A firma Bromberg & Cia. figurava (no início do século
passado – 1900...) entre as mais antigas e importantes, no seu ramo de negócio,
do Rio Grande do Sul. Para se dar uma idéia da sua importância, basta dizer
que, além das suas casas do Rio Grande, Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Passo
Fundo e Porto Alegre, neste estado, possui ainda filiais no Rio de Janeiro,
Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai).
De
vários portos ingleses, de Hamburgo, Antuérpia e de Nova York, importavam os
srs. Bromberg & Cia., em grande escala, todas as espécies de ferragens,
ferro bruto, maquinismos para toda a sorte de indústrias, arame, máquinas para
agricultores, cimento, tintas, cevada e lúpulo para cervejarias e outros
materiais para uso de fábricas diversas. A firma, que negocia a varejo e por
atacado, tem igualmente uma bem montada seção de engenharia e outra para
instalações elétricas.
Alguns
dos maiores trabalhos de engenharia executados no estado do Rio Grande do Sul
foram confiados aos srs. Bromberg & Cia. A linha ferroviária de Nova
Hamburgo a Taquara, numa extensão de 46 quilômetros e em zona que tornava
necessárias diversas pontes, foi por eles construída, assim como a da Cruz Alta a Ijuí, num percurso de 51
quilômetros. Igualmente a estrada de ferro de 40 quilômetros, de Ijuí a Santo Ângelo, incluído aqui a ponte sobre o rio Ijuí no Distrito do Itaí. Também a Usina Velha localizada no rio Potiribú foi praticamente 100% construída e projetada pela firma Bromberg.
O então Intendente da Colônia e depois Município de Ijuí, Coronel Antônio Soares de Barros - o Cel. Dico - tinha amplas relações comerciais com a firma Bromberg. Muitos dos primeiros equipamentos e máquinas industriais, agrícolas e comerciais trazidos ou usados em Ijuí (em especial vindos do exterior - da Europa) vieram através da firma Bromberg. Pelas
suas instalações de luz elétrica, adquiriu a firma grande fama. Fez dezenas de instalações
elétricas para diversas cidades e Câmaras Municipais, incluíndo Ijuí.
Reportagem
sobre a empresa, na época, dizia que “a
firma trabalhou muito no desenvolvimento do Estado, pelos seus projetos de
colonização; comprou vastos terrenos, grande parte com florestas ainda virgens
e os quis, uma vez desbravados, serão muito apropriados a qualquer ramo de
agricultura.
A empresa
fez grandes investimentos financeiros em diversas áreas econômicas do Rio
Grande do Sul, em especial nas áreas agrícolas, comercial e industrial. Desde fábricas
de tijolos, plantações de arroz, serrarias, a fábrica de chapéus (Oscar
Teichmann), instalações elétricas e outras de força e luz, ou seja usinas
elétricas”.
Também
a partir da matriz em Porto Alegre, outras empresas (ligadas a família)
surgiram, tais como: João Day, Bromberg & Cia., importadores; Luiz Noelcher
& Cia., negociantes a varejo, de ferragens, utensílios sanitários e
caseiros; O Cilindro, importadores de máquinas de costura, utensílios para
eletricidade, instalações elétricas, máquinas de escrever, espingardas e armas
diversas, munições etc.; União de Ferros (Bromberg, Daudt & Cia.),
importadores de ferro bruto, aço, cobre, bronze e outros materiais, ferramentas
para ferraria e materiais para construção.
Os
srs. Bromberg & Cia. eram na época os únicos agentes, para o estado do Rio
Grande do Sul, das casas Siemens Schuckertwerke de Berlim, para instalações
elétricas; Heinrich Lanz, Mannheim, fabricantes de locomóveis, debulhadeiras,
desnatadeiras de leite; L. e C. Steinmiller de Gumersbach, caldeiras
multitubulares ou inexplosíveis; Hannoversche Maschinenbawanstalt A. G.
Hannover, locomotivas e máquinas a vapor, tipos para tipografia e prelos
rápidos Phenix; Fred Krupp A. G., moinhos de qualquer espécie;
Sellerhausen, máquinas para beneficiar madeiras, arados, semeadeiras,
rastrilhos, máquinas para compor tipos, máquinas rotativas para impressão sem
estereotipia, motores a gás, querosene etc., máquinas para funileiro e
fabricação de latas de conserva; máquinas de costura Original Saxonia,
máquinas de costura Original Victoria e New Home, ceifadeiras,
trilhadeiras e outras máquinas agrícolas, tintas para impressão e litografia;
Underwood Typewriter Co. New York, máquinas de escrever, tubos e outros artigos
de borracha, desnatadeiras e máquinas para laticínios; Humber Limited,
Coventry, automóveis, máquinas para litografia, máquinas para fabricação de
fósforos, máquinas para encadernação, moinhos de trigo etc.
Os
depósitos dos srs. Bromberg & Cia., que se comunicam com os armazéns, estão
situados à margem do Rio Guaíba, onde aqueles senhores possuem uma ponte para o
recebimento e expedição de mercadorias. Nestes diversos prédios tem a firma a
sua brigada de bombeiros com uma possante e moderna bomba elétrica, a qual pode
ser transportada por meio dum carro sobre trilhos para qualquer parte do
estabelecimento, que tem de comprimento de 325 metros. Nos armazéns de Porto
Alegre estão empregadas 140 pessoas, além dos viajantes em propaganda da casa
(caixeiros viajantes) nos diversos pontos do estado.
A
casa matriz achava-se em Hamburgo (Alemanha) e foi o seu fundador, sr. Martin
Bromberg, que iniciou os negócios no Brasil, abrindo uma filial em Porto
Alegre, em 1863. Presentemente, os seus cinco filhos fazem parte da firma como
sócios. Um deles, o sr. Martin Bromberg Junior, morou em Hamburgo em companhia
de seu pai. Os srs. Waldemar e Arthur Bromberg trabalharam em Porto Alegre. O sr.
Fernando Bromberg na cidade de Rio Grande, (RS). Sr. Erwin Bromberg em São
Paulo.
O sr. Martin Bromberg |
O sr.
Martin Bromberg nasceu em Hamburgo em 1889, foi educado na Alemanha e
Inglaterra, e adquiriu prática comercial em Hamburgo. Na idade de 21 anos, veio
para Porto Alegre, a rogo dos credores europeus, liquidar os negócios duma
firma falida. Uma vez isto realizado, iniciou os seus negócios, em princípios
de 1863, como importador. Foi provido de capitais por seu pai, o sr. Ludwig
Bromberg, banqueiro conhecido em Hamburgo.
O sr.
M. Bromberg foi muito feliz e rapidamente conseguiu colocar-se ao nível das
primeiras casas do Sul. Depois de oito anos de tenaz trabalho, voltou para a
Europa, onde ficou à testa da casa compradora. Foi ele o primeiro a iniciar as
plantações de arroz no Rio Grande e foi um dos que mais concorreram para a
colonização do Estado. O Rio Grande do Sul deve muito de seu crescimento à
energia e espírito empreendedor dos Bromberg na criação, implantação,
manutenção e expansão de diversas indústrias. O segundo filho, sr. Arthur
Bromberg, nasceu em Porto Alegre, em 1869; foi, moço, para a Alemanha, onde se
educou e adquiriu a necessária prática comercial. Na idade de 21 anos, voltou
para Porto Alegre, e seis meses depois fazia parte da firma como sócio
(juntamente com seu irmão Waldemar) das casas comerciais localizadas em Porto
Alegre e na cidade de Rio Grande.
O sr.
Waldemar Bromberg nasceu em Hamburgo, onde foi educado e adquiriu prática
comercial. Na idade de 21 anos veio para a casa de Porto Alegre, da qual,
quatro anos depois, se tornava sócio. Foi dono de valiosas propriedades em
Porto Alegre.
Para saber mais:
- Impressões do Brasil do século vinte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g41d.htm#foto6
- Na Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Bromberg
Para saber mais:
- Impressões do Brasil do século vinte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g41d.htm#foto6
- Na Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Bromberg