Através
dos “codinomes”, grandes personagens conseguiram expressar suas opiniões e
relatar fatos polêmicos no decorrer da história.
Ernst Feder |
“Spectador” era
o codinome usado por Ernst Feder, nascido em Berlim em 18 de março de 1881. Feder foi jornalista e
editor do “Berliner Tageblatt” (1919-1931). Presidente da Associação da Imprensa
Alemã, Juiz permanente do Tribunal Internacional de Honra da Imprensa de Haia.
Possuía posição de liderança dentro do partido democrático alemão. Feder
emigrou para França em 1933 e para o Brasil em 1941 aonde continuou seus
trabalhos jornalísticos, escrevendo para “Diário de Notícias, ”Jornal do
Brasil”, ”O Jornal”, ”Jornal do Comércio”, “Diretrizes”, “A noticia”, “Gazeta”,
“Folha da Manhã”, “A noticia”, “Gazeta”, “Tribuna”, “A tarde”.
Ele retornou à Alemanha em 1957 e morreu em
Berlim, em 29 de março de 1964. Encontramos artigos de Feder, na coleção Martin
Fischer localizada no Museu
Antropológico Diretor Pestana – MADP, de Ijuí. Em noticias do Jornal Die Serra
Post, Correio Serrano, e nas correspondências trocadas entre ele e o Dr. Martin,
(conf. MADP 0.6.4 pasta 10,documentos 202,215,225) com uma linguagem de grandes
pensadores, e sentimentos de admiração e respeito mútuo.
Infelizmente não temos esta página do jornal Die Serra Post em resolução maior. |
Foi Feder um dos
mentores da resistência contra o nazismo, organizando movimentos que
mobilizaram grandes escritores e humanistas (“União dos Escritores contra o
Fascismo”, conforme o jornal “Folha Carioca 22/01/45”). Ele também foi grande
amigo de Stefan Zweig. Inclusive foi o último
ao vê-lo com vida antes do trágico suicídio dele e sua esposa em Petrópolis, no Rio de Janeiro em 1942.
Ernst Felder escreveu verdades
sobre o terror nazista (artigo “Assim fala a rádio de Berlim”... publicado no Diário
de Notícias 09/01/45); sobre a famosa “Operação Valquíria”, também relatou os
nomes dos juízes tão bem conhecidos por ele no Tribunal de Nuremberg em pleno
ano de 1945, além de fatos históricos da velha Europa, com riquezas de detalhes
nunca relatadas por outrem, trazendo grandes contribuições para o conhecimento
histórico.
E, acima de tudo, Feder
era um ser humano que acreditava realmente nas palavras do amigo Zweig, que em sua carta de despedida ansiava pela libertação do mundo do “pesadelo nazista”, com a seguinte
mensagem: “...saúdo a todos os meus amigos que ainda possam ver a aurora após a
longa noite. Eu, demasiado impaciente, vou-me embora antes (Stefan
Zweig,Petrópolis 22.11.42)....”
Anexo: Uma biografia mais completa sobre Ernst Feder:
Pesquisadora e historiadora Marcia Adriana Krug
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