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sábado, 27 de julho de 2024

A imigração alemã em Ijuí foi predominantemente de teutos-brasileiros!

" Teuto-brasileiro é a designação genérica que se atribui aos grupos de descendentes dos imigrantes alemães que colonizaram, a partir do século XIX, os espaços destinados pelo Governo brasileiro ou por empresários particulares para sua ocupação sistemática, sobretudo nos Estados do Sul do Brasil" (André Fabiano Voigt)

Em resumo, até houve muitos alemães que realmente nasceram no atual território da Alemanha e vieram colonizar as terras do IJUHY de ANTIGAMENTE. Mas, na verdade, a maioria dos alemães que aqui chegaram e criaram suas raízes já eram descendentes dos alemães originários da Alemanha", que chegaram em nossa cidade vindos a partir das chamadas "Colônias Velhas" ou vindos de outras regiões da Europa - mas que também em sua maioria já eram descendentes... Assim, como todos tinham em comum a língua "alemã", logo eram classificados ou identificados como "imigrantes alemães", ou "Colônia Alemã"...

MAS, independente dessa curiosidade o que precisamos ressaltar e sublinhar é a inquestionável contribuição de todos os imigrantes vindos da Europa e de outros continentes - de mais de 50 povos e nações - para a formação cultural, econômica, social, educacional.... da comunidade ijuiense, durante toda a história, desenvolvimento e progresso de nossa cidade, hoje considerada a "Capital Nacional e Internacional das Etnias!"


quarta-feira, 19 de julho de 2023

Documentário "Mein zweites Zuhause - A Trajetória e o Legado do Centro Cultural de Julho Ijuí".


O vídeo conta com depoimentos de alguns dos primeiros integrantes da entidade, de famílias que têm suas histórias ligadas diretamente à casa alemã e de jovens que se comprometem a levar adiante as tradições dos antepassados. O fio condutor do documentário é como a casa alemã, desde a sua fundação, em 1987, se tornou o segundo lar de muitas famílias de Ijuí e região, sendo parte fundamental da história de várias delas. O documentário é financiado com recursos da Lei Aldir Blanc 14.017/2020, por meio de edital da Fundação Marcopolo.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

A Colônia de Ijuhy foi chamada e considerada a “Babel do Novo Mundo”!

 

Colônia de Ijuí em 1902, na rua do Comércio, na altura onde hoje passa os trilhos da rede ferroviária...

A Colônia de Ijuhy é considerada o primeiro projeto de colonização planejada e organizada da Primeira República. O governo do Brasil decidiu fazer um modelo diferente de povoação, não como era anteriormente na qual juntavam famílias imigrantes italianas ou alemãs e no máximo mais uma etnia, num só local, mas sim a nova proposta era reunir na nova colônia famílias vindas de locais diversificados, ou seja, de diversos países e língua. 

Tal fato aconteceu e saiu do papel oficialmente no dia 19 de outubro de 1890, com a implantação da “Colônia de Ijuí”, entre as terras de Cruz Alta e Santo Ângelo. Uma região de mata densa e fechada, no noroeste gaúcho. Ela, mais tarde foi chamada de “Babel do Novo Mundo” por um sacerdote católico polonês, Padre Antoni Cuber, em alusão a presença de habitantes oriundos de diversos locais do mundo. Num artigo do padre Antoni Cuber, publicado em polonês no “Kalendarz Polski”, de 1898, o mesmo nos informa que já naquela época havia no município cerca de 19 nacionalidades: “[...] pois este é o número de idiomas que se ouvem por aqui. Até parece a “Babel do novo mundo”... 

Pesquisas realizadas, nos tempos atuais, se constatou que no total, e no decorrer das primeiras décadas da Colônia aqui se estabeleceram no município mais de 40 etnias.

Os primeiros colonos aqui chegados se instalaram em lotes rurais de 25 hectares para cada família, fornecidos pelo governo Estadual do Rio Grande do Sul, que ficou responsável pela implantação e administração da Colônia. Os mesmos, em sua maioria eram constituídos de pequenos agricultores vindos da Europa, ou descendentes. Também estavam presentes, nesses passos iniciais de ocupação das novas terras alguns habitantes de origem indígena, africana e portuguesa que já ocupavam a região antes da criação oficial do núcleo colonial.

Portanto, segundo o professor do curso de história da UNIJUÍ, Paulo Afonso Zarth, “a presença de imigrantes de diversas procedências foi uma política deliberada do governo para evitar “quistos étnicos”, expressão utilizada para se referir aos núcleos coloniais criados anteriormente, com hegemonia de um único grupo étnico”.

VOCÊ SABIA:

  • LOCALIDADES ONDE SE FIXARAM ALGUNS GRUPOS DE IMIGRANTES: Espanhóis no Itaí; Poloneses no Povoado Santana; Letos no Distrito de Floresta; Austríaco fundaram o Rincão dos Austríacos na Linha 6 Leste, Letos no Distrito de Floresta; Italianos no Barreiro.
  • PRIMEIRO CHEFE DA COMISSÃO DE TERRAS DA COLÔNIA: O início da colonização de Ijuí foi orientado e coordenado pelo engenheiro José Manuel da Siqueira Couto, vindo de Silveira Martins, então Distrito de Santa Maria, onde já era chefe da Comissão de Terras local.

REFERÊNCIA: 
CUBER, Antoni. Nas margens do Uruguai. Ijuí: editora da UNIJUÍ. 2002. (Original polonês publicado no Kalendarz Polski, Porto Alegre. 1898.) Tradução de Edmundo Gardolinski.

ZARTH, Paulo Afonso. A “Babel do Novo Mundo”: história das relações étnico culturais através da imprensa de Ijuí, Brasil. Cultura Escolar Migrações e Cidadania ¬ Actas do VII Congresso LUSO¬BRASILEIRO de História da Educação. Dias 20 a¬ 23 Junho 2008, Porto: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (Universidade do Porto). Disponível em: https://pt.scribd.com/document/411706279/A-Babel-Do-Novo-Mundo-A-Historia-Das-Relacoes-Etnico-Culturais-Atraves-Da-Imprensa-de-Ijui#