HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE AJURICABA
O município de Ajuricaba em quase
sua totalidade foi colonizado por imigrantes alemães e italianos, procedentes
das Colônias Velhas do Rio Grande do Sul, como Bento Gonçalves e São Leopoldo.
Os motivos que levaram esses
imigrantes a deixarem seus países de origem e vir para o Sul do Brasil em busca
de melhores condições de vida, podem-se definir da seguinte maneira:
A Alemanha, em relação a outros
países europeus, buscou sua economia até o início do século XIX na produção
agrícola, verificando-se um progresso industrial a partir de 1870, ocasionando
a ruína doméstica, que não tinha condições de resistir a concorrência das
grandes empresas ao mesmo tempo em que não eram absorvidas pela indústria. Essa
mão-de-obra excedente viu-se obrigada a deixar seu país.
Quanto à Itália, constatou-se que
a indústria era extremamente de capital externo, não se mostrando capaz de
absorver a grande quantidade de mão-de-obra disponível, condenando a população
à miséria e fome, levando os camponeses a abandonarem suas terras e buscarem
novos horizontes.
A imigração, para uns, significou
um futuro melhor enquanto, para outros, tornava possível a existência de um
mercado consumidor dos produtos industrializados e a substituição da
mão-de-obra escrava nas lavouras, que estava se tornando antiquada e onerosa,
para braços livres na fase em que o capitalismo se encontrava.
Foi neste contexto que a
mão-de-obra excedente européia passou a ser mercadoria para a América, destacando
aí o Rio Grande do Sul, formando as Colônias Velhas das quais alguns imigrantes
partem para formar núcleos de colonização, em nossas regiões e entre elas a
Linha 19 (atual Ajuricaba) por volta de 1890.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
AJURICABA DE LINHA A MUNICÍPIO
Antes de se tornar município,
Ajuricaba foi “Colônia de Ijuí”.
A Colônia de Ijuí ocupava terras
que hoje pertencem aos municípios de Ijuí, Ajuricaba e Augusto Pestana.
Essa Colônia foi a primeira das
Colônias Novas nas terras de cima do Planalto, situado a noroeste do Rio Grande
do Sul.
Foi fundada em 19.10.1890 e
chamou-se a Colônia de Ijuhy Grande, primeiro núcleo de colonização.
Com a chegada dos primeiros
colonizadores foi necessário distribuir as propriedades rurais. Para melhor
administrá-las foi dividido em linhas, iniciando pela Linha Uma, sede do
povoado de Ijuí, vindo pela margem direita do Rio Ijuí até a Linha 32, na
divisa de Condor.
Daí para diante as Colônias de
Ijuí começaram a prosperar: os núcleos de colonização foram aumentando e foi
necessário que a Colônia fosse dividida em Distritos.
A Linha 19 foi elevada a 3º
Distrito pelo Engenheiro Augusto Pestana, Intendente Provisório do Município de
Ijuí através do Ato n.º 1 de 12/02/1912 e mantida pela Lei n.º 720 de 12 de
novembro de 1948 e a Lei Orgânica de 20 de março de 1948.
Em setembro de 1928, dezesseis
anos após a criação do 3º distrito, o núcleo populacional da linha 19 passou a
denominar-se “Sede General Firmino”, em homenagem ao General Firmino de Paula,
ardoso republicano que se destacara politicamente na região. Era natural de
Santo Ângelo, ocupando cargos de Deputado Federal, sub-chefe de Polícia e
Comandante da Brigada na Revolução de 1923 (Maragatos e Pica-Paus).
PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
No período de 1940 a 1964 surgiu
entre o povo Ajuricabense a idéia de tornar Ajuricaba um município,
desligando-se de Ijuí.
A partir dessas idéias, foi
autorizada a consulta plebiscitária pelo então governador do estado do Rio
Grande do Sul, Sr. Ildo Meneghetti, através da Lei Estadual n.º 4.979 de
10.07.1965, sendo o plebiscito realizado em 29 de agosto de 1965, quando foi
referendada pelo voto favorável a criação do município. Oficialmente o
município de Ajuricaba foi criado através do Decreto – Lei n.º 5.085 de
08.11.1965.
A instalação, porém, aconteceu no dia 29 de maio de 1966, quando
foi decretada a organização do Município pelo Decreto-Lei 01/1966 de 29 de maio
de 1966, ficando a sede localizada na Linha 19. Foi seu primeiro administrador
o Interventor Federal, Sr. Notélio Mariotti.
ORIGEM HISTÓRICA DO NOME
AJURICABA
No período de 1705 a 1750 o
Brasil vivia sob o regime de colônia de Portugal, que recrutava indígenas para
servir de mão-de-obra escrava na colheita do cacau.
Uma das rebeliões nativas contra
essa expansão colonialista dos portugueses ficou famosa: a de Ajuricaba
(Ajuri-reunião e Cauá – marimbondo, na língua geral) que liderou os índios
Manaos (manau) que viviam entre os rios Negro e Branco na região Amazônica. A
revolta evoluiu na medida em que o colonialismo pressionava a população para
descer até os centros urbanos e plantões a fim de cumprir tarefas de produção.
Essa revolta cresceu naturalmente
até arregimentar milhares de guerreiros para combater a invasão territorial que
progredia sem cessar em direção dos territórios dos Manaos.
O chefe da tribo Manaos era
Ajuricaba, que lutou ferreamente na luta pela defesa de sua terra invadida
pelas tropas portuguesas. Os resultados dessas lutas foram sangrentos. Essa
luta estendeu-se de 1723 a 1727, quando morreu Ajuricaba.
Em torno desse chefe indígena
criaram-se lendas nas quais ele é visto como um herói porque, após perder seu
filho, tão bravo quanto ele, lançou-se violentamente contra os soldados,
ocasionando várias perdas, mas mesmo assim acabou por ser preso e posto a
ferros. Apesar de estar agrilhoado, ao ser conduzido para Belém, quando passou
pelo lugar da Barra, hoje Manaus, ele atirou-se às águas do Rio Negro, morrendo
afogado, num gesto simbólico de quem não queria jamais se render aos invasores
e apropriadores e seus semelhantes. Antes de atirar-se às águas, Ajuricaba ainda
sublevou os índios prisioneiros que vinham com ele na embarcação para dela se
apoderarem, pondo em perigo a tropa que os transportava.
Tendo sido reprimida a revolta de
Ajuricaba, os Manaos acabaram por ser totalmente exterminados, destruídos,
havendo segundo crônicas, sendo eliminados mais de 20.000 (vinte mil) índios.
Inspirados no exemplo de
resistência e luta pela liberdade do herói indígena, a comunidade do 3º
distrito de Ijuí em 1940 passou a se chamar AJURICABA que, para a história do
município simboliza o “homem que luta pela liberdade”.
A BANDEIRA E O BRASÃO DO
MUNICÍPIO
Pelos artigos 1º e 2º da Lei n.º
237, de 10 de maio de 1978, o Prefeito da época, Zeferino Preto, sancionou a
Lei e foi instituído a Bandeira e o Brasão do município de Ajuricaba.
A bandeira é composta de dois
retângulos iguais, sendo o da parte superior em branco e o da parte inferior em
azul celeste, tendo ao centro o Brasão do município.
O Brasão do Município de
Ajuricaba é composto de um escudo, encimado por uma coroa na
cor do ouro, com quatro torres dando a categoria de cidade; o escudo é dividido
em duas partes, sendo a superior na cor azul celeste e contendo a estampa de
uma cuia de chimarrão simbolizando, além de uma das riquezas do riquezas do
município, apego de nossas tradições e hospitalidade, e a estampa de um trator,
que simboliza a agricultura e o elevado grau de mecanização de nossas lavouras;
a parte inferior do escudo, na cor branca, possui estampado um cacho de soja e
um de trigo, sobrepostos a três elos de corrente, simbolizando os primeiros
habitantes, a riqueza maior do município e, os últimos, a união proveniente do
cooperativismo, base em que se assenta nossa principal economia; logo abaixo do
escudo, uma legenda em marrom contendo os seguintes dizeres, em preto: 29.05 –
AJURICABA /RS – 1966.
Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Ajuricaba. Disponível em: http://www.ajuricaba.rs.gov.br/municipio-/dados-historicos-
Caderno especial publicado pelo Jornal Classificadão de Ijuí, no dia 17/05/2011. Disponível em: http://issuu.com/jornalclassificadao/docs/especial_ajuricaba |
Nenhum comentário:
Postar um comentário