé, a “...atuação de Augusto Pestana como administrador da então Colônia de Ijuí começou no dia 1º de janeiro de 1899 e se estendeu por quase 14 anos. O coroamento de sua…

 🤔VOCÊ SABIA QUE:🙃

✅ A cidade de Ijuí também ficou conhecida como "Colmeia do Trabalho", título este escolhido através de um concurso promovido pelo Jornal Correio Serrano no ano de 1944: "O nome simbólico escolhido em 06/10 de 1944 para a nossa querida Ijuí foi 'Colmeia do Trabalho', nome conservado até hoje, que bem sintetiza o labor constante e progressivo do povo de nossa terra" (Fonte: CORREIO SERRANO, 27 de outubro de 1944, p.5). No entanto, já encontramos registros deste codinome "Colmeia do Trabalho" antes da referida data.

✅ Nos anos 90 a população de Ijuí passou a ser predominantemente urbana, em torno de 80% morando na área urbana. Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2000.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Os primeiros times amadores de futebol de campo de Ijuí

 

Eduardo Macuglia, bacharel em Educação Física, escreveu em 2018 seu trabalho de conclusão, ao curso de graduação em Educação Física pela UNIJUÍ, através do qual tinha como principal objetivo entender de que maneira se desenvolveu o futebol de campo amador na cidade de Ijuí, sob os relatos de ex-atletas e/ou dirigentes que hoje possuem graduação em Educação Física. Os resultados desse estudo mostram que o desenvolvimento do futebol amador no município de Ijuí decaiu com o passar das gerações, por forte influência de fatores externos como política, violência, financeiro e do incentivo por parte das famílias a dar continuidade às histórias do mundo futebolístico vivenciadas por seus familiares. A íntegra da pesquisa está disponível em: https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/handle/123456789/5446

Do trabalho de pesquisa de Eduardo Macuglia extraímos algumas anotações e informações históricas sobre os primeiros times amadores de futebol de campo do município de Ijuí:

Com base no livro de Ademar Bindé (1988, p. 16-17) Eduardo relaciona a identificação dos quatros primeiros times da cidade. São eles: o Sport Club Oriental – 1916; o Sport Club Riograndense – 1918; o Gaúcho da Linha 8 Leste – 1940, considerado o clube mais antigo do interior do município; e o time dos Onze – 1925.

Ademar Campos Bindé, em seu livro “O Futebol em Ijuí”, nos informa que “[...] o futebol chegou em Ijuí na primeira década do século 19 e se desenvolveu já na década seguinte, tanto na cidade quanto no interior. Durante a década de 60, muitas equipes conhecidas como amadoras fizeram o município de Ijuí ter um grande destaque, sobretudo, por conta de alguns clubes de futebol que tiveram visibilidade nacional.

Os primeiros times de futebol em Ijuí começaram a se formar em 1907. Segundo Bindé (1988), os primeiros praticantes tinham idade de dez a doze anos. No entanto, em seguida, os menores com idade de seis a oito anos também faziam parte do desenvolvimento do esporte na cidade.


Logo nos primeiros anos, o futebol era praticado como uma forma de lazer, digo, em campinhos, ruas dos bairros ou pátio das escolas pelas pessoas que ali habitavam, sem objetivar resultados ou metas estabelecidas. A prática do futebol também teve registros que não havia materiais específicos, como a bola que muitas vezes era improvisada, sem chuteiras ou tênis e até mesmo sem uniformes para distinguir os times que foram organizados.

 🤔VOCÊ SABIA QUE:🙃

 ✅ Uma área desabitada onde hoje se localiza a Escola Estadual de 1º Grau Rui Barbosa (Ruizinho), segundo Bindé, era o local preferido para a prática do futebol na então Vila de Ijuhy;

✳️ Os primeiros registros históricos relatam que o futebol de campo começou a ser praticado no local que se tornou conhecido como a Baixada, mesma área que hoje encontra-se o Estádio 19 de Outubro, do Esporte Clube São Luiz.

✅ Segundo Bindé ainda não foi descoberto em que época a Baixada passou a ser campo de futebol, apenas há relatos que  a partir do ano de 1916 já se jogava futebol no local. Por outro lado, pode-se afirmar que os dois primeiros clubes da cidade foram o Oriental e o Riograndense, surgidos por volta de 1916 e 1918, respectivamente.

REFERÊNCIAS:

BINDÉ, A. C. O futebol em Ijuí: documentário. Ijuí: Jornalística Sentinela, 1988.

MACUGLIA, Eduardo. Futebol amador em Ijuí - RS: fragmentos da história sob a ótica de profissionais de educação física. 2018. Monografia (Bacharelado em Educação Física) - Curso em Educação Física - Universidade de Ijuí - UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Realização do primeiro recenseamento da Colônia de Ijuhy, em 1895

 

Durante administração da Colônia de Ijuhy, em 1892-1898, a cargo de Horácio da Silva Lima (filho de José Gabriel da Silva Lima, que abriu a Picada da Conceição), considerada fraca, aconteceu a Revolução de 1893-1895, conhecida também como a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. Muito afetou o desenvolvimento da Colônia. Os créditos para as Comissões de Terras foram restritos ao mínimo.

Nessa época registra o professor Danilo Lazzarotto, em seu livro sobre a história de Ijuí, que a colonização estava num estado bem precário, tudo ainda para construir, e inúmeros imigrantes chegando. Nem as quadras da Sede estavam demarcadas. O estado sanitário por muito tempo era péssimo. Não havia remédio para a população. Ainda assim, com os esforços dos colonos e a inauguração da estrada de ferro em Cruz Alta (1894) que facilitava um tanto a comercialização de vários produtos, a situação na Colônia de Ijuhy começava a melhorar. Em 1895, é realizado o primeiro censo geral da Colônia de Ijuí e se constata uma população de 6.068 habitantes. A produção local que foi registrada no recenseamento já era expressiva, tanto na agricultura, na pecuária como na indústria, comércio e no setor de serviços.

Por causas de desavenças antigas do então Intendente de Cruz Alta, General Fermino de Paula com o pai de Horácio, o agrimensor José Gabriel (que abriu a Picada da Conceição), motivou que Horácio da Silva Lima recebesse poucos recursos do Governo do Estado e que fosse substituído de seu cargo, no dia 6 de dezembro de 1898, por decisão do então Presidente (Governador) Augusto Borges de Medeiros. Um novo Chefe da Comissão de Terras de Ijuhy seria então nomeado, o engenheiro Augusto Pestana, que tomou posse no dia 8 de janeiro de 1899.

 🤔VOCÊ SABIA QUE:🙃

 No primeiro recenseamento feito na Colônia de Ijuí, em 1895, se registrou os seguintes números:

🗒️- na agricultura: 19.439 sacos; feijão 2.799 sacos; centeio 1.483 sacos; cevada 620 sacos; trigo 2.103 sacos; batata 347 sacos; arroz 152 sacas; 15 pipas de aguardente; 7 pipas de vinho.

🐮- na pecuária: 1.177 vacuns; 73 muares; 769 cavalos; 4.979 suínos.

🏭- na indústria, comércio e no setor de ser serviços: 1 curtume; 1 fábrica de cerveja; 3 olaria; 9 moinhos; 13 casas de negócios; 3 ferrarias; 1 armeiro; 1 hotel.

 REFERÊNCIA:

LAZZAROTTO, Danilo. História de Ijuí. Cadernos do Museu, nº 06. Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2002, pp. 75-76.

terça-feira, 4 de julho de 2023

Os primeiros administradores da Comissão de Terras da Colônia de Ijuhy

 

Segundo pesquisas do professor e historiador Danilo Lazzarotto, o início da colonização de Ijuí foi orientado pelo engenheiro, José Manuel da Siqueira Couto, que era chefe da Comissão de Terras de Silveira Martins, então Distrito de Santa Maria. “Mal inaugurado o núcleo colonial a Comissão de Terras foi transferida para Ijuí e, em ofício de 20/1/1891, Siqueira Couto recebeu ordens para providenciar a sede para a instalação da Comissão (atual Prefeitura Velha) e ‘que os imigrantes se dirijam agora diretamente para Ijuí...”

No entanto Siqueira Couto ficou pouco tempo nessa comissão, segundo Danilo. Em 19/5/1891 ele foi transferido “para o lugar de Delegado das Terras de Espírito Santo”. Em seu lugar ficou, embora não nomeado, o agrimensor Luiz Augusto de Azevedo, que aliás administrou quase sempre a Colônia de Ijuí, pois na maioria do tempo Siqueira Couto permanecia em Silveira Martins.

Em 10 de maio de 1892, foi assinado uma nova Portaria designando para a Comissão de Terras de Ijuhy o agrimensor Ernesto Mutzzel Filho. Esse foi substituído pelo agrimensor Horácio da Silva Lima (filho de José Gabriel da Silva Lima). Deixou fama de “homem bom, mas fraco”. Não realizou muita coisa. Evidentemente a culpa não foi sua, segundo Lazzarotto. A colonização estava começando, não havia capitais disponíveis. O mercado mais próximo era o de Cruz Alta. Os caminhos, já em bom número, eram de difíceis manutenção, o colono mal produzia para viver. Era a “fase de subsistência” da Colônia de Ijuhy.

 🤔VOCÊ SABIA QUE:🙃

✳️Em 1895 realizou-se o *primeiro recenseamento geral da Colônia de Ijuhy. A população contada foi de 4.225 habitantes, todos moradores na margem esquerda do rio Ijuí. Os quais estavam distribuídos em 2.127 habitantes nas Linhas de Oeste e 2.098 nas Linhas Leste.

A esse recenseamento acrescentou-se um complementar, de 31 de julho de 1897, dizendo que em 1896 entraram mais 289 pessoas; em 1897 até 31 de julho, mais 166; mais os espontâneos de 1896 a 1897 em  número de 52 e ainda os mais ou menos 1.000 posseiros que invadiram os lotes medidos pelo Banco Iniciador de Desenvolvimento na margem direita, dando um total de 6.068 habitantes.

 REFERÊNCIA:

LAZZAROTTO, Danilo. História de Ijuí. Cadernos do Museu, nº 06. Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2002, pp. 72-73, 75-76.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

A Colônia de Ijuhy foi chamada e considerada a “Babel do Novo Mundo”!

 

Colônia de Ijuí em 1902, na rua do Comércio, na altura onde hoje passa os trilhos da rede ferroviária...

A Colônia de Ijuhy é considerada o primeiro projeto de colonização planejada e organizada da Primeira República. O governo do Brasil decidiu fazer um modelo diferente de povoação, não como era anteriormente na qual juntavam famílias imigrantes italianas ou alemãs e no máximo mais uma etnia, num só local, mas sim a nova proposta era reunir na nova colônia famílias vindas de locais diversificados, ou seja, de diversos países e língua. 

Tal fato aconteceu e saiu do papel oficialmente no dia 19 de outubro de 1890, com a implantação da “Colônia de Ijuí”, entre as terras de Cruz Alta e Santo Ângelo. Uma região de mata densa e fechada, no noroeste gaúcho. Ela, mais tarde foi chamada de “Babel do Novo Mundo” por um sacerdote católico polonês, Padre Antoni Cuber, em alusão a presença de habitantes oriundos de diversos locais do mundo. Num artigo do padre Antoni Cuber, publicado em polonês no “Kalendarz Polski”, de 1898, o mesmo nos informa que já naquela época havia no município cerca de 19 nacionalidades: “[...] pois este é o número de idiomas que se ouvem por aqui. Até parece a “Babel do novo mundo”... 

Pesquisas realizadas, nos tempos atuais, se constatou que no total, e no decorrer das primeiras décadas da Colônia aqui se estabeleceram no município mais de 40 etnias.

Os primeiros colonos aqui chegados se instalaram em lotes rurais de 25 hectares para cada família, fornecidos pelo governo Estadual do Rio Grande do Sul, que ficou responsável pela implantação e administração da Colônia. Os mesmos, em sua maioria eram constituídos de pequenos agricultores vindos da Europa, ou descendentes. Também estavam presentes, nesses passos iniciais de ocupação das novas terras alguns habitantes de origem indígena, africana e portuguesa que já ocupavam a região antes da criação oficial do núcleo colonial.

Portanto, segundo o professor do curso de história da UNIJUÍ, Paulo Afonso Zarth, “a presença de imigrantes de diversas procedências foi uma política deliberada do governo para evitar “quistos étnicos”, expressão utilizada para se referir aos núcleos coloniais criados anteriormente, com hegemonia de um único grupo étnico”.

VOCÊ SABIA:

  • LOCALIDADES ONDE SE FIXARAM ALGUNS GRUPOS DE IMIGRANTES: Espanhóis no Itaí; Poloneses no Povoado Santana; Letos no Distrito de Floresta; Austríaco fundaram o Rincão dos Austríacos na Linha 6 Leste, Letos no Distrito de Floresta; Italianos no Barreiro.
  • PRIMEIRO CHEFE DA COMISSÃO DE TERRAS DA COLÔNIA: O início da colonização de Ijuí foi orientado e coordenado pelo engenheiro José Manuel da Siqueira Couto, vindo de Silveira Martins, então Distrito de Santa Maria, onde já era chefe da Comissão de Terras local.

REFERÊNCIA: 
CUBER, Antoni. Nas margens do Uruguai. Ijuí: editora da UNIJUÍ. 2002. (Original polonês publicado no Kalendarz Polski, Porto Alegre. 1898.) Tradução de Edmundo Gardolinski.

ZARTH, Paulo Afonso. A “Babel do Novo Mundo”: história das relações étnico culturais através da imprensa de Ijuí, Brasil. Cultura Escolar Migrações e Cidadania ¬ Actas do VII Congresso LUSO¬BRASILEIRO de História da Educação. Dias 20 a¬ 23 Junho 2008, Porto: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (Universidade do Porto). Disponível em: https://pt.scribd.com/document/411706279/A-Babel-Do-Novo-Mundo-A-Historia-Das-Relacoes-Etnico-Culturais-Atraves-Da-Imprensa-de-Ijui#


domingo, 2 de julho de 2023

A primeira energia elétrica de Ijuí era movida a locomóvel!

 

Na foto acima (em 1999, recém reformado), um Locomóvel importado da Europa e que foi muito usado pelos primeiros imigrantes, também de Ijuí para produzir energia elétrica. Era a única forma de gerar luz, energia, para o funcionamento de engenhos de cana, alambiques, olarias, serrarias, etc... Tinha um potencial de 8 HP, movido a vapor. 

No site do Departamento Municipal de Energia de Ijuí - DEMEI (https://www.demei.com.br/pagina/view/3) temos o registro de que em outros tempos, quando a praticidade da luz elétrica não fazia parte do cotidiano dos ijuienses, as formas de obtenção de energia eram rudimentares e não supriam a demanda que crescia rapidamente. Singelas lamparinas e lampiões, a energia movida por animais e a energia hidráulica, não eram mais suficientes à crescente industrialização de nosso município. A seguir transcrição do site do DEMEI:

“Com a emancipação da cidade em 1912 e a ampliação da estrada ferroviária, o desenvolvimento era flagrante e, para acompanhá-lo, fazia-se imprescindível o uso da energia elétrica, mas enquanto ela não chegava, a luz que era oferecida à comunidade provinha de um ‘Locomóvel’, uma máquina a vapor sobre rodas. Esta iluminação iniciava ao escurecer e terminava à meia-noite. Aos notívagos, restava recuperar as lamparinas e lampiões...

Esse Locomóvel (da foto) da marca Heinrich Lanz, foi doado por Carlos Fricke e Ari Weiler, sócios da empresa Aço e Ferros Colméia Ltda. Foi reformado em 1999 pela firma Fösch & Cia. Ltda, e hoje está exposto – infelizmente malconservado - no museu localizado na Usina Velha, como um testemunho vivo de como se produzia energia elétrica no início do século passado”.

VOCÊ SABIA QUE: 

A PRIMEIRA AGÊNCIA CHEVROLET DE IJUÍ funcionava como outra empresa anexa à Casa Dico, administrada pelo filho do Cel. Dico, João Dico. A Agência de revenda, loja de peças e assessórios ficava em diagonal a Casa Dico. Ou seja, na esquina das ruas 7 de Setembro, com a rua do Comércio, onde mais tarde existia a Farmácia do “Cinco”. No prédio construído, por volta de 1925-1927, no dia 4 de julho de 1927, aconteceu uma grande exposição de automóveis em Ijuí que assinalou festivamente a inauguração do prédio com as novas instalações da agência Chevrolet, na cidade de Ijuí.

sábado, 1 de julho de 2023

A etimologia da palavra “Ijuhy” na língua Guarany

 A etimologia da palavra Ijuhy tem sua origem e uso indígena, na língua Guarany, com um ou mais significados interessantes. Fato esse que nos remete aos primeiros habitantes das terras onde mais tarde seria criada a Colônia de Ijuhy, mas também por extensão a região do Planalto Médio, Missões e Alto Uruguai...

Seu significado representa sua geografia originária, rodeada de matas e rios. Primeiramente Ijuí era escrito com a letra Y, que em guarani significa rio. Já a sílaba ‘ju’ corresponde a algo divino, celeste, pleno, completo. Houve muitas mudanças até chegar ao nome atualmente conhecido. Também é fato histórico que o nome da “nova Colônia” foi definido com base na denominação de um dos afluentes do rio Uruguai, chamado de “Ijuí”.  Inicialmente, o rio, na língua indígena, era conhecido como “rio dos Espinhos”. A forma atual somente foi definida depois que Cruz Alta se emancipou, em 1834. A partir daí, Ijuí tornou-se um Distrito, o 5º da vizinha cidade. O crescimento rápido da Colônia permitiu que ela se tornasse um município em 21 de janeiro de 1912. Homologado no dia 31 do mesmo mês, em ato solene nas dependências do Clube Ijuí...

O professor e historiador Danilo Lazzarotto em seu livro sobre a ‘História de Ijuí”, (MADP, Editora UNIJUÍ, 2002, p. 13) diz o seguinte: 

“O nome Ijuhy, ao rio, foi dado pelos índios guaranis e conservado pelos missioneiros. O seu significado varia conforme a grafia que se lhe dá. Escrevendo ‘Ïhjui’ entende-se ‘rio das rãs’, talvez o significado original; ‘Juhy’ significaria ‘rio dos espinhos’; ‘Jujuhy’, ‘rio dos pintassilgos’; mas ‘Ijuhy”, a grafia que aparece em todos os documentos até a década de 1940, só pode significar ‘rio das águas divinas’ (nobres, plenas, áureas) ou ‘rio da abelha divina’ (sincope de ‘ei’ [abelha em ‘i´, como acontece em ‘Iraí’)”. Danilo ressalta também que os “índios denominavam o rio de ‘Yjuhy Guaçu’ (Ijuí Grande) daí que se poderia dizer ‘rio das águas grandes’, mas não se derivaria do termo ‘Yjuhy”.

VOCÊ SABIA QUE: A casa antiga que ainda existe na rua Venâncio Aires, após o cruzamento com José Bonifácio, perto da antiga rodoviária e da filial do também antigo supermercado Schneider, era da Família Hintz. Nela moravam “três irmãs”...

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sexta-feira, 30 de junho de 2023

A Comunidade Evangélica é a mais antiga congregação religiosa da então Colônia de Ijuhy


Foi fundada em 19 de janeiro de 1895, em Assembleia Geral, com 220 pessoas presentes.
Denominada inicialmente como "Comunidade Evangélico - Alemã", sendo essa a língua oficial da época.
Por ocasião do "Estado Novo" se processou a Nacionalização de organizações de língua estrangeira, e com isso a Comunidade passou a denominar-se "Comunidade Evangélica de Ijuí".
O pastor Hermann Rosenfeld que exerceu a função por 9 anos, na Comunidade, deixou marcas indeléveis, tanto na história do Município, quanto na Comunidade Evangélica.
Rosenfeld fundou a Escola Paroquial Evangélica, hoje atual "Colégio Evangélico Augusto Pestana", e também o lançamento da Pedra Angular e início da construção da "Igreja da Cruz".
O lançamento da pedra fundamental da Igreja foi em 07 de janeiro de 1909, plano de construção previa que o estilo seria semelhante levemente ao gótico, em forma de cruz, daí o nome "Igreja da Cruz", hoje também conhecida como" Igreja do Relógio".
A Igreja levou 5 anos para ser construída, sendo que a inauguração foi em 08 de maio de 1914. Portanto, em 2023, completou 109 anos.
Muitos recursos financeiros para construção vieram da Alemanha, da Sociedade Gustavo Adolfo, de Berlim.
Na época, era presidente da Comunidade o Sr. Albino Brendler e também o responsável pela Comissão de Construção.
No término da primeira guerra mundial, efeitos devastadores e lamentáveis na Alemanha e extrema penúria em toda Europa central, despertou no Brasil sentimento de profunda compaixão, e a Comunidade enviou ajuda prática "do Amor ao Próximo". Sendo assim, enviados à Alemanha somas em dinheiro, alimentos e vestuário, arrecadados entre os membros.
Ainda hoje, existe algo em Ijuí que nos lembra aquele período amargo de privações na Alemanha.
É o relógio da torre da Igreja da Cruz, que, por ocasião da queda estonteante da moeda alemã, foi possível, em 1921, adquirir da Alemanha por um preço mínimo, um sólido e duradouro relógio de torre, de primeira qualidade e transportá-lo à Ijuí, onde foi montado e posto em funcionamento em janeiro de 1922, sendo que o mesmo está funcionando até hoje em perfeitas condições.

TEXTO E VÍDEO ESPECIAL PARA O Grupo IJUHY de ANTIGAMENTE de EZÉ CAVALHEIRO.

Luiz Henrique Bergel do canal o "TempoTodo" entrevista o professor Leopoldo Schonardie Filho, com longa trajetória no ensino e na educação física de Ijuí


Luiz Henrique Bergel do canal "TEMPO TODO" entrevistou, no dia 27/07/2023, o sempre professor da Unijuí, Leopoldo Schonardie Filho. A longa trajetória também em escolas de Ensino Médio, estudos permanentes e modalidades praticadas são assunto na conversa da semana. O tempo de ginástica na Sogi está na pauta, assim como a infância e o início cedo no trabalho.

domingo, 18 de junho de 2023

Antigo prédio ABANDONADO, na rua 19 de Outubro, em Ijuí, onde acontecia os ensaios da Banda "Os Rebeldes"....


Este prédio está localizado na rua 12 de Outubro, em frente ao Colégio das Irmãs, área central da cidade de Ijuí, RS. Nele aconteciam, nos anos 70, os ensaios da Banda "Os Rebeldes".

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Ijuhy da delicadeza das sedas ao tiro de um 38! Uma história real e tragicômica. Histórias do IJUHY DE ANTIGAMENTE - (1949)


 Texto e colaboração de Luiz Carlos Sanfelice

Vá no Google Maps e se não tens como, podes passar lá pessoalmente e ver na esquina da rua 7 de setembro com a rua 20 de setembro, na beira da calçada, uma velha casa cor-de-rosa, antiga no estilo e na existência, decadente, praticamente no centro da cidade de Ijuí, RS, eivada de histórias, inclusive desta que vou contar.

Que eu saiba e tenho na memória, em 1946 morava nessa casa o Sr. Vitorino Marin com sua esposa dona Cecília Lucchese Marin, filha do Fermino Lucchese e pais do conhecido Décio Régis Lucchese Marin, que foi formando da 1ª turma do Científico do CEAP (1958), junto com a Gerda Gressler, o Hervigo Costa, Hedio Heinen e outros. Ele depois foi Gerente do Banrisul e mora, hoje, aposentado, em Osório. Eram pais, também, da Denise, do Vinicius e do Enio Lucchese Marin.

Já em 1948/49 morou nessa casa o Sr. Pedro Kossa e sua esposa Maria Sanfelice Kossa, que morando e tendo comércio em Castro no Paraná, para cá vieram acompanhando seu único filho Oswaldo que deveria cumprir o Serviço Militar. Tendo servido o Exército a família voltou para Castro e ao mesmo negócio. Depois que Pedro Kossa foi embora, comprou e habitou essa casa a família de Anael Viecilli, que poucos lembram, mas ele e o Fiorindo Fantinelli eram donos do Cine Serrano e do Cine América.

Depois disso, quando a família do Anael Viecilli deixou a casa nunca mais eu soube de nada. Mas a nossa história se dá, justamente, quando Pedro Kossa ali morava.

Em Castro, Pedro tinha uma Loja que só vendia Seda, a metro. Aqui chegando instalou nessa dita casa uma loja a que deu o nome de “Casa das Sedas” (ela tinha uma porta – que foi fechada – que dava para a calçada). Os mais velhos em Ijuí talvez lembrem. Peças e mais peças de tecido de seda de tudo quanto é cor, ele tinha na Loja. As Senhoras de Ijuí e da região, adoraram. Na época não era comum. O negócio ia bem.

De certa feita, Pedro foi à Santos buscar cortes de seda, pois chegara uma importação e ele tinha que liberar os lotes. O filho no Quartel, arranchado como se dizia, Maria ficou sozinha em casa. Uma noite ela já tendo se recolhido, começou ouvir pequenos ruídos estranhos na loja, depois no escritório, gavetas abrindo, portas do birô sendo abertas. Maria levantou-se, vestida com camisola branca, longa, abriu o guarda-roupas, pegou o revólver >38 que lá guardava e ficou ali em pé, no escuro, de arma na mão, virada para a porta do quarto, esperando...

E era um ladrão... não demorou e o cara abriu a porta do quarto e na obscuridade deu de cara com o vulto daquele “fantasma” e, antes que se desse conta, ...pum... recebe um tiro nos pés...

Não dá nem para imaginar o susto e a correria louca desse cara em direção ao escuro da rua... e sumiu. Se as tábuas do assoalho não foram trocadas, ainda deve estar lá o furo da bala no chão, que atravessou o chão, e foi parar na cozinha, que era na parte de baixo.

Eu sei e conheço esta história em detalhes pois que essa ‘dona’ Maria, esposa do Pedro Kossa, era irmã mais velha do meu pai e, pois, minha tia. (Que aliás era um doce de mulher - sem o .38 na mão - a quem eu queria muito bem). Na época eu tinha 9 anos. Então, agora quando você passar por essa esquina, vai olhar e lembrar que nessa velha casa, um dia um folgado fez acontecer aquilo que se diz quando um cara se dá mal: “deu um tiro no pé”. Esse “NÃO DEU” um tiro no pé, esse “LEVOU” um tiro no pé. De graça.

Luiz Carlos Sanfelice – Porto Alegre, junho de 2023. Colaborador do Grupo IJUHY de ANTIGAMENTE.

quinta-feira, 1 de junho de 2023

SE VOCÊ QUER e PODE NOS AJUDAR PRECISAMOS DE SUA AJUDA PARA AMPLIAR O PROJETO IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL


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