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sexta-feira, 30 de junho de 2023
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
segunda-feira, 6 de setembro de 2021
Tenista ijuiense Paulo Weckerle faleceu neste domingo, às 12h30min, em Itajaí, no dia 05 de setembro de 2021....
Foto do arquivo da Família.
Os filhos Mário, Marta e Norma Weckerle comunicaram neste domingo(5) com pesar o passamento de seu pai Paulo Weckerle ocorrido às 12h30. Paulo Weckerle, atuou em vários clubes de Tênis em Ijuí. A morte do ex-tenista aos 92 anos que consterna a comunidade desportista de Ijuí, ocorreu em Itajaí-SC e os atos fúnebres foram realizados em Balneário Camboriú.
O JORNALISTA ADEMAR CAMPOS BINDÉ,
EM REPORTAGEM ESPECIAL PUBLICADA NA PÁGINA QUE MANTINHA NO JORNAL O REPÓRTER,
ENTREVISTOU WECKERLE, EM 2011. MATÉRIA PUBLICADA NO DIA 12 DE MARÇO DE 2011:
UM COLECIONADOR DE TÍTULOS NO
TÊNIS
Nesta página de reminiscências vamos destacar, hoje, algumas passagens mais
importantes da trajetória vitoriosa de Paulo Weckerle, que, sem favor nenhum,
deve ser colocado na galeria dos maiores tenistas de Ijuí. Ele reside já há
alguns anos na cidade catarinense de Blumenau e mesmo nos seus 83 anos de idade
ainda não deixou de lado a raquete. Atualmente participa apenas esportivamente
em duplas nos fins de semana.
Mesmo distante, Paulo Weckerle
não esquece Ijuí, sua terra natal, e sempre que pode tem vindo por aqui rever
seus amigos. Foi numa dessas ocasiões, há algum tempo atrás, que o encontramos
próximo à Praça da República. Já que na rua não era possível lhe entrevistar,
aproveitamos para lhe fazer um pedido: nos escreva recordando seus bons tempos
de sua vitoriosa carreira no tênis, pois pretendemos rememorá-la nas páginas do
jornal “O Repórter”. Anotamos nosso endereço num jornal que ele carregava e nos
despedimos.
Claro, que algumas coisas da carreira de Paulo Weckerle nós conhecemos e já
tínhamos destacado nos jornais onde atuamos. Aguardamos a sua resposta,
chegamos a pensar que ele havia esquecido do nosso pedido. Mas não, então vamos
hoje registrar o que ele nos conta e acrescentar alguns dados mais que
conseguimos recolher.
Seus pais vieram morar em Ijuí, lá pelo ano de 1922. Pouco tempo depois era
fundado o Tênis Clube Ijuhy. Eles começaram a frequentar o clube e costumavam
levar junto os filhos Jorge (nascido em 1925) e Paulo (nascido em 1928). Aos
poucos, os meninos puderam empunhar as raquetes apoiadas debaixo dos braços.
Assim, revela Paulo Weckerle “foi se fixando no pensamento que este esporte
lhes pertencia”.
Aos 15 anos, Jorge concluiu os estudos em Porto Alegre e Paulo também concluiu
os estudos no IPA, onde praticou seu tênis. A Sogipa convidou Paulo para ser
defensor do clube, tornando-se sócio esportivo. Logo recebeu orientação de
alguns expoentes do clube, que o fizeram aprimorar os golpes melhores para se
projetar adiante. Logo, Paulo começou a alcançar projeção e atingiu a primeira
classe, começando a somar vitórias sobre vitórias, títulos sobre títulos e
passando a formar um invejável quadro de troféus.
Após, passou a defender a Leopoldina Juvenil e depois ajudou a Sociedade
Ginástica de Novo Hamburgo a conquistar, pela primeira vez, o título de campeã
estadual de tênis. Quando se mudou para Santa Cruz do Sul, Paulo Weckerle
conquistou muitas vitórias, junto com Bruno Schütz, Edy Schütz, Alfonso Kuhn,
Adriano Cezar, Eugênio Hamelschlager e Sebaldo Rosenbach, lembrando que “só
fomos trucidados por Cachoeira do Sul, diante dos tenistas Omar Bergmann,
Ernesto Petersen e dos irmãos Schöeler, pois vitórias e derrotas são iguais,
foram lutas, as lutas são iguais”.
Então, Paulo Weckerle começa a recordar os bons tempos do tênis em Ijuí. “Nos
anos de 1936 e 1937, me lembro de que Ijuí possuía bons jogadores de tênis, com
Júlio Heller, Guilherme Kleemann, Norberto Hoff, Jorge e Carlos Hocevar, e um
pouco mais tarde, Hary Reimann, Claus Socolowski, Bibi Kleemann, Knudsen e
outros que não lembro mais”.
Terminados seus estudos em Porto Alegre, os irmãos Jorge e Paulo Weckerle
voltaram para Ijuí e continuaram se projetando no tênis. Formando dupla com
Erion Heller, Paulo Weckerle brilhou nos campeonatos internacionais da
Leopoldona Juvenil, de Porto Alegre. Também Paulo Weckerle e os irmãos Bruno e
Heinz Hass destronaram os melhores tenistas de Posadas, na Argentina. Por
vários anos, Paulo Weckerle sempre conquistava o primeiro lugar nos confrontos
contra aqueles tenistas argentinos, até que o clube de Posadas começou a trazer
bons jogadores da capital, Buenos Aires, para poder fazer frente com os
tenistas de Ijuí. Mesmo assim, as disputas eram equilibradas, ora uns venciam,
ora outros, os prêmios eram divididos.
Nesses confrontos com os argentinos, Paulo Weckerle ainda guarda na memória uma
final empolgante que disputou com o tenista argentino Machado, na cidade de
Oberá, província de Misiones. “Foi uma partida disputadíssima, de lances
extraordinários, onde numa bola flutuando para fora, rebati e não concluí, poderia
ter sido a minha vitória, jus, vantagem para Machado, fim, vitória de Machado
no terceiro set, por 7 a 5. Porém, a minha grande vitória foi no dia seguinte
quando li na manchete do jornal El Território: Enfin Paulo Weckerle caió com
honores”. Essa manchete, sem dúvida, era o maior reconhecimento que o grande
tenista Paulo Weckerle poderia receber.
Ainda podemos destacar na vitoriosa carreira de Paulo Weckerle, o título que
ele ajudou a conquistar para a Tênis Clube de Ijuí, junto com Erion Heller (hoje
já falecido), no ano de 1958. Nesse ano, que marcava o 60º aniversário de
fundação da Sociedade Ginástica Ijuí, a nossa cidade foi sede das finais do
Campeonato Estadual Interclubes de Tênis. Nas disputas finais contra os
tenistas do Petrópole Tênis Clube, de Porto Alegre, os dois tenistas venceram
todos os confrontos decisivos. Paulo Weckerle venceu Paulo Costa, por 6 a 4 e 6
a 3 e depois a Flávio Lebkuechen, por 6 a 3 e 6 a 2. Erion Heller derrotou
Flávio Lebkuechen, por 7 a 5 e 6 a 0 e depois a Paulo Costa, por 6 a 1 e 7 a 5.
No jogo de duplas, Paulo Weckerle-Erion Heller venceram Otávio
Utinguaçú-Edmundo Giffoni, pela contagem de 6 a 1 e 6 a 1.
No naipe feminino, as tenistas ijuienses Hadda Domingues e Gelcy Kleemann
ficaram com o título de vice-campeã do interior. No mesmo ano de 1958, Erion
Heller conquistou o título de campeão do interior e Paulo Weckerle ficou como
vice-campeão.
Texto de ADEMAR CAMPOS
BINDÉ