A
Ordem dos Cavaleiros Teutônicos
Ao passo que vamos avançando dentro da
Coleção Martin Fischer que esta locada no acervo documental do Museu
Antropológico Diretor Pestana – MADP de Ijui, RS, além de adquirirmos um grande
conhecimento histórico podemos viajar no tempo e conhecer pessoas, cidades,
países de vários períodos da história local, nacional e mundial.
Manuelito |
Em nossa
viagem de hoje, através de mais
uma das cartas do Dr. Martin Fischer
enviada ao Sr. Manuelito de Ornella, datada de
10 de agosto de 1954 (MADP 0.6.4 pasta 13 documento 74), aportaremos na região da Alemanha aonde se localizava a
capital da Prussia Oriental, Konigsberg. A Prússia Oriental era a província do
reino Prussiano com a maior e melhor
criação de cavalos, campos vastos, coxilhas, rebanhos de gado e muitas matas. Os
prussianos do leste sempre se diferenciaram dos demais prussianos por ter costumes
e características próprias muito parecidas com as dos habitantes do nosso Rio
Grande do Sul no Brasil, pessoas com jeito “bonacho” com caráter firme e leal. Assim,
Fischer explicava ao amigo Manoelitto como o Rio Grande do Sul tinha lhe
conquistado o coração tornando-se sua
“nova Pátria”.
Acervo Documental do MADP, Coleção "Martin Fischer". |
Konigsberg era a capital da Prússia na Idade Média até 1701, quando a capital foi transferida para Berlim.
Foi a grande
cidade oriental alemã até que foi conquistada pela União Soviética perto do
final da Segunda Guerra Mundial. E,
foi nesta cidade, em 10 de fevereiro de
1887, que nasceu o imigrante e historiador Dr. Martin Fischer.
Martin Fischer e a "Ordem dos Cavaleiros Teutônicos"
Ao darmos continuidade a carta de Fischer ao
amigo Manuelito encontramos a informação de que sua família era antiga e
tradicional, tendo sido seu pai, Richard
Fischer, um conhecido historiador. Seus ancestrais eram escoceses e que
Koenigsberg foi fundada pela Ordem dos
Cavaleiros Teutônicos.
Estátuas encontradas no pátio do Castelo Malbork. |
A Ordem Teutônica foi uma das mais poderosas e
influentes da Europa. A maioria dos seus membros pertencia a
nobreza, inclusive a família real
prussiana e outros nobres germânicos. Os soberanos e a nobreza dos estados antecessores
à atual Alemanha , inclusive
a família soberana do Império Alemão (1871-1918)
e da Prússia (1525-1947) é a mais jovem
das três “Ordens militares,” tendo sido fundada em 1190 como uma unidade de auxilio, por comerciantes alemães
preocupados com os compatriotas sujeitos a doenças.
Pouco
depois, foram lhes concedidas terras para construir um hospital, e também um estado Monástico. Os Teutônicos foram então,
surpreendidos com a instrução pelo Papa Inocêncio III, para se tornarem uma Ordem Militar.
O braço militar era baseado no modelo dos Cavaleiros Templários e o Hospital dos Cavaleiros Hospitalários e geralmente usava um
hábito branco com uma cruz preta.
Em 1809,
quando Napoleão Bonaparte determinou
a sua extinção, a Ordem perdeu as suas últimas propriedades seculares, mas
logrou sobreviver até o presente. No decreto papal emitido por Pio XI, a 21 de
novembro de 1929, transformava os cavaleiros teutônicos numa ordem clerical
composta por sacerdotes, padres e freiras. Atualmente, tem a sua sede em Viena, Áustria, e trabalha
primordialmente com objetivos assistenciais. A cruz teutônica está na origem da célebre "Cruz de Ferro"
condecoração ainda em uso pelas forças armadas alemãs.
E, nos surpreendemos, ao nos depararmos com os símbolos recortados de tecidos bordados de Ostpreussen (Prusia Oriental-Koenigsber), Grenzmark (marca da cruz) e Danzig (provincia da Dansk, cidade da Polônia) cuidadosamente fixados em um dos diários da Coleção Martin Fischer.
O que estes
símbolos representavam para o casal Fischer e
qual
conhecimentos históricos Dr. Martin Fischer trazia consigo sobre a Europa e até
mesmo sobre a grande “Ordem dos
Cavaleiros Teutônicos”? E, nos surpreendemos, ao nos depararmos com os símbolos recortados de tecidos bordados de Ostpreussen (Prusia Oriental-Koenigsber), Grenzmark (marca da cruz) e Danzig (provincia da Dansk, cidade da Polônia) cuidadosamente fixados em um dos diários da Coleção Martin Fischer.
Infelizmente não temos informações concretas para fazermos qualquer afirmação sobre estes assuntos, através de nossas pesquisas.
Dr. Martin Fischer um verdadeiro "Leão Prussiano". |
Mas nesta viagem de conhecimentos nos transmitidos pela sua Coleção, conseguimos nos transportar com este “leão prusssiano” (assim chamado Martin Fischer pelos amigos) as portas do grande Castelo Teutônico de Malbork e ali encontrarmos verdadeiros “Cavaleiros”.
Apêndice:
- Para saber e conhecer mais sobre o Castelo de Malbork ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Malbork
- Sobre a "Ordem dos cavaleiros teutônicos de Santa Maria de Jerusalém", conhecida apenas como Ordem Teutónica ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_Teut%C3%B3nica
- Manuelito de Ornelas (Nascido em Itaqui, dia 17 de fevereiro de 1903. Faleceu em Porto Alegre, no dia 8 de julho de 1969) foi um jornalista e escritor brasileiro. (Em tempo: Observamos que a grafia do nome em relação a carta escrita por Martin Fischer (em 1954) e a Wikipédia está escrita de forma diferente. Talvez um pequeno erro de época, pois cremos que a versão atual é a correta).
Manuelito foi redator do Jornal da Manhã e, após,
redator-chefe de A Federação. Em 1938 foi nomeado diretor da Biblioteca Pública
do Estado e eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI).
Em 1951 assumiu como professor interino as
disciplinas de Literatura Hispano-Americana e Cultura Ibérica da Faculdade de
Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sendo efetivado em 21
de dezembro. Em 1954 foi afastado da UFRGS, ingressando na Faculdade de
Filosofia de Florianópolis, onde passou a lecionar História da Arte.
Em 1968 recebeu o Prêmio Joaquim Nabuco,
da Academia Brasileira de Letras, entregue pelo acadêmico Ivan Lins, pela obra Máscaras
e murais de minha terra.
Está vinculado à vertente platina da
historiografia riograndense, junto com Alfredo Varela. É autor de diversas obras
de cunho sociológico, entre elas a obra fundamental da cultura gaúcha e da
cultura brasileira, Gaúchos e Beduínos, considerado um dos dez
principais livros da sociologia brasileira.
Foi o tradutor do romance Ariadne,
de Claude Anet, e Tabaré, o poema de Juan Zorrilla de San Martín.
Foi o patrono da 17ª Feira do Livro de
Porto Alegre.
Pesquisadora e historiadora Márcia Adriana Krug
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