A Hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores localizava-se na Ilha das Flores, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Constituiu-se numa hospedaria de imigrantes instituída pela então
"Inspetoria de Terras e Colonização" do Ministério da Agricultura em
10 de maio de 1883, segundo alguns documentos; sabe-se, porém, que o primeiro
livro de Registro de Imigrantes é datado de 1877. Foi desativada em 1966, sendo
ocupada pela Marinha do Brasil.
A ilha teve a função de hospedaria até 1966, tendo recebido imigrantes de
dezenas de nacionalidades, destacando-se os portugueses, os italianos, os
espanhóis, os polacos e os alemães.
Em 2012, foi anunciado que o complexo de 10 edifícios e com capacidade de
receber até 3.500 pessoas será reformado e transformado num museu de imigração,
uma parceria da Faculdade de Formação de Professores da Uerj (câmpus de São
Gonçalo) com a Marinha (CFN) e a Faperj, que criará o Centro de Memória da
Hospedaria da Ilha das Flores, inaugurado em 13 de novembro de 2012.
Os principais portos de entrada de estrangeiros no Brasil eram Rio de
Janeiro, Santos (em São Paulo) e Salvador (na Bahia). Aqueles que chegavam pelo
Rio de Janeiro, depois de registrados pela Agência Central de Imigração, eram
encaminhados para a Hospedaria da Ilha das Flores.
Foi construída em uma ilha na Baía de Guanabara, em São Gonçalo, hoje
município do Estado do Rio de Janeiro, onde, na época, havia um porto com
grande movimento e também uma linha férrea que ligava São Gonçalo, Niterói,
Magé e Itaboraí.
Sua criação e construção tinham o objetivo de manter os imigrantes
concentrados, para que dali fossem remanejados para as fazendas, principalmente
as de café na então Província do Rio de Janeiro, onde, desde a Lei Áurea – lei
de libertação dos escravos, a necessidade da mão-de-obra era grande.
Ao desembarcar, os passageiros eram instalados nas diversas acomodações
existentes, onde recebiam assistência médica, faziam suas refeições, tomavam
banho, alojavam-se, e ali permaneciam por alguns dias, até que pudessem tomar o
rumo do novo trabalho e da nova vida. Contratadores vinham à Hospedaria e
forneciam meios para a locomoção das pessoas, muitas vezes famílias inteiras.
Estes intermediadores eram chamados de “gatos”.
Mas muitos imigrantes vinham com a ideia de atuar no comércio ou em outras
profissões das cidades grandes, e recusavam os contratos para trabalhar como
simples lavradores nas fazendas. Assim, ao desembarcar, preferiam desertar da
Hospedaria e instalar-se nas cidades próximas, como Rio de Janeiro, Niterói,
por exemplo, porque eram lugares maiores e que atendiam às suas ambições de
“fazer a América”, como sonhavam.
O primeiro livro de registros de entrada de imigrantes na Hospedaria da
Ilha das Flores tem início apenas em 1877, e a série vai até 1913. Eram livros
grandes manuscritos, e neles havia colunas para número de ordem, porto de
embarque no país de origem ou de trânsito, nome, idade, sexo, parentesco dentro
do grupo familiar, nacionalidade, profissão e destino.
Com um movimento de desembarque intenso, navios que traziam, às vezes, mais
de mil imigrantes cada, gente que tinha viajado por meses, muitos deles
doentes, muitas crianças - o funcionário encarregado de tais anotações não
primava por observações precisas. Certamente não imaginava que aqueles livros
seriam, um dia, uma das maiores fontes de pesquisas( de que o genealogista de
hoje dispõe para encontrar seus antepassados e suas origens.
Também é preciso lembrar que os imigrantes não eram, em sua esmagadora
maioria, pessoas com baixo grau de instrução formal, a maioria era composta de
analfabetos, além também da grande diversidade de idiomas e de escrita, o que
fazia com que nomes fossem anotados da maneira que se ouvia e o passageiro, sem
conhecimento, não os corrigia.
Estatísticas
A hospedaria funcionou entre 1877 (ou 1883) a 1966 e os registros vão de
1877 a 1913. No período da Grande Imigração (1870–1920), o Brasil se tornou o
quarto destino mais procurado pelos imigrantes e segundo algumas algumas
estatísticas, em alguns anos recebeu 70 mil imigrantes e no total mais de 300
mil imigrantes estiveram ao longo dos anos na hospedaria.
Número de imigrantes que
passaram pela hospedaria.
• 1883: 7 400
•1885: 10 600
•1886: 18 800
• 1888: 33 400
• 1890: 66 500
Fonte do texto: Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedaria_de_imigrantes_da_Ilha_das_Flores
Fonte: Revista da FAPERJ, disponível em: www.faperj.br/downloads/revista/rio_pesquisa_21_2012.pdf |
Mais fotos no site oficial
do Centro de Memória da Imigração da Iha das Flores:
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