A riqueza gastronômica, os adornos, a religiosidade nos remetem a uma
rica cultura preservada pelos descendentes dos primeiros imigrantes que
por volta do ano de 1890 formaram comunidade no Itaí, hoje distrito.
Tendo São Lourenço como patrono e protetor, os pioneiros desta etnia
encontraram forças para começar uma nova vida em terra nova.
A terra com cheiro de mato recebeu os imigrantes de braços abertos.
E eles, com força, determinação, união e apego às tradições
conseguiram superar as dificuldades iniciais e prosperaram, sendo hoje
motivo de orgulho para as novas gerações.
Convido os leitores deste espaço para conhecerem a história e a
cultura dos espanhóis organizados no Centro de Cultura Espanhola de
Ijuí.
História da Imigração Espanhola
(Pesquisa do texto é de Livia Benitez).
Em 1889, um grupo de espanhóis, entusiasmados pela pelas grandezas da
América, resolveram vender tudo o que possuíam e embarcar para o
Brasil.
Eram famílias de agricultores em números de oito, que em sua bagagem
traziam junto uma bolsa com o “garbanso” (grão de bico), sementes de
trigo e passas de uva, sementes para ser cultivadas na nova terra
maravilhosa, o Brasil.
A viagem foi muito difícil, após longos dias chegaram a Porto Alegre/RS. Vindos de Granada, província de Andaluzia.
Em 21 de janeiro de 1890, mais um grupo ficou residente em Ijuí, mais
precisamente no distrito do Itai, os quais foram os fundadores, onde se
situa a Capela São Lourenço, o padroeiro dos Espanhóis.
Fundado em 16 de Janeiro de 1993, como forma de manter viva a cultura
e a tradição Espanhola, unindo os descendentes que se reuniram aqui na
região com seus hábitos e costumes.
Constituiu-se o 11º Centro Cultural de Ijuí que se integra ao
movimento das etnias, união das etnias de Ijuí (UETI) participando pela
1ª vez na FENADI de 1993.
Os descendentes de imigrantes espanhóis originários da região de
Andaluzia. Sua sede social é caracterizada pelo estilo arquitetônico
típico da Espanha, com toda a infra-estrutura para difusão e preservação
cultural hispânica brasileira.
A finalidade do centro de cultura Espanhola é proporcionar aos seus
integrantes a oportunidade de ampliar os conhecimentos da cultura rio
grandense e brasileira com ênfase para cultura hispânica brasileira,
manter contato com a cultura Espanhola com a finalidade de reviver e
cultivar as tradições legadas pelos antepassados, exercitados ao longo
dos anos. Promovendo um intercambio com outros grupos descendentes de
Espanhóis.
Foi com muita luta e dedicação com amor pela cultura espanhola que
chegamos até aqui e conseguimos construir a casa espanhola. O centro de
Cultura Espanhola teve como:
1º Presidente - Orico Franco Maturana
2° Presidente - Valdir Moia
3º Presidenta: Maria Ivone Juswiak.
O Centro Cultural tem dois grupos de danças típica Espanhola, grupo
adulto Hijos del Sol coordenado por Lívia de Carvalho Benitez e Juvenil
por Iara Marques Maturana.
Diretoria atual:
Presidente: Maria Ivone Juswiak
1º vice-presidente: Alexandro Rodrigues
1º Secretário: Loise Silvello
2º Secretario: Jose Bohrer
1º Tesoureiro: Bernardo Mauricio Benitez
2º Tesoreiro: Antonio Gambim
Departamento da Cultura: Iara Franco, Zaíra de Carvalho Benitez, Liliana Raineski, Leonilda Corso
Diretores de Patrimônio: Orico Maturana Franco e Joel Corso Grupo Adulto: Hijos Del Sol é composto por 14 bailarinos Grupo Infantil: Los Niños é composto por 9 bailarinos.
A dança Espanhola é uma das danças mais quentes envolventes, do
alegre e empolgante “olé” das touradas de Madri à sensualidade da dança
Flamenca, a Espanha é traduzida nas danças espanholas que reverência o
pensamento e a sensualidade nos movimentos do corpo.
O uso das cores fortes em suas roupas tem por objetivo passar sua
força, magia, alegria, luz e sangue “caliente”. O sapateado vibrante e
as castanholas são características mais representativas da dança
espanhola.
As mulheres Espanholas usam na
cabeça o “Pentau” e o Cravo Vermelho. Na orelha, brincos de argola, e nas mãos
o leque. O chalê e as castanholas são para acompanhar a musica.
Servimos também toda gastronomia
típica espanhola, como a tradicional Paella.
TOURADAS
A tourada – Sua História
As manifestações culturais que hoje assistimos nas arenas espalhadas
em vários países tomados pela tauromaquia (especialmente nos países de
colonização Espanhola), certamente pode ser definida como arte, por sua
história, tradição e cultura.
HISTÓRIA
É incerta a origem das touradas. Uns afirmam que ela surgiu na
pré-história, outros remontam suas raízes ao século III a.C, na Espanha,
onde a caça aos touros selvagens era um esporte popular.
Com a chegada da primavera da fé, no medievo, a tradição das touradas
(morte do animal), já havia se consagrado na península ibérica, como
uma prova de coragem, destreza e valor.
Sendo algumas festas populares devotadas a esse costume, entre eles, o
dos touros serem perseguidos por um turbilhão de pessoas nas ruas, até a
exaustão dos animais, sendo ainda repetido esse divertimento em festas
de casamentos, nascimentos e batizados por famílias inteiras.
Algo semelhante ainda ocorre hoje em dia como na Festa de São
Firmino, em Pamplona onde, todo ano, mais de 2 mil pessoas correm dos
touros soltos nas ruas da cidade espanhola.
Contudo, o registro mais antigo de uma tourada semelhante a que vemos
hoje data do século XII, precisamente ao ano de 1135, como parte dos
festejos da coroação de Afonso VII, rei de Leão e Castela. Ao seu tempo,
o toureiro representava um nobre cavaleiro que enfrentava o touro
montado a cavalo e armado de uma lança.
"Esse era o teste supremo na preparação dos cavaleiros medievais
espanhóis" afirma o antropólogo holandês Marco Legemaate, especialista
no assunto.
Não é de se admirar, pois o lema de bravura do cavaleiro - "Mais vale morrer que covarde ser"
- permitia aos cavaleiros medievais a caça, não de pássaros ou veados,
mas, de leões. Isso já basta. Por sua vez, os plebeus ocupavam-se com o
papel de escudeiro, que, a pé, ajudava a derrotar um dos animais mais
ferozes da Criação.
A partir daqui se dá uma incrível inversão de papéis, mediante uma
reviravolta nos costumes da nobreza: Com a chegada à Espanha da dinastia
francesa dos Bourbon, no início do século XVIII, a nobreza local
abandonou diversões rústicas como essa para se entregar aos prazeres da
corte, deixando a arena livre para camponeses e boiadeiros criarem a
tourada moderna.
Resultado: o antigo escudeiro assumiu o papel principal de toureiro e
o cavaleiro (piqueteiros) passou a ser o mero coadjuvante que ajuda a
diminuir a resistência do animal.
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Joselito e Belmonte, grandes toureiros da idade de ouro. |
“Aí começam a surgir o repertório de técnicas e manobras e o conjunto
de regras que definem a tourada como arte popular”, afirma Maria de La
Concepción Valverde, professora de literatura espanhola da Universidade
de São Paulo (USP).
Um grande passo nesse sentido foi dado pelo primeiro toureiro
profissional, o espanhol Francisco Romero (1700 – 1763), que codificou
algumas regras à prática de tourear, e introduziu definitivamente
elementos como a muleta, uma capa de 56cm consideravelmente menor que o
capote, e a espada como ferramenta/arma para matar o animal, elementos
estes que simplesmente re-significaram a precisão e o talento dos
toureiros.
Desde então, as touradas como as conhecemos, tornou-se uma febre
durante todo o século XIX, especialmente “en la edad de oro del toreo”,
entre os anos de 1910-1920, onde as arenas foram palco de dois grandes
arquitetos da tourada, Juan Belmonte García, considerado o maior matador
de todos os tempos e José Gómez Ortega, o Joselito ou Gallito,
conhecidos por criarem manobras originalíssimas que levantavam o público
de seus assentos.
Hoje, as 325 arenas espanholas são palco de 17 mil touradas por ano,
movimentando mais de 1 bilhão de dólares e empregando 200 mil pessoas -
quase 1% da força de trabalho do país.
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