Coluna do IJUHY de ANTIGAMENTE publicada na edição deste sábado do Jornal da Manhã de Ijuí, 04 de janeiro de 2025. |
Compartilhamos nossa coluna publicada na edição do Jornal da Manhã de hoje, 06/07/2024, na qual trazemos algumas informações e ilustrações de como ela surgiu, e principalmente, o quanto ela foi importante/representou no desenvolvimento social e econômico da Colônia de Ijuhy, a partir de 1890... Seu fundador e administrador, Antônio Soares de Barros, o Cel. Dico, foi um hábil comerciante - além de político - que aos poucos - a partir de um barril de cachaça conseguiu construir um grande "império" econômico - e político - no município. Mas, que no final da década de 1930, é transferido integralmente para Porto Alegre....
A antiga "Casa Dico" estava localizada bem na área central de Ijuí, na esquina das ruas do Comércio com a 7 de Setembro, onde mais tarde funcionou por muitos anos a Organização Hass. Ainda hoje podemos encontrar num dos prédios do mesmo terreno, alguns resquícios arquitetônico do antigo prédio construído pelo Cel. Dico. Paulo Rotthues nos ajuda na melhor identificação do que ainda existe hoje e na localização do antigo "bolichão" do Cel. Dico!
Uma das mais antigas e bem conservadas casas de Ijuí, localizada no final da rua 20 de Setembro, tem uma longa história de alegrias e tristezas, de sucessos e tragédias. Construída entre 1910 e 1915, está a caminho dos seus 120 anos, mas lá está firme, bonita, habitável e muito bem conservada. Tem sido motivo, com justa razão, de curiosidade das gerações mais recentes. Não sei tudo do dia a dia de sua história, mas sei o bastante para ilustrar e registrar sua existência. Vou escrever do jeito que conheci e do que sei dela.
Dr. Luiz Carlos Sanfelice, especial para o blog IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL:
Tenho escrito sobre filhos de Ijuí que, fora daqui, por seu trabalho e atuação humana e profissional, levaram ao Brasil e ao Mundo o nome de nossa jovem cidade e a consagraram como terra de gente pujante e honrada. Com orgulho e emoção trago hoje à vocês a brilhante história de vida do Engenheiro Civil, Mecânico e Eletricista o ijuiense EGON JOST.
Poucos de vocês o conheceram pessoalmente pois cedo saiu daqui, mas
espalhou inteligência, aptidão, competência e profissionalismo na Suíça,
Alemanha e Brasil. E no Brasil, em todas as hidrelétricas, desde Itaipu,
Furnas, Tucuruí, Monte Belo e outras grandes e no Vão Móvel da Ponte do Guaíba,
que funciona até hoje, porque Egon Jost, debruçado sob esquemas e gráficos,
sincronizou os motores que, sem o menor desvio, ergue os 4 cantos do vão móvel
com a mesma precisão, até hoje.
Qualificado em Civil, Mecânica e
Elétrica, sentava de igual pra igual com todos Engenheiros, tendo a plena noção
da interveniência de uma na outra, especialmente no caso de água, concreto,
mecânica de movimento e geradores. Isso não é para qualquer um.
Filho de Alfredo Jost, comerciante e da Professora Gertrud Rymann Jost,
nasceu em em Ijuí, no dia 27 de abril de 1930. Concluiu o Ginásio no Sinodal de
São Leopoldo em 1945. Graduou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul -
UFRGS em 1953. Casou com Lorely Sonia Genz (de Ijuí) em 1954 e em 1955 já foi
chamado à Suíça onde ingressou na “Maschinen Fabrik Oerlikon” (MFO).
O jovem casal morou na Suíça por dois anos, onde além da perfeição
técnica de um bom descendente de alemão, incluiu a precisão milimétrica dos
Suíços, em suas decisões. Acabou ingressando na SIEMENS na Alemanha, onde
aprimorou seus conhecimentos e em outubro de 1957 voltaram ao Brasil. Imediatamente
a SIEMENS designa-o para montar o painel de instrumentos de operação do Vão
Móvel da Ponte do Guaíba, na cidade de Porto Alegre, em fase final de obras e
cuja inauguração estava prevista (como de fato foi) para 1958, pelo então Governador
Ildo Meneghetti, com o nome de “Travessia Régis Bittencourt”.
O irmão do Egon, o Hardy Jost, morava comigo em Porto Alegre junto com o Mário Matte (filho do conhecido Bruno Matte)e a gente sabia. O Egon passou noites e noites inteiras debruçado sobre todo o esquema elétrico até esgotar tudo na teoria e, um dia, fomos juntos lá ver se a ponte subia. E subiu serena, tranquila, sem roncos ou estalos, até a altura prevista. Só não tomamos um fogo de “champagne Don Perignon” porque nem tinha aqui, e nem nós tanto dinheiro pra comprá-la.
Nosso peito ficou estufado e cheio de ideal cívico, pois UM IJUIENSE fez
a ponte funcionar. 1957: sabe o que isso significava? O Governo pôs uma placa
que lá ficou por muitos anos, (e não sei
por que tiraram): “Engº Responsável – EGON JOST”. Inaugurada a Ponte e tudo
ajustado, Egon e esposa foram morar em São Paulo, sede da SIEMENS do Brasil.
UMA CURIOSIDADE: Durante muitos anos as placas dos automóveis tinham o nome da cidade, e
em baixo seis algarismos tomados de 2 em 2. Por exemplo: 32.54.87, ou 32.29.76.
No Rio Grande do Sul sempre o primeiro par era 32. Aí então o Egon, ainda
estudante, brincou que se visse um carro 32.32.32 ele o seguiria, e se o cara
tivesse uma filha, ele a namoraria. Acredite: aconteceu e ele namorou a menina
por um bom tempo.
Embasados num sólido casamento do tipo “até que a morte os separe”, Egon
e Lorely tiveram 3 filhos:
Casal Egon e Lorely, aos 80 anos de idade, com seus três filhos. |
- BEATRIZ JOST BREUEL, nasceu em 1958. Graduou-se em Arquitetura e casou com Maximilian Breuel, Engenheiro, e tem dois filhos: Christian Max e Thomas Alexander, ambos casados;
- ELIZABETH JOST SOUTO, nasceu em 1960. Graduou-se em Enfermagem
e casou com Francisco José Prates Souto, Médico, e também têm dois filhos:
André Luís e Gabriele, ambos casados;
- JULIO ALFREDO JOST, nasceu em 1965. Diretor do “Resort Ponta
dos Ganchos”, em Santa Catarina. Casou com Andrea Barone, Designer de
Interiores e igualmente o casal têm dois filhos, ambos solteiros, Giuliana e
Felipe.
Os netos já geraram cinco bisnetos. Embora Egon e Lorely tenham curtido
com amor o crescimento dos filhos e desfrutado a imensa alegria de aconchegar
em seus braços seis dos queridos netos, Egon por ter deixado esta vida em agosto
de 2015, não chegou a conhecer nenhum dos cinco bisnetos nascidos, até agora.
Contudo Lorely, viúva, desfrutando agora de uma saudável e merecida velhice,
aos 93 anos, saudosa de seu querido Egon, participa do crescimento dos
bisnetos.
Uma carreira brilhante e apesar do rigor de uma empresa severa, Egon
galgou rapidamente posições e, por seu mérito, tornou-se DIRETOR da SIEMENS do
Brasil, ainda em 1967, com apenas 36 anos. Constantemente na Europa e em países
americanos, não estava em SP quando do terrível incêndio do Edifício Andraus,
que sediava toda a administração da Siemens brasileira. Sua sala foi destruída,
todos seus preciosos arquivos com projetos de grandes Usinas e outras
atividades, foram perdidos. Na ocasião ele estava em viagem para tratar de
assuntos da hidrelétrica de “Yacyretã”, em Buenos Aires, Argentina.
Trabalhador incansável, logo que pode adquiriu um sítio pertinho de SP e
lá nos finais de semana “recarregava” suas “baterias”. Comprou uma bela casa em
Ilhabela para a família desfrutar as férias de verão e estar junto ao mar.
Interessante que enquanto morou no RS, fez uma casa na praia de Jardim
Atlântico e nunca a vendeu. Manteve como elo com a família (avós, tios, primos
e amigos de Ijuí, e com o próprio RS).
Essa casa pertence hoje à sua filha mais velha, Beatriz, que a mantêm e
onde reúne a família de gaúchos e não gaúchos, mas todos tendo Egon como elo
comum. Egon se aposentou em 1991 no honroso cargo de Diretor da SIEMENS.
MAS ANTES, O IMPENSÁVEL ACONTECEU:
Egon, passageiro de um voo comercial de rotina, a caminho de Manaus, de
repente ouve o Comandante chamar: “Atenção Engº Egon Jost, por favor, compareça
com urgência na cabine de comando!” Deus do céu??? Como??? O Comandante nem me
conhece, mas sabe meu nome. Nossa!!! Egon saltou do assento e ‘voou’ até a
cabine.
O Comandante lhe diz: “O Rio
Grande do Sul, está parado, e precisam de você em Porto Alegre. A ponte elevada
do Guaíba enguiçou no meio caminho, nem sobe nem desce. Parou tudo! Um navio
que ia passar mal conseguiu parar. Centenas
de milhares de pessoas, em ônibus, carros e caminhões, de ambos os lados, estão
presos no trânsito, que não anda nem para frente e trás. Engarrafou toda
região.
Tudo parado e disseram que só você conhece como funciona aquela ponte, e
sua parte levadiça. Por caminhos impossíveis você foi localizado a bordo deste
avião e eles estão “na escuta” via rádio para saber o que fazer. (Nenhuma
surpresa na vida pode ser tão surpresa como uma coisa assim).
E agora?... “Faz mais de 35 anos que fiz aquela ponte funcionar”... Mas,
quem sabe, sabe. Quem tem conhecimento e preparo sabe ‘onde pisa’ e logo tudo
‘da alma’ do esquema da Ponte passou por sua cabeça e a possibilidade do que
era, “se iluminou” na sua mente.
Chegou a conclusão de que o vão da ponte estava torto, deslocado. Egon
identificou qual torre estava fora do prumo. Manou então acessassem um
determinado ‘disjuntor’ e perguntou: “vejam se não tem um ninho de pássaros ou
penas junto ao disjuntor? Se não tem uma pena de ave interrompendo a corrente?”
Ora, ora, ora, meu Deus do céu!!!... lá estava a dita pena. Bastou removê-la e
o circuito funcionou. Agora tinha que nivelar o vão que estava torto. Egon, via
o rádio do avião, (e o avião voando) foi dizendo, “tanto pra cá, tanto pra lá”
até que os instrumentos marcassem a sincronização restabelecida. E assim foi...
Naqueles inacessíveis cantinhos da construção da ponte, no meio d’água,
nada poderia ter acesso na área de controles e máquinas, a menos que voasse, e
o local é cheio de pássaros que ali vivem, constroem seus ninhos. Portanto, a
conclusão foi que, mesmo que parecesse inusitado uma simples e despretensiosa
pena da asa de um deles – dos pássaros - foi, de algum modo, ali pousar e
interrompeu a corrente. O engenheiro Egon imaginou essa possibilidade. Não deu
outra.
“DÁ PRA ACREDITAR NUMA LOUCURA DESSAS”???? Pois
aconteceu e, mais uma vez, um ijuiense brilhou no mundo. Isto não é romance. É
vida real e é nossa, daqui, da querida Ijuí. Quando andar por Porto Alegre,
olhe aquela Ponte e lembre-se do Egon e desta história, sua contribuição na
área da engenharia gaúcha, do Brasil e do mundo.
Adore sua terra e valorize seus nobres filhos. Se eu fosse Vereador ou
Prefeito, proporia eternizar seu nome, por tudo que fez e foi, com uma rua, uma
grande obra, com seu nome. Hoje, 27 de abril, exatamente hoje, Egon completaria
94 anos.
Contribuição especial para o Blog IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL do Dr. Luiz Carlos Sanfelice, Porto Alegre, RS.
E-mail: lcsanfelice@gmail.com
Compartilhamos a coluna do IJUHY de ANTIGAMENTE no Jornal da Manhã de hoje procurando resgatar e relembrar a trajetória de vida da Família Kuhlmann, em especial de um dos primeiros médicos a fixar residência, e trabalhar aqui, por muitos anos, realizando inestimáveis serviços para toda comunidade local e regional. Sua atuação, liderança e contribuição em diversos segmentos sociais foram significativas na Colônia, com resultados duradouros até os dias de hoje.
Esse movimento e expectativa de transferir a recém-criada Colônia de Ijuhy para mais próxima do rio Ijuí surgiu por volta de sete ou oito anos, depois de sua fundação em 1890, quando já estava sendo administrada pelo engenheiro Dr. Augusto Pestana.
Ainda não sabemos, mesmo com muita pesquisa em documentos antigos, qual seria o motivo para tal decisão, que certamente iria afetar muitos imigrantes já estabelecidos na área central da Colônia. Por outro lado, houve também pessoas que levaram a sério a decisão e proposta que ora estava sendo apresentada.Entre elas, o imigrante russo
Emil Glitz, que já estava estabelecido na vila com uma casa comercial e
hospedaria (hotel Glitz), na esquina das ruas 19 de Outubro com a do Comércio.
Atendendo apelo do engenheiro Augusto Pestana, administrador da Colônia de
Ijuhy, em 1898, Emil Glitz transferiu sua casa comercial para as proximidades
do rio Ijuí, onde atualmente está a ponte da RS-155. Ali dedicou-se também a
plantação de cana-de-açúcar, construiu um alambique e ainda cuidava de uma
barca que fazia a travessia do rio.
Porém, em 1906, dando-se
conta de que o centro da Vila continuava a se expandir onde está até os dias de
hoje, Emil Glitz decidiu retornar com sua família ao local de origem, passando
a cuidar, novamente, de sua casa comercial e do hotel, que já existia, próxima
dos trilhos... que seria construído em 1912...
✅ Num breve momento da história política de Ijuí, 1925-27, o coronel Dico esteve ausente da liderança política: *"Nesse período ele não foi intendente em decorrência do Pacto de Pedras Altas, que não permitia a reeleição. Nesse período, o Coronel Steglich esteve à frente do governo Municipal e, após a sua renúncia, o médico Ulrich Kulhmann assumiu a Prefeitura.
✳️ Em fins de 1934, houve eleições
municipais em Ijuí e, pela primeira vez, o Cel. Dico levava um número
expressivo de votos contrários. Acontecia que os colonos estavam descontentes
com o preço pago pela banha, pelos donos dos chamados "Sindicatos da
Banha". Os colonos aproveitaram a primeira vez que o voto era secreto e
votaram contra. (Fonte: Programa Memória Viva do MADP).
REFERÊNCIAS:
- BINDÉ, Ademar Campos. Obras
centenárias de um pioneiro. O Repórter, Ijuí, 16 abr. 2011. História, p. 10.
- IJUÍ – 1912 – 1962. Revista histórica dos 50 anos da emancipação de Ijuí. Ijuí: Livraria Serrana, 1962.
Foto do arquivo da Família.
Os filhos Mário, Marta e Norma Weckerle comunicaram neste domingo(5) com pesar o passamento de seu pai Paulo Weckerle ocorrido às 12h30. Paulo Weckerle, atuou em vários clubes de Tênis em Ijuí. A morte do ex-tenista aos 92 anos que consterna a comunidade desportista de Ijuí, ocorreu em Itajaí-SC e os atos fúnebres foram realizados em Balneário Camboriú.
O JORNALISTA ADEMAR CAMPOS BINDÉ,
EM REPORTAGEM ESPECIAL PUBLICADA NA PÁGINA QUE MANTINHA NO JORNAL O REPÓRTER,
ENTREVISTOU WECKERLE, EM 2011. MATÉRIA PUBLICADA NO DIA 12 DE MARÇO DE 2011:
UM COLECIONADOR DE TÍTULOS NO
TÊNIS
Nesta página de reminiscências vamos destacar, hoje, algumas passagens mais
importantes da trajetória vitoriosa de Paulo Weckerle, que, sem favor nenhum,
deve ser colocado na galeria dos maiores tenistas de Ijuí. Ele reside já há
alguns anos na cidade catarinense de Blumenau e mesmo nos seus 83 anos de idade
ainda não deixou de lado a raquete. Atualmente participa apenas esportivamente
em duplas nos fins de semana.
Mesmo distante, Paulo Weckerle
não esquece Ijuí, sua terra natal, e sempre que pode tem vindo por aqui rever
seus amigos. Foi numa dessas ocasiões, há algum tempo atrás, que o encontramos
próximo à Praça da República. Já que na rua não era possível lhe entrevistar,
aproveitamos para lhe fazer um pedido: nos escreva recordando seus bons tempos
de sua vitoriosa carreira no tênis, pois pretendemos rememorá-la nas páginas do
jornal “O Repórter”. Anotamos nosso endereço num jornal que ele carregava e nos
despedimos.
Claro, que algumas coisas da carreira de Paulo Weckerle nós conhecemos e já
tínhamos destacado nos jornais onde atuamos. Aguardamos a sua resposta,
chegamos a pensar que ele havia esquecido do nosso pedido. Mas não, então vamos
hoje registrar o que ele nos conta e acrescentar alguns dados mais que
conseguimos recolher.
Seus pais vieram morar em Ijuí, lá pelo ano de 1922. Pouco tempo depois era
fundado o Tênis Clube Ijuhy. Eles começaram a frequentar o clube e costumavam
levar junto os filhos Jorge (nascido em 1925) e Paulo (nascido em 1928). Aos
poucos, os meninos puderam empunhar as raquetes apoiadas debaixo dos braços.
Assim, revela Paulo Weckerle “foi se fixando no pensamento que este esporte
lhes pertencia”.
Aos 15 anos, Jorge concluiu os estudos em Porto Alegre e Paulo também concluiu
os estudos no IPA, onde praticou seu tênis. A Sogipa convidou Paulo para ser
defensor do clube, tornando-se sócio esportivo. Logo recebeu orientação de
alguns expoentes do clube, que o fizeram aprimorar os golpes melhores para se
projetar adiante. Logo, Paulo começou a alcançar projeção e atingiu a primeira
classe, começando a somar vitórias sobre vitórias, títulos sobre títulos e
passando a formar um invejável quadro de troféus.
Após, passou a defender a Leopoldina Juvenil e depois ajudou a Sociedade
Ginástica de Novo Hamburgo a conquistar, pela primeira vez, o título de campeã
estadual de tênis. Quando se mudou para Santa Cruz do Sul, Paulo Weckerle
conquistou muitas vitórias, junto com Bruno Schütz, Edy Schütz, Alfonso Kuhn,
Adriano Cezar, Eugênio Hamelschlager e Sebaldo Rosenbach, lembrando que “só
fomos trucidados por Cachoeira do Sul, diante dos tenistas Omar Bergmann,
Ernesto Petersen e dos irmãos Schöeler, pois vitórias e derrotas são iguais,
foram lutas, as lutas são iguais”.
Então, Paulo Weckerle começa a recordar os bons tempos do tênis em Ijuí. “Nos
anos de 1936 e 1937, me lembro de que Ijuí possuía bons jogadores de tênis, com
Júlio Heller, Guilherme Kleemann, Norberto Hoff, Jorge e Carlos Hocevar, e um
pouco mais tarde, Hary Reimann, Claus Socolowski, Bibi Kleemann, Knudsen e
outros que não lembro mais”.
Terminados seus estudos em Porto Alegre, os irmãos Jorge e Paulo Weckerle
voltaram para Ijuí e continuaram se projetando no tênis. Formando dupla com
Erion Heller, Paulo Weckerle brilhou nos campeonatos internacionais da
Leopoldona Juvenil, de Porto Alegre. Também Paulo Weckerle e os irmãos Bruno e
Heinz Hass destronaram os melhores tenistas de Posadas, na Argentina. Por
vários anos, Paulo Weckerle sempre conquistava o primeiro lugar nos confrontos
contra aqueles tenistas argentinos, até que o clube de Posadas começou a trazer
bons jogadores da capital, Buenos Aires, para poder fazer frente com os
tenistas de Ijuí. Mesmo assim, as disputas eram equilibradas, ora uns venciam,
ora outros, os prêmios eram divididos.
Nesses confrontos com os argentinos, Paulo Weckerle ainda guarda na memória uma
final empolgante que disputou com o tenista argentino Machado, na cidade de
Oberá, província de Misiones. “Foi uma partida disputadíssima, de lances
extraordinários, onde numa bola flutuando para fora, rebati e não concluí, poderia
ter sido a minha vitória, jus, vantagem para Machado, fim, vitória de Machado
no terceiro set, por 7 a 5. Porém, a minha grande vitória foi no dia seguinte
quando li na manchete do jornal El Território: Enfin Paulo Weckerle caió com
honores”. Essa manchete, sem dúvida, era o maior reconhecimento que o grande
tenista Paulo Weckerle poderia receber.
Ainda podemos destacar na vitoriosa carreira de Paulo Weckerle, o título que
ele ajudou a conquistar para a Tênis Clube de Ijuí, junto com Erion Heller (hoje
já falecido), no ano de 1958. Nesse ano, que marcava o 60º aniversário de
fundação da Sociedade Ginástica Ijuí, a nossa cidade foi sede das finais do
Campeonato Estadual Interclubes de Tênis. Nas disputas finais contra os
tenistas do Petrópole Tênis Clube, de Porto Alegre, os dois tenistas venceram
todos os confrontos decisivos. Paulo Weckerle venceu Paulo Costa, por 6 a 4 e 6
a 3 e depois a Flávio Lebkuechen, por 6 a 3 e 6 a 2. Erion Heller derrotou
Flávio Lebkuechen, por 7 a 5 e 6 a 0 e depois a Paulo Costa, por 6 a 1 e 7 a 5.
No jogo de duplas, Paulo Weckerle-Erion Heller venceram Otávio
Utinguaçú-Edmundo Giffoni, pela contagem de 6 a 1 e 6 a 1.
No naipe feminino, as tenistas ijuienses Hadda Domingues e Gelcy Kleemann
ficaram com o título de vice-campeã do interior. No mesmo ano de 1958, Erion
Heller conquistou o título de campeão do interior e Paulo Weckerle ficou como
vice-campeão.
Texto de ADEMAR CAMPOS
BINDÉ