Fonte: Blog da Marli M. Siekierski
Publicado em 24/09/2012. Disponível em: http://www.ijui.com/blog-da-marli-m-siekierski//39924-folclore-etnia-associacao-tradicionalista-querencia-gaucha.html
“Gaúcho eu sou.
Nasci feliz.
Nesta terra
formosa onde estou
Sob o céu deste
lindo país.
Vim lá de
fora...”
(Trecho da
Canção do Gaúcho de José Claudio Machado)
O amor pelas
tradições do Rio Grande do Sul é muito forte. Quem nasceu aqui ou quem veio de
outros países forma esta imensa corrente de amor pela cultura gaúcha.
Podemos ter
ascendência indígena, alemã, africana, árabe, austríaca, espanhola, leta,
lituana, italiana, portuguesa, polonesa, sueca, russa, japonesa, argentina,
uruguaia, paraguaia ou outra, das tantas que constituem a população do Rio
Grande do Sul, não importa.
O que vale é o
respeito e a valorização de cada ser como pessoa, sua origem, laços familiares
e o sentimento cultivado tanto pelos nativos ou que passou a cultivar pela
terra que acolheu os povos que aqui chegaram, ou seja, o querido Torrão Gaúcho.
Os versos
rimados, a música, a dança acompanhada do chimarrão gostoso cercado de símbolos
e elementos enriquecedores desta cultura são cultuados nos galpões e querências
do interior e da cidade.
Ijuí, município
situado na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul é o berço do tradicionalismo
gaúcho, pois em 1943, um grupo de pessoas amante dessas tradições, fundou o
primeiro Centro de Tradições Gaúchas do Estado, o CTG Farroupilha, uma das onze
entidades que congregam a Associação Tradicionalista Querência Gaúcha, a qual
integra a UETI, União das Etnias de Ijuí.
E para conhecer
um pouco da história e os elementos folclóricos ligados à tradição gaúcha que
estarão sendo mostrados no desfile étnico no próximo dia 30 de setembro,
apresentamos a pesquisa e organização de Vera Lúcia Klein Rodrigues, Diretora
Cultural da Querência Gaúcha.
ASSOCIAÇÃO TRADICIONALISTA QUERÊNCIA GAÚCHA
Primeiramente
denominada “Entidade Tradicionalista Querência Gaúcha”, fundada em 13 de março
de 1990, pelo então Patrão: Major Maximiliano Bogo e Patrão de honra: Aldo
Patrocínio de Azambuja.
A partir de 16
de dezembro de 2001, passa a ter a denominação atual: “Associação
Tradicionalista Querência Gaúcha”.
Sua sede é o
galpão crioulo, localizado no Parque Regional de Feiras e Exposições Wanderley
Agostinho Burmann, BR 285, Ijuí RS.
Tem por objetivo
a reunião das entidades tradicionalistas de Ijuí, legalmente constituídas e
associadas.
O
desenvolvimento de atividades de cunho artístico-cultural, social, esportivo e
campeiro adstringindo-se, especialmente, ao Folclore e à Tradição Gaúcha, em suas
variadas, puras e autênticas manifestações.
Colaborando com
os poderes públicos, organismos estatais e entidades privadas, em atos
cívico-patrióticos e outras iniciativas que exaltem e preservem o patrimônio
artístico e cultural do Rio Grande do Sul. Movimento Tradicionalista Gaúcho,
integrado às onze Etnias, à qual, desenvolve a prática cultural durante a
EXPOIJUI-FENADI, além de oferecer a culinária gaúcha em sua casa.
A Associação
das Entidades Tradicionalistas de Ijuí rege-se sob a égide da Carta de
Princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho, aprovado no VIII Congresso
Tradicionalista de 1961, em Taquara, RS.
Compõe-se,
atualmente, das seguintes Entidades:
- Centro de
Tradições Gaúchas Clube Farroupilha,
- Centro de
Tradições Gaúchas Laureano Medeiros,
- Centro de
Cultura Nativa Piazito Carreteiro,
- Centro de
Tradições Gaúchas Avô Maragato,
- Grupo de
Folclore Fogo de Chão,
- Grupo de
Folclore Chaleira Preta,
- Grupo de Arte
Nativa Cabo Toco,
- Grupo de
Folclore Chão Batido,
- Centro de
Tradições Gaúchas Querência Xucra,
- CTG Aurora
Pampeana
- CTG Velho
Vargas.
A Patronagem
atual está assim constituída: 2012 /2013
Patrão : Diomar
Luis Kramer
1º Capataz:
Rodrigo Darós
2º Capataz:
Loivo dos Santos
Capataz Geral:
João da Silva
1º
Sota-capataz: Viviane da Silva
2º
Sota-capataz: Vilmar Pereira
1º Agregado das
Pilchas: Lairton R.F. de Souza
2º Agregado das
Pilchas: Orione Nunes Rodrigues
1º Agregado
Campeiro: Luis Cavinato
2º Agregado
Campeiro: Altemir Thomé
3º Agregado
Campeiro: Marcelo Dezordi
1º Diretor
Cultural: Vera Klein Rodrigues
2º Diretor
Cultural: Susana dos Santos Kramer
1º Diretor
Artistico: Mara Oliveira
2º Diretor
Artistico: Clair Rosane
3º Diretor
Artistico: Maria Nicoleti
Conselho
Superior: 1º Luis Martins, 2º Nilva Brum Oliveira e 3º Ademar Mariano Oliveira.
Para este
desfile os gaúchos apresentam:
Em primeiro
plano os Símbolos Oficiais:
O Hino, a
Bandeira e o Brasão de Armas.
Bandeira: A
bandeira gaúcha, com o formato que tem hoje, apareceu durante a campanha
republicana no Brasil, ocorrida na segunda metade do século XIX, porém tem sua
origem na época da Revolução Farroupilha, quando os farrapos utilizavam como
bandeira um pavilhão onde figuravam as cores amarelo e verde (da bandeira do
Brasil), separados pela cor vermelha, maragato, significando o desejo de
república.
Brasão de
Armas: O Brasão foi adotado pelo mesmo decreto que instituiu o Hino e a
Bandeira do Estado. Acredita-se que foi desenhado originalmente pelo padre
Hidelbrando e em arte final pelo Major Bernardo Pires, sendo muito semelhante
ao usado na época dos farrapos. O brasão é o mesmo que aparece no centro da
bandeira estadual.
Sob o brasão,
Lê-se o lema "Liberdade, Igualdade, Humanidade". Lema esse que tem
origem na Revolução Francesa. No centro
está um barrete frígio, um símbolo republicano desde a queda da Bastilha.
O brasão
rio-grandense é o mesmo da época dos farrapos com algumas pequenas
modificações. Por isso possui a inscrição "República Rio-Grandense",
junto com a data do início da Revolução Farroupilha, 20 de setembro de 1835,
data amplamente comemorada no estado.
HINO: O Hino
Rio-Grandense tem letra de Francisco Pinto da Fontoura, música de Comendador
Maestro Joaquim José Mendanha e harmonização de Antônio Corte Real.
Em seguida,
outros símbolos do nosso Estado, estabelecidos por leis:
ÁRVORE SIMBOLO:
“ERVA MATE”
A importância
do mate na formação do Gaúcho foi além do aspecto econômico, pelo seu uso
generalizado tornou-se tradicional.
O uso de
erva-mate remonta aos índios guaranis que habitavam este território. Segundo várias fontes históricas,
inicialmente o mate era usado somente pelo feiticeiro ou pajé que recebia
inspiração e proteção, atribuindo seu uso a Tupã (Deus do Trovão) que
transmitia suas virtudes através dela.
O mate logo
passou dos índios para os conquistadores, e daí para os mestiços, crioulos,
negros, açorianos e colônias de imigrantes, atravessando o tempo como algo
valiosíssimo, conservando suas características e confirmando a tradição popular
até nossos dias.
PÁSSARO
SIMBOLO: “O QUERO-QUERO”
Ave tradicional
dos campos gaúchos, com o chamativo de preto,
branco e cinzento na plumagem, o penacho na cabeça com cauda branca e os
olhos vermelhos, é facilmente encontrado em todas as estações do ano.
Chamado de
“Sentinela dos Pampas” está sempre em alerta, noite e dia, dando sinais à
grande distância de quem se aproxima. Vê-lo cruzando no céu ou ouvi-lo cantando
ao longe é como receber boas-vindas por estar no RS.
* FLOR SIMBOLO:
“ BRINCO DE PRINCESA” Sua indicação como flor-símbolo, foi devido ao seu
aspecto de grande beleza, facilidade de cultivo e potencial paisagístico.
*ANIMAL
SIMBOLO: “O CAVALO CRIOULO”
Rústico,
resistente e versátil. Sempre fiel, foi o guerreiro dos índios. Hoje, mesmo com o avanço tecnológico, o
cavalo ainda não pode ser substituído por máquinas nas lidas de campo. Talvez,
porque no pensamento mais profundo, o homem não queira perder este, muitas vezes, membro da família, outras
tantas, amigo - como se pode sintetizar esta relação de afeto entre o gaúcho e
seu cavalo.
* PLANTA MEDICINAL – “A Marcela ou Macela”
*A BEBIDA
– “o
Chimarrão”
O mate também
simbolizou, ao longo dos séculos, a hospitalidade do gaúcho, que é uma das
marcas tradicionais do nosso povo.
* O PRATO
TÍPICO- “Churrasco”
Surgiu no Rio
Grande do Sul no século 17. Era feito em um buraco no chão e a carne temperada
com cinza. Com o tempo novas técnicas foram aperfeiçoando o preparo do
churrasco. Hoje em qualquer lugar do Brasil encontram-se gaúchos servindo o
prato típico.
*O INSTRUMENTO
MUSICAL- “a Gaita”
O deputado
Gilmar Sossella protocolou perante a Assembléia Legislativa um projeto com a
pretensão de resgatar a história de um instrumento que faz parte da história
musical do Estado e que está presente na maioria das composições regionalistas.
Os primeiros
registros da sua presença no Brasil remontam à guerra do Paraguai, mas ela só
se tornou verdadeiramente popular no país no final do século XIX, com as levas
de imigrantes italianos, que traziam consigo os seus acordeões.
* A ESCULTURA
SÍMBOLO- “O Laçador”
Estátua do
Laçador é patrimônio histórico e cultural do RS, Lei estadual nº 12.992.
Localizado na entrada da capital, Porto Alegre. Esse monumento é a
representação do homem rio-grandense, que com sua pilcha (traje típico gaúcho)
e suas boleadeiras, transparece a cultura de seu povo. Criada pelo artista
Antônio Caringi, a estátua foi originalmente feita em gesso e posteriormente
reproduzida em bronze. O tradicionalista Paixão Cortês foi a inspiração para a
criação do monumento, que mede 4,45 metros de altura e pesa 3,8 toneladas.
No carro
alegórico, os gaúchos apresentam um pouco dos seus “Usos e Costumes” sob o
título de “COISAS NOSSAS”...
Fogo de chão,
chaleira preta, “roda de chimarrão”, o churrasco, pelegos, tertúlia dos gaúchos
tocando violão, gaita e cantando, a chula e o fandango.
JOGO DE
TRUCO ( NO CHÃO) ( APRESENTADO PELA
INVERNADA DO CTG C. FARROUPILHA)
O Jogo de Truco
tem como finalidade, um lazer sadio, criar novas amizades, oportunizar a
confraternização entre peões e prendas.
PRENDAS E PEÕES
COM INDUMENTÁRIAS DE ÉPOCA
( estancieiros-
chiripá- bombacha...)
SÃO COISAS DE
GAÚCHO:
O apego à
Querência, à Pátria, aos valores e
educação...
A Preservação
da Cultura...
O apego ao fogo
de chão, ao mate, à tertúlia, ao churrasco...
A sua
indumentária típica do homem do campo, bombacha, bota e espora
Lenço no
pescoço, faca na cintura e o laço na mão...
SÃO COISAS
NOSSAS:
O apego à
família...
Às nossas
prendas bonitas
Sempre
mulheres guerreiras
Que lutam e são
faceiras
Ao lado do seu
peão...
Apego aos
fandangos e cantorias...
Apego a festas
religiosas como O Terno de Reis
Apego a muita
alegria com uma Carreira de Bois.
Apego ao
simples jogo do ” Osso”, Sete em Portas e ao Truco !
Que outro grita
Retruco! Prosseguindo a diversão...
E assim é o
povo gaúcho...
Que se apega
também ao novo, mas não descuida a Tradição!
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